Antes, os jovens mentiam para sair, agora mentem para ficar em casa. O que está acontecendo?

Os jovens se sentem desconfortáveis ​​com os outros, isolam-se e se sentem muito mais confortáveis ​​interagindo com os outros virtualmente, através de uma tela.

Emma E. Sánchez

Em suas lembranças da adolescência ou da juventude certamente há alguns amigos que inventavam as melhores histórias para fugir de casa para dançar ou sair com os amigos.

Inventar uma mentira ou traçar mil planos para sair era uma prática de muitos que hoje estão com 40 anos ou mais, mas isso começou a mudar com os chamados “millennials”, essa geração de pessoas nascidas entre 1982 e 1995, que começaram a viver conectados à internet e começaram a parar de sair com os amigos, preferindo ficar em casa navegando na internet.

Geração Z: a ​​mudança radical

A geração Z, ou pessoas nascidas a partir de 1997, foram as que mudaram mais radicalmente sua maneira de se relacionar com outros jovens.

Esta nova geração, de acordo com uma pesquisa realizada pela Berenberg Research, em 2018, reduziu o consumo de álcool para 30%, dos 54% consumidos pela geração de 1991. E o que, à primeira vista, poderia ser uma boa notícia, é apenas o começo de uma série de mudanças profundas nas relações interpessoais e no desenvolvimento e maturidade pessoal.

Os jovens pararam de consumir álcool não por convicção pessoal, mas porque começaram a parar de sair com os amigos, com quem esse tipo de hábito costuma ter início.

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Entretanto, também há outras coisas que mudaram hoje e que todos devemos saber.

Deficiência no desenvolvimento de competências emocionais

As habilidades emocionais são conhecidas como a capacidade de uma pessoa expressar suas próprias emoções com absoluta liberdade e responsabilidade. As competências emocionais surgem da inteligência emocional, que ajuda a pessoa a identificar o que sentem os que estão à sua volta e saber reagir de maneira assertiva, para se relacionar e conviver em paz e harmonia.

As crianças e jovens que decidem ficar em casa assistindo TV ou navegando na Internet, em vez de sair com os amigos para se divertir ou praticar algum esporte, são privados de desenvolver essas habilidades, resultando na falta de habilidades para se socializar e se expressar.

Há uma maior tendência ao isolamento

Ao se privarem de oportunidades de desenvolver habilidades emocionais e sociais, os jovens se sentem desconfortáveis ​​com os outros, se isolam e se sentem muito mais à vontade interagindo virtualmente com os outros através de uma tela e sem todos os problemas que devem ser resolvidos nos relacionamentos por meio de conversas “cara a cara”.

É mais fácil e cômodo se relacionar com um estranho em uma rede social do que com alguém “cara a cara”, e ainda mais fácil e mais confortável ficar em casa e não conhecer ninguém.

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Maior desenvolvimento de transtornos mentais ou problemas psicológicos

Jovens que passam muito tempo conectados tendem a desenvolver depressão e ansiedade com mais frequência.

Qual é a utilidade de conhecer essas informações?

Se este artigo chamou sua atenção, é porque você certamente é mãe de adolescentes ou jovens, e alguns hábitos ou comportamentos deles estão chamando sua atenção; e ouso dizer que estão preocupando você.

A que coisas você deve fica atento? Que condutas podem ser um risco para seus filhos?

1. Seu filho passa mais tempo conectado do que interagindo com outras pessoas

Não há opção: os tempos em frente ao computador ou conectados ao telefone celular devem ser medidos e restritos.

Os pais devem revisar constantemente o conteúdo que seus filhos acessam nas redes.

2. Ele deixa as atividades sociais ou esportivas de lado para ficar em casa

Crianças e jovens devem manter um equilíbrio saudável entre seus estudos, atividades físicas e esportivas, lazer e sua família.

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Não é uma boa ideia ficar sozinho em casa e evitar atividades que envolvam desconectar ou interagir com outras pessoas.

3. Não tem amigos

Um jovem emocionalmente saudável tem um bom amigo ou alguém em quem confia para passar o tempo.

4. Distúrbios alimentares

Parar de comer, comer apenas um tipo de alimento ou comer demais  podem ser sinais inequívocos de um distúrbio que deve ser tratado logo.

5. Descuido pessoal e falta de higiene

Dizem que os adolescentes perdem a vontade ou necessidade de se assear como parte de seu estágio de desenvolvimento, mas é muito diferente fazer isso de vez em quando a parar de fazê-lo e perder o interesse pela higiene pessoal.

Mãos à obra

Se você observar algum desses comportamentos em seu filho, é um bom momento para conversar e fazer as alterações necessárias para buscar um equilíbrio saudável enquanto seu desenvolvimento integral ocorre.

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Vale ressaltar que muitos jovens e adultos se perdem trancados em casa, conectados dia e noite, pois é uma maneira de evitar ou procrastinar o fato de assumir a responsabilidade pela vida adulta.

Nós, pais, desempenhamos um papel fundamental, porque somos nós que patrocinamos os dispositivos e a Internet, e permitimos que eles passem a vida conectados em vez de sair para o mundo lá fora e percorrê-lo.

Respire fundo e mãos à obra! Pois existem muitas boas razões para cuidar de nossos filhos.

Traduzido e adaptado por Erika Strassburger, do original Los chicos antes mentían para salir, ahora mienten para quedarse en casa ¿Qué está ocurriendo?

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Emma E. Sánchez

Pedagoga e terapeuta de família e de casal. Casada e mãe de três filhas adultas. Apaixonada por Educação e Literatura. Escrever sobre temas familiares para ajudar os outros é minha melhor experiência de vida.