6 comportamentos que deixam em evidência que o rancor preenche seu ser

"Guardar rancor é como agarrar com as mãos uma brasa ardente: quem se queima é você". Anônimo

Erika Otero Romero

Os seres humanos são complicados. Às vezes, é muito fácil nos ferir e sermos feridos. Para isto, basta apenas um mau olhar para que comecem a despertar-se os sentimentos mais obscuros em nosso ser. Também pode acontecer que alguém, com toda a má intenção, faça um comentário a fim de nos perturbar; no entanto, isso pode importar tão pouco que simplesmente o ignoramos.

Nem todos têm o poder de nos magoar emocionalmente. Essa pessoa em questão tem que significar muito para nós, para que possam realmente nos machucar.

A situação é que se acertarem num ponto sensível, podem fazer que em nós nasça o rancor.

O que é o rancor?

Esta é uma emoção negativa de hostilidade para com alguém devido a uma ofensa ou dano vindo de sua parte.

Viver com rancor gera muito dano em quem o sente, porque faz com que a pessoa carregue uma carga constante de raiva. Além disso, o rancor leva a pessoa a sentir-se constantemente invadida pelas recordações da ofensa.

Advertisement

Segundo Luis Kancyper, as pessoas têm uma memória do rancor. A função dela é gerar a esperança de vingança. Isso faz com que a pessoa recorde incessantemente o que aconteceu para, assim, alimentar a “necessidade” dessa vingança. É tanto o bombardeio dessas memórias, que a pessoa fantasia sobre situações onde ela está cobrando o dano que lhe fizeram. Tudo isso surge como resultado da repressão da raiva e da dor que se transforma em hostilidade.

Uma pessoa cheia de rancor custa muito a perdoar; pode chegar a fazê-lo, mas lhe tomará muito tempo. No entanto, se não conseguir perdoar, o ressentimento será cada vez maior e a convivência se tornará complicada.

A situação é que, além de ressentimento e má atitude, a pessoa rancorosa mostrará os seguintes comportamentos:

Necessidade incessante de justiça

Este é um desejo que precisa ser satisfeito. Não importa quantas vezes a pessoa peça perdão e se reivindique. Para alguém ferido, é primordial sentir que algo deve acontecer para que o dano causado “fique pago” e sinta que houve justiça.

Normalmente, essa necessidade de justiça é levada ao extremo. O pior é que pode levar a um ponto onde o compromisso começa a se perder.

Advertisement

A única maneira de diminuir essa necessidade de justiça é falar claramente com a pessoa que nos feriu. Isto para que a outra pessoa se faça consciente de sua atuação e possa remediar o dano que nos causou. Caso contrário, a relação virá a pique.

Abala-se com detalhes insignificantes

Como há tanto rancor acumulado, não se tolerará facilmente uma brincadeira ou um comentário sarcástico. Isto vai desencadear a raiva de uma forma tão exagerada, que a própria pessoa vai ficar surpreendida com a sua reação.

Tudo o que se procura com essas explosões é tirar pouco a pouco a raiva reprimida. Ainda assim, isto é uma bomba-relógio, porque quanto mais desconforto se acumula, mais forte será o arranque agressivo.

Isolamento

Acontecerá que, por estar tão zangada com quem a magoou, a pessoa ferida não vai querer estar perto dela. Isso a levará a procurar cada vez mais momentos sozinha.

Por sua vez, esses momentos de solidão só alimentarão as memórias dolorosas que causam rancor. Isto faz com que a pessoa ferida queira não só causar dor ao ofensor, mas afastar-se cada vez mais como solução para o seu sofrimento.

Advertisement

Necessidade de ter razão

Para as pessoas rancorosas é muito importante demonstrar que, independentemente do que se trata, elas têm sempre razão.

Quer se trate de eventos simples ou complicados, a pessoa rancorosa precisa convencer os outros de que tem razão. Caso contrário, o desconforto e a raiva ficarão na sua mente.

Amargura

Uma pessoa carregada com rancor não vai ter uma boa atitude diante da vida. Sempre terá algo de que se queixar, criticar ou um motivo para discutir. Viver com essa pessoa é praticamente uma situação insustentável.

Emoções negativas constantes por quem lhe fez mal

Quer esteja sozinha ou acompanhada, a pessoa rancorosa sempre terá uma desculpa para alimentar seu incômodo. Não terá uma boa atitude para com quem a feriu. Inclusive, chegará o momento em que se dá conta que já não sente nada; já não haverá dor e nem raiva por quem a magoou.

Curando o rancor

Viver dessa maneira, carregando tanto veneno dentro de si que impede ser feliz, é insuportável.

Advertisement

Há que aprender a perdoar. Fazê-lo permite seguir adiante, sem que as lembranças dolorosas levem a um comportamento irracional.

Perdoar não é o mesmo que esquecer; não somos máquinas e sentimos, isso é inevitável. O que se pode fazer é aprender a lição e estabelecer limites. Isso ajuda as pessoas a evitarem que novamente os erros do passado voltem a magoá-la.

Também se pode optar por afastar-se de quem causou o dano. Perdoar e afastar-se, é uma ação sábia quando se sabe que podemos não curar rapidamente.

Mas cuidado, perdoar não é esquecer, tampouco dar direitos repetidas vezes a quem fez mal. Perdoar é aprender a viver com a dor, fazendo-se a promessa de não ferir nem permitir-se ser prejudicado.

Quando uma pessoa aprende a perdoar, liberta-se de um peso gigantesco que lhe rouba a vontade de viver. É reconciliar-se com a vida e permitir-se ser feliz.

Advertisement

Traduzido e adaptado por Stael Pedrosa do original 6 comportamientos que dejan en evidencia que el rencor llena tu ser

Toma un momento para compartir ...

Erika Otero Romero

Erika é psicóloga com experiência em trabalhos comunitários, com crianças e adolescentes em situação de risco.