Anorexia na adolescência: como descobrir e como prevenir

Temida por muitos pais e comum entre as adolescentes, a anorexia nervosa se desenvolve silenciosamente.

Michele Coronetti

A anorexia nervosa, conhecida popularmente por anorexia e por Ana aos que possuem o distúrbio, afeta por volta de 1% das mulheres jovens nos países de primeiro mundo.

Segundo o Abp Comunidade, ela é caracterizada pela perda de peso com o intuito de emagrecer e aversão por engordar. Na maioria dos casos as moças enxergam seus corpos no espelho de forma distorcida, acreditando que estão fora do padrão de beleza.

As jovens que possuem o distúrbio começam a retirar alimentos que elas acreditam que engordam da sua dieta, e em pouco tempo, a comer cada vez menos. No início elas sentem fome por pular refeições ou comer menos que o necessário, porém, o organismo acaba acostumando. Ele também passa a retirar os nutrientes da musculatura, já que não são ingeridos. E mesmo assim as jovens continuam achando que precisam emagrecer.

A parte psíquica também é afetada, deixando a pessoa irritada, depressiva, medrosa, com sentimento de culpa, além de outros distúrbios psicossociais.

Normalmente surge na adolescência, porém há relatos de meninas que a partir dos nove anos já apresentavam os sintomas, em sua maioria discretos e difíceis de serem percebidos por seus pais ou responsáveis.

Advertisement

Como descobrir

Refeições em família são sempre uma ótima oportunidade para que os pais observem se as jovens estão com comportamento alimentar diferenciado. Nas conversas com elas, especialmente as informais, é possível identificar as mudanças comportamentais e dos pensamentos relativos à alimentação.

Nem sempre a jovem está com o distúrbio, às vezes é apenas uma fase em que ela acaba agindo semelhantemente às colegas da escola. Conversar e observar é a melhor maneira de saber se será necessário a intervenção médica ou não.

Crianças costumam não gostar de certos alimentos, ou não querer fazer a refeição no horário porque desejam continuar a brincadeira ou terminar de ver o programa. Nem sempre será a indicação de anorexia nervosa. Uma conversa a sós com o pediatra pode ajudar, onde os pais falam das atitudes que acham estranhas e podem ouvir um especialista.

Além das adolescentes demonstrarem claramente que estão evitando certos alimentos ou determinadas refeições, elas buscam práticas de exercício constante. Tudo isso para que não engordem e saiam do padrão de beleza que o mundo estabeleceu.

Crianças com problemas de adaptação social na tenra infância, que sofreram abusos ou não, são mais propensas a apresentarem este quadro de anorexia na adolescência.

Advertisement

Com estes sinais evidentes fica mais fácil determinar se ajuda será necessária e se realmente existe um transtorno alimentar.

Como prevenir

Infelizmente não existe uma fórmula secreta para que este mal não entre na família. Algumas coisas podem ser feitas para prevenir e nem sempre surtirão o efeito desejado. São atitudes familiares que promovem a união e fortalece os vínculos. Algumas delas:

  • Manter bons hábitos alimentares na família, além de ensinar a importância da alimentação constante e correta.

  • Incentivar a atividade física a cada membro da família. Pode ser uma prática conjunta.

  • Quando os pais estão bem consigo mesmos, os filhos costumam aceitar melhor toda a mudança corporal que surge na adolescência. Porém, sempre é necessário conversar nesta fase difícil, explicar que as mudanças são inadiáveis e que as pessoas são bonitas pelo que são, não pelo que o mundo diz que devam ser.

    Advertisement
  • Conversar abertamente sobre este e outros distúrbios alimentares, explicando as consequências e problemas que poderão advir. Caso os pais não tenham muito conhecimento, a família pode pesquisar junta.

  • Enquanto as filhas crescem é importante elogiar seus talentos, desenvoltura, e não apenas dizer como ela é linda. Elas estão formando a maneira como se veem através do que ouvem e o ambiente familiar é o local de maior peso nisso.

  • Observar atentamente os períodos de estresse e como os filhos reagem a eles. Estar sempre a postos para ajudar e apoiar.

  • Incentivar os sonhos dos jovens e orientar no que for possível para que eles possam se tornar realizáveis.

  • Estar atento a fatores predeterminantes na primeira infância e acompanhar sem alarde. Não é necessário dizer à jovem que como ela já teve problemas psicológicos quando era menor, ela vai desenvolver algum distúrbio na adolescência. O ideal é apenas ficar mais atento às reações e outros fatores descritos acima.

    Advertisement
  • Amar incondicionalmente.

Toma un momento para compartir ...

Michele Coronetti

Michele Coronetti é secretária, mãe de seis lindos filhos, gosta de cultura e pesquisas genealógicas.