6 coisas que você JAMAIS deve dizer a uma mulher que vai tentar um parto normal

O desejo de ver o corpo trabalhando ativamente para o nascimento do filho pode esbarrar com comentários desencorajadores. Leia o artigo e saiba o que responder aos palpiteiros de plantão.

Caroline Canazart

Sensibilidade à flor da pele, hormônios a mil e uma vidinha crescendo dentro de você, às vezes duas, três, quatro… Vai saber o resultado do próximo ultrassom? Se a mãe é de primeira viagem, aí as emoções são um pouco diferentes. As novas descobertas são muitas e as perguntas ficam pipocando na cabeça dia e noite: Essa cólica é normal? Quando vou sentir ele mexer? O que é contração? Líquido aminiótico? Vou saber quando a hora chegar?

E, claro, para essas dúvidas e todas as outras que surgem no passar das semanas sempre tem alguém para opinar, mesmo que você não tenha pedido. Sim, as pessoas a sua volta e as que não estão tão perto assim se sentem no direito de falar tudo o que pensam sobre a sua gravidez. E no Brasil, caso você fale que deseja que o seu filho nasça de parto normal… Aguente! Porque as mais variadas insinuações vão chegar aos seus ouvidos.

As mais clássicas são essas:

  1. Nossa, que coragem! Ter um filho de parto normal não é coragem. É natural. É assim desde o começo dos tempos. É deixar acontecer o que o corpo da mulher sabe fazer e na hora em que o bebê achar que está pronto para sair do aconchego do útero.

  2. Vai doer! Se a mulher estiver preparada, a dor que sentirá não será uma dor de sofrimento. É algo controlável. É possível fazer aulas de ioga durante a gestação para que a mãe possa conhecer melhor seu corpo, como as melhores posições para estar durante as contrações e na hora do parto, além de poder aprender técnicas de respiração. Se o dinheiro for curto, fazer uma procura pela internet também é uma forma de encontrar dicas para esse momento. Para quem quer um parto normal, mas não se sente muito segura em relação à dor, existe a anestesia epidural muito conhecida como “parto normal sem dor”.

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  3. Você vai ficar com a bexiga baixa! Algumas mulheres podem ficar com incontinência urinária e até fecal por algum tempo. Mas uma forma de prevenir é fazer durante toda a gestação, e também depois dela, os exercícios de Kegel, uma forma de exercitar os músculos do assoalho pélvico que ajudam a sustentar a bexiga, o útero e o intestino, e a controlar os músculos que fecham o ânus, a vagina e a uretra. É simples, quando você estiver no banheiro, segure e libere o xixi. Esse movimento vai fazer com que esses músculos se exercitem.

  4. O seu marido não vai gostar do resultado! Não é verdade. Muitos homens têm o desejo de participar ativamente do parto e de ver, literalmente, o filho nascendo. E, para os menos informados, a vagina possui elasticidade suficiente para o bebê passar. Tudo volta ao seu devido lugar com o tempo.

  5. O cordão umbilical pode estrangular o bebê. É muito importante pesquisar sobre assuntos que preocupam. Isso era algo que tirava o meu sono na minha primeira gravidez e eu descobri que 30% dos bebês nascem de parto normal e com o cordão enrolado no pescoço. Segundo a doula Eleonora de Moraes, o cordão umbilical é bem comprido e é preenchido de uma gelatina elástica e todo torcido, preparado justamente para não interromper o fluxo de sangue se for dobrado ou enrolado. O bebê recebe oxigênio através do sangue que passa pelo cordão umbilical e não respira pelos pulmões. Eleonora também diz que pode acontecer alguns casos raros de haver um cordão umbilical curto demais, o que impediria a saída do bebê do útero se estivesse com circular. Isto seria detectado durante o trabalho de parto (pela escuta dos batimentos cardíacos do feto) e aí uma cesárea seria necessária e bem-vinda.

  6. Você vai sofrer no hospital! Sofrimento no hospital se chama violência obstétrica. E isso é caso de polícia! Converse com o seu médico abertamente sobre esse tema. Caso não se sinta segura com os procedimentos que ele e sua equipe tomam para realizar um parto normal, mude de médico.

E, se as insinuações negativas a respeito da sua escolha pelo parto normal continuarem, mude de amigos também.

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Caroline Canazart

Caroline é uma jornalista catarinense que optou por ser mãe em tempo integral depois do nascimento dos filhos. Ama escrever e ainda acredita que pode mudar o mundo com isso.