5 maneiras de ajudar a quem sofre de ansiedade

Esse transtorno ao lado da depressão já são os maiores males do século XXI.

Stael Ferreira Pedrosa

Parece haver uma pandemia de ansiedade tomando conta das pessoas. Não é para menos, desde o começo deste século o mundo tem passado por situações que causam ansiedade e incerteza. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS, 2019), este é um problema que aumentou expressivamente nos últimos 15 anos. E, pior, o Brasil lidera este ranking.

Não é fácil conviver com a ansiedade, tanto para quem tem, quanto para quem convive com o portador. Quem convive com um portador de TAG (transtorno de ansiedade generalizada) sabe como é difícil lidar com o problema ou não saber o que fazer diante de uma crise.

A melhor maneira de ajudar começa pela compreensão do que é o problema. É algo real, que afeta a qualidade de vida e pode levar o portador a riscos de morte. Portanto, é contraproducente tentar ignorar (para ver se passa), brincar com a situação, chamar a pessoa de exagerada ou gritar com ela. Só vai piorar o problema, por isso o conhecimento sobre o que se passa é de fundamental importância

Transtornos de ansiedade

De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-IV), os transtornos de ansiedade costumam se apresentar como : transtorno de pânico, transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), fobia social, transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) e transtorno de ansiedade generalizada (TAG), cada um com características próprias e que geralmente apresentam comorbidades, ou seja, levam a outras doenças que se manifestam ao mesmo tempo, estas podem ser desde problemas mentais, passando por problemas cardiovasculares, chegando a complicações renais e possível morte.

Os sintomas físicos

Costumam, na maioria dos casos, ser visíveis os sintomas: nervosismo, expressão de cansaço, respiração ofegante, sudorese, palidez, agitação, extremidades frias e taquicardia. São os mais comuns.

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Sintomas emocionais

O portador de Transtornos de ansiedade, experimenta um sofrimento duplo, pois as crises de ansiedade, além do medo ou pânico que causam, com pensamentos e sentimentos de preocupação e de morte iminente, ainda que não exista uma ameaça real, também levam o portador a ter medo de ter crises fora de casa e este começa a evitar situações que possam desencadear uma nova crise. Acaba por se afastar do convívio social e ficar recluso no lar, o que pode desencadear fobia social. É desnecessário dizer que tal pessoa precisa de ajuda para vencer ou controlar o problema, ela não o conseguirá sozinha.

Como ajudar?

1. Conhecer o problema

Conforme já afirmado, o conhecimento do problema é fundamental para ajudar o doente. Procure conhecimento sobre o problema, acompanhe a pessoa nas consultas médicas e peça instruções. A ansiedade é tratável e, em alguns casos, até curada.

2. Controle a si mesmo primeiro

Não se mostre nervoso ou assustado com a situação. Tente controlar suas emoções e evite completamente comentários do tipo: você enlouqueceu, é? Está fazendo tempestade em copo d’água! Pare de exagerar os problemas! Isso pode, além da sensação de desamparo e desespero, fazer com que o portador não consiga mais se abrir com outras pessoas, esconder o problema e assim piorar seu estado emocional, desenvolver depressão e até mesmo cometer suicídio em casos mais graves. Encontrar alguém que o ouça e tente acalmá-lo concorre muito para a melhora do paciente.

3. Usar de sensibilidade e empatia

Quem convive com a pessoa portadora dos transtornos de ansiedade precisa desenvolver a capacidade de ouvir, de se colocar no lugar do outro. Isso não é fita ou fingimento, ou preguiça de enfrentar a vida. É um problema real que causa intenso sofrimento ao portador e precisa de tratamento, tanto medicamentoso quanto psicoterápico. É importante entender que este é um tipo de desordem mental em que o paciente vê os problemas bem maiores do que são e tudo se torna muito perigoso ou ameaçador. A palidez, a sudorese, o coração disparado, mostram que há um problema grave ocorrendo.

4. Ouça e tente acalmar

Cuide da pessoa como se não estivesse cuidando, como se o que você faz por ela fosse seu modo natural de ser e não cuidados feitos por obrigação. Trate-a como trataria uma pessoa saudável e aja naturalmente. Incentive-a a tomar os medicamentos e ir às sessões de terapia. Manter a calma ainda que em momentos agressivos ou de reclusão e rejeição do outro é importante, pois ele pode estar testando seu amor e suas intenções. Segure suas mãos, dê um abraço, tente explicar que a pessoa está num ambiente seguro. Muitos portadores de ansiedade costumam pensar que vão ter um ataque cardíaco. Assegure-lhe que isso não vai acontecer, mas caso aconteça, você está ali para socorrê-lo.

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5. Persevere

Se o paciente permanecer não aceitando seus argumentos ou às vezes gritando, tente compreender que ele/ela está doente. Use de empatia e tente ver as coisas do ponto de vista dele, não do seu. Não tire conclusões precipitadas e deixe-o livre para expressar o que sente. Isso o permitirá compreender seus próprios sentimentos.

Entrar em confronto quando estiver em crise pode ser pior e até mesmo expor o doente a sérios riscos, (de acordo com o quadro geral do paciente e comorbidades associadas) como de uma crise hipertensiva, que pode ter sérios desdobramentos. Tente acalmar a pessoa, dê-lhe algo para beber (água, suco), faça-a sentar-se e respirar profundamente várias vezes. Isso já lhe trará certo alívio.

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Stael Ferreira Pedrosa

Stael Ferreira Pedrosa é pedagoga, escritora free-lancer, tradutora, desenhista e artesã, ama literatura clássica brasileira e filmes de ficção científica. É mãe de dois filhos que ela considera serem a sua vida.