Aviso: Conversar com seu filho adolescente pode fazer você se sentir meio tolo!

Talvez isto seja um fenômeno intergerações: "Vovô com frequência dizia que conversar com meu pai quando ele era adolescente fazia com que ele, o vovô, se sentisse meio devagar." Meu pai diz que esse tipo de conversa..

Guy Bliesner

Talvez isto seja um fenômeno intergerações: “Vovô com frequência dizia que conversar com meu pai quando ele era adolescente fazia com que ele, o vovô, se sentisse meio devagar.” Meu pai diz que esse tipo de conversa também acontecia quando eu tinha 17 anos. Agora, meu filho de 17 anos, com frequência me faz sentir menos inteligente.

Será que isso é normal?

Quando meu filho era mais novo, ele me procurava quando precisava de respostas. Certamente esperando que eu lhe desse uma resposta perfeita, ele me sufocava com suas perguntas. Perguntava coisas do tipo: “Os peixes dormem?”, “Minhocas têm olhos?”, “Para onde vai a escuridão quando o sol aparece?” E tudo o mais que se pode imaginar.

E é claro que ele prestava toda a atenção quando eu explicava coisas importantes sobre a vida. Coisas do tipo: como ligar o aparador de grama e como limpar a vela da ignição quando ela não queria funcionar; como jogar a linha de pesca; como preparar uma refeição e tudo mais que um jovem precisa saber em sua fase de crescimento, eram o assunto principal de nossas conversas. Ah, como sinto falta daqueles dias. Para dizer a verdade, eu tirava aquilo de letra.

Mas então, algo aconteceu. Não importava o que eu dissesse, logo vinha aquele revirar de olhos. Todo pai ou mãe de adolescentes conhece esse revirar de olhos que significa: “Meu, você não é tão esperto assim!” Além disso, tem também aquele desviar rápido de olhos que diz: “Como é que você pode dizer uma coisa dessas?” Com isso, você já pode imaginar o contexto de nossas conversas recentes.

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O tema da conversa, na verdade, é bem irrelevante. Pode ser algo tão inocente como: “Quais são seus planos para hoje à noite?”, ou algo mais direto como: “Limpe a vela de ignição ou o cortador de grama não vai funcionar”. A resposta é assustadoramente semelhante, e parece ter sido propositalmente calculada para me fazer parecer o mais tolo possível.

Pouco depois de esse problema começar, passei a me sentir meio isolado, achando que era algo apenas entre meu filho e eu. Mas uma pesquisa rápida na Internet usando as palavras-chave “comunicação”, “problemas” e “adolescente” retornaram mais de 100.000 artigos. Eu me senti melhor por um instante, mas depois conversei com meu filho de novo e me senti meio idiota novamente.

No nosso caso, acho que posso datar o início do problema para logo depois de meu filho ter tirado a carteira de motorista. O fenômeno pode ter uma explicação bem simples; algo do tipo “alergia do adolescente ao estofado do carro”, mas acho isso meio improvável. Acho que o mais provável é que o jovem esteja tentando definir a si mesmo, tentando desenvolver uma identidade diferente da de seus pais, sem conseguir ter muito sucesso, ainda.

Conversei sobre essa hipótese com meu pai e ele concordou, depois de ponderar um pouco. Perguntei o que o fez chegar a essa conclusão. Com um sorriso muito mal disfarçado e um brilho nos olhos, ele disse que nossas conversas pararam de fazê-lo se sentir um tolo.

Então, acho que existe esperança; existe uma luz no fim do túnel. Portanto, para responder à pergunta acima, se isso está acontecendo com você, parece que o problema é bem normal.

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Traduzido e adaptado por Wagner Vitor do original Warning: Talking to your teenager can make you stupid, de Guy Bliesner.

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Guy Bliesner

Guy Bliesner tem sido um educador durante toda sua vida, ensinando como treinador de tênis e natação. Ele administrou e cuidou da segurança escolar para o Distrito de Escolas Boneville em Idaho Falls, no estado de Idaho, nos Estados Unidos. É casado por 26 anos e é pai de 3 filhos.