Adolescentes X Profissão: Como escolher a profissão certa

Ser feliz. Esta deve ser a prioridade do adolescente enquanto busca informações sobre o seu futuro profissional.

Beth Proenca Bonilha

Há um leque muito diversificado de opções de carreira hoje em dia. Com a facilidade de ingressar no ensino superior os jovens estão cada vez mais estimulados a buscar uma carreira a partir do nível superior. São programas governamentais de incentivo à graduação, Universidades e Faculdades que oferecem cursos com preços competitivos e ao alcance de muitos. Além dos cursos técnicos e de especialização que já são até oferecidos junto com o ensino médio.

Mas, é possível escolher a profissão certa já na adolescência?

Trabalhei como administradora em uma escola de cursos técnicos e pude perceber que o jovem do século XXI quer ingressar em áreas que sejam rentáveis antes de pensar em sua vocação. Por isso, muitas vezes, cometem o erro de fazer um curso por ouvir dizer que a área de atuação está em alta, ou seja, que é a carreira do momento. E com isso acabam saindo “toneladas” de egressos para o mercado, que não consegue absorver a demanda destes profissionais.

Neste momento o jovem conclui que escolheu errado, e em alguns casos foi exatamente o que aconteceu. Seguiu o modismo e acabou entrando na longa fila de profissionais esperando por uma vaga de emprego.

Mesmo profissões seculares como enfermagem, advocacia, medicina e engenharia estão exigindo um novo perfil de habilidades e qualificações pela grande demanda destes profissionais no mercado.

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O especialista de Recursos Humanos Mauricio Micheletti como diretor da Hellet Consultoria em RH e consultor de negócios brasileiros da Colemna Research Group (EUA), afirma que o inchaço de profissionais no mercado está causando uma mudança nas profissões que se conhece hoje em dia. Com isso o adolescente deve estar atento a estas mudanças tendo em vista que em breve deverá fazer a escolha de qual profissão seguirá.

Em certa ocasião Micheletti proferiu uma palestra aos alunos da escola em que trabalhei e disse; “As empresas precisam de psicólogos que entendam de administração, de advogados que entendam de meio ambiente, de mais engenheiros dispostos a atuar na área técnico comercial e assim por diante”.Nunca mais me esqueci disso e sempre que possível observo se os jovens ao escolher uma profissão sabem deste novo perfil que o mercado exige. Muitos ainda não perceberam a mudança e optam pela profissão por herança familiar, influência da família ou pelo modismo.

Três coisas básicas que devem ser levadas em conta na hora da escolha da profissão:

1. O cenário mundial da profissão

Hoje não dá mais para pensar no cenário somente da região em que mora, cidade estado ou país. É preciso ter um olhar globalizado. Observar as perspectivas para quando encerrar o curso. Ler a respeito desta profissão, conversar com profissionais veteranos e recém-formados é uma forma de avaliar o desenvolvimento da área.

2. A afinidade com a carreira

Que tipo de sentimento desperta ao pensar na profissão analisada? Pode parecer um tanto romântico para determinadas pessoas, mas o jovem precisa fazer esta reflexão para ter consciência se possui habilidades e potencialidades que favoreçam a escolha. Ter afinidade com a área é primordial para o sucesso e mais uma vez será necessário fazer pesquisa, conhecer particularidades da área para avaliar se é compatível com os anseios e desejos.

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3. Ter visão concreta do projeto de vida a curto e longo prazo

Pode parecer difícil imaginar um adolescente ou jovem tendo uma visão concreta do que espera para sua vida, mas é possível se ele escolher um modelo para se espelhar. Mais uma vez a pesquisa e busca de informações é a base para decisões.

Educação e trabalho árduo: As chaves para o sucesso profissional

Um jovem que admira um médico, por exemplo, deve saber que apesar de ser bem sucedido financeiramente teve que dedicar pelo menos oito anos de sua vida entre os estudos e práticas constantes e que para o resto da vida terá que se dedicar mesmo que parcialmente. Além disso, mesmo sabendo que um médico vive em uma bela residência com carros de último modelo, dependendo de sua especialidade terá que estar disposto a atender um paciente a qualquer hora do dia ou da noite, seja qual for a classe social do paciente e tipo de enfermidade. Será que o adolescente está disposto a se submeter? Pelo menos uma pequena projeção do que quer para sua vida o adolescente já tem e isso deve ser considerado na sua escolha pela profissão.

Outras duas coisas importantes devem ser levadas em consideração tanto pela família quanto pelo adolescente ou jovem na hora de escolher a profissão.

Vale mudar de ideia

Familiares e jovens devem ter esta questão muito bem resolvida para que a escolha não resulte em um profissional medíocre e sem sucesso. O período da adolescência é o momento de começar a pensar no futuro. Isso pode representar que mudar de ideia quanto à profissão escolhida será um fator corriqueiro tendo em vista que a busca de informações é a prioridade no momento. Os três tópicos aqui sugeridos são os que devem ser a meta e não a decisão final.

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Ser feliz

Esta deve ser a prioridade do adolescente enquanto busca informações sobre seu futuro profissional. Portanto pressionar a fazer a escolha não ajudará. Respeitar o tempo de cada pessoa e apoiar a escolha é um bom começo para o sucesso futuro, pois a escolha da profissão é só o começo do resto da vida de um jovem e isso é muito sério.

Para responder a questão levantada no início deste artigo: É possível escolher a profissão certa já na adolescência? Atrevo-me a concluir que em alguns casos sim, se o adolescente for bem orientado para ter clareza sobre sua escolha e se tiver o apoio da família. Do contrário, o melhor é dar tempo ao tempo e deixar a experiência confirmar a aptidão deste jovem.

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Beth Proenca Bonilha

Graduada em Administração de Empresas com MBA em Empreendedorismo. Casada mãe de 6 filhos, avó de 2 netos. Atua profissionalmente como Analista Instrutora da Educação Empreendedora no SEBRAE - SP. Como hobby gosta de artesanato, música e leitu