Apenas preocupado? Ou será que o meu filho tem um transtorno de ansiedade?

Os transtornos de ansiedade crescem na sociedade de hoje, e quando isso afeta os membros de uma família, pode criar problemas. Conhecer o problema pode ajudar muito.

Julia Nielsen

Atualmente as crianças são bombardeadas com tantas preocupações, desde notícias de violência e calamidades até o bullying ou dificuldades com o trabalho escolar e nas relações de amizade. Não é de admirar que seus níveis de estresse chegassem a um ponto em que eles sentem que já não podem controlar. De acordo com o SAMHSA (órgão norte americano que administra serviços de saúde mental e abuso de substâncias) os transtornos de ansiedade são os problemas mentais, emocionais e comportamentais mais comuns durante a infância e adolescência. Se não for tratada e controlada, a ansiedade pode persistir até a idade adulta.

Existem vários diferentes transtornos de ansiedade que se tornaram comuns.

Síndrome do pânico

Esta doença é caracterizada por episódios súbitos de apreensão aguda ou medo intenso que ocorrem “do nada”. Esta doença pode ser particularmente debilitante devido à imprevisibilidade da crise. Pessoas que sofrem deste distúrbio muitas vezes se tornam agorafóbicos.

Ágorafobia

. De todos os transtornos, a agorafobia é a mais prevalente. A palavra agorafobia significa medo de espaços abertos, no entanto, a essência do transtorno é o medo dos próprios ataques. É o medo de ter medo. Por isso muitas pessoas desenvolvem o medo de sair de casa, por temerem ter um ataque de pânico.

Fobia Social

. Fobia social é outro transtorno de ansiedade dos mais comuns. Trata-se do medo de passar vergonha ou humilhação em situações em que a pessoa é exposta a avaliação de outros ou deve fazer algo como apresentar-se em um palco. É normal se sentir acanhado ao ser observado. Só é considerada uma doença quando a pessoa sofre prejuízo devido à fobia ou começa a evitar completamente toda exposição pessoal.

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Fobia simples

Este transtorno envolve um forte medo e o impulso de evitar um tipo particular de situação ou objeto. Embora não haja ataques de pânico ou medo de ataques de pânico, a pessoa ainda tem medo (ou seja, fobia de animais, de altura, de avião, agulhas e outras) que a faz evitar a situação.

Transtorno de Ansiedade Generalizada

Essa ansiedade crônica só é considerada assim se persistir por pelo menos seis meses. É também desacompanhada de ataques de pânico, fobias ou obsessões. Apenas uma preocupação exagerada por fatos que talvez nunca aconteçam. Isso pode resultar de uma morte, um nascimento ou algo que mudou sua vida nos últimos seis meses.

Transtorno Obsessivo-Compulsivo

Este distúrbio se caracteriza por compulsão e obsessão extrema sobre algo como organização, limpeza ou saúde. Obsessões são pensamentos ou ideias que parecem sem sentido, até para o próprio doente, no entanto, continuam a ditar seu comportamento muitas vezes sem controle.

Estresse Pós-traumático

A característica essencial deste transtorno é que ele se relaciona diretamente a um evento traumático, como guerras, bombardeios, catástrofes naturais, acidentes ou crimes violentos contra o doente ou a sua família. Nesse tipo de distúrbio, muitas vezes, a pessoa tem pesadelos recorrentes, pensamentos obsessivos ou perturbadores sobre o evento e flashbacks tão intensos que eles sentem que estão revivendo tudo outra vez.

Sintomas de transtorno de ansiedade que precisam de atenção:

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Emocional

  • Medo intenso

  • Preocupação ou desconforto

  • Perda de amigos e familiares

  • Falta de apetite

Mudanças de comportamento

  • Comportamento impulsivo

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  • Agressividade

  • Birras

  • Inflexibilidade

Sintomas físicos

  • Tensão muscular

  • Indisposição gástrica

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  • Taquicardia

  • Tontura

  • Suores frios

  • Falta de ar

Se você ou seu filho apresentam esses sintomas, converse com seu médico. Se a criança é diagnosticada com um transtorno de ansiedade, há uma série de coisas que os pais e amigos podem fazer para ajudar. O site Pediatria em foco sugere que a primeira e mais importante atitude dos pais é oferecer apoio. A criança precisa saber que é aceita, amparada e que pode obter ajuda. A segunda é ensiná-la sobre a ansiedade e os seus sintomas e causas. O conhecimento é uma das melhores ferramentas para controlar e superar a ansiedade. Terceiro, envolve médicos e terapeutas que podem ajudar o seu filho a lidar de maneira positiva com o problema.

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A autoconversa ou self-talk (técnica psicológica em que a pessoa fala para si mesma, frases de ajuda) ainda não é muito difundido no Brasil, mas pode ajudar a acalmar a ansiedade e oferecer treinamento para a criança de técnicas de relaxamento.

A ansiedade não precisa dominar o seu filho ou a sua casa. Há uma ajuda, há esperança – e quanto mais cedo você começar a buscá-la, mais rápido cessam as preocupações e seu filho pode voltar a ser apenas uma criança.

Traduzido e adaptado por

Stael Pedrosa Metzgerdo originalJust worry? Or does my kid have an anxiety disorder, de Julia Nielsen._

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Julia Nielsen

Julia Nielsen é mãe de 3 filhos, co-autora de dois livros da série 'The Crystal Locket", e é graduada pelo Instituto de Literatura Infantil em 2005.