5 conselhos para ajudar um familiar com problemas mentais e como identificar em tempo

Se você não saber mais o que fazer, este artigo pode fornecer as ferramentas e a paz de que necessita.

Fernanda Gonzales Casafús

Vivemos em uma sociedade onde os problemas mentais são estigmatizados. Daquele que sofre de alguma doença física grave, muitas vezes sente-se “pena”; mas daqueles que sofrem de uma patologia mental, costuma-se temer.

O tabu em torno das doenças mentais é tal, que muitas pessoas têm receio de admitir que precisam de ajuda quando algum sintoma aparece. Se você tem algum familiar passando por isso, é bom que esteja lendo isso, porque significa que deseja ajudá-lo. E contribuir para que haja paz em seu entorno familiar.

O que as famílias calam

Ter alguém em casa que sofre de ansiedade, ataques de pânico, transtorno obsessivo compulsivo, psicose, paranoia, bipolaridade ou depressão, entre outras, não parece ser fácil. Às vezes, é muito difícil ajudar uma pessoa quando ela atravessa um momento difícil, pois não sabemos se está em condições de lidar com seus próprios pensamentos.

Em muitas ocasiões, as famílias se calam ou negam o que acontece por detrás de suas portas e sentem vergonha em pedir ajuda. Além disso, é uma situação que pode trazer conflitos e até brigas nas famílias, já que a má gestão das emoções acarreta implicitamente falhas na comunicação.

Se você tem um familiar que está passando por um momento difícil em suas emoções, e não sabe se se trata de algo passageiro ou se é uma condição claramente de natureza mental, preste atenção aos sinais que os especialistas apontam sobre o tema. E, acima de tudo, busque ajuda o quanto antes.

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Quais são os sinais

Conviver diariamente com nosso parceiro ou algum familiar pode favorecer a percepção de alguma mudança ou variação irregular em seu comportamento. Assim, se você notar que seu familiar se mostra um dia excessivamente alegre e no outro, sombrio, ou menciona que pessoas o persegue nas ruas, ou que escuta vozes, etc., pode tratar-se de sinais de diferentes transtornos mentais.

Os sinais de cada enfermidade mental são muitos e somente um especialista pode identificá-los em sua totalidade. No entanto, se você notar que um familiar começa a manifestar alguns dos seguintes sintomas de forma regular, é hora de buscar ajuda.

  • Altos e baixos emocionais
  • Insônia ou dormir mais que o normal
  • Refugiar-se na bebida
  • Ficar eufórico e em seguida sombrio
  • Dizer que sente presenças ou que o perseguem
  • Ter ataques de pânico e ansiedade
  • Ter “atracões” (ataque de apetite excessivo) com a comida
  • Ter crises nervosas constantemente
  • Manifestar ares de “grandeza”
  • Ter uma imagem instável de si mesmo
  • Agressividade
  • Afastamento das atividades que antes lhe davam prazer
  • Pensamentos confusos
  • Tendência a mentir
  • Delírios e paranoias
  • Mudanças no desejo sexual
  • Dificuldade para concentrar-se
  • Isolar-se socialmente (sem que seja pela pandemia)
  • Dificuldade para enfrentar problemas cotidianos
  • Pensamentos suicidas

O que fazer

Seu papel será fundamental, pois já está dando o primeiro passo, tentando compreender o que passa pela mente desse ser querido que está sofrendo. Dentro do possível, mantenha conversações a respeito de seus sentimentos para que ele lhe conte como se sente.

Se seu familiar, cônjuge ou ser querido admite que precisa de ajuda, será um grande passo. Mas, se a situação é muito grave e está colocando em risco a segurança do entorno, é você ou algum outro familiar que toma a decisão de consultar um especialista.

Enquanto isso, as seguintes recomendações podem ajudar muito o seu ente querido a transitar por este difícil momento.

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1. Informe-se

A informação será sua arma mais poderosa para ajudar o seu ente querido, já que evitará que o estigmatize e consiga gerar mais empatia com o que ele ou ela sente.

2. Não se sobrecarregue

Não é bom que seja sempre você o pilar onde essa pessoa se apoia, só porque ninguém mais o entende ou porque está sozinho. Você precisa de ajuda.

3. Não superproteja

Superproteger alguém que sofre de problemas mentais não resolve o problema, mas, ao contrário, piora. É bom que queira ajudá-lo, mas isso implica também em não alimentar o problema e ajudá-lo a entender que ele é o primeiro responsável por buscar soluções.

4. Não o pressione

Deixe que ele lhe conte seus sentimentos em seu próprio tempo. Dê-lhe o espaço e o acolhimento de que necessita, mas sem pressioná-lo. Demostre que ele pode confiar em você e que você não o estigmatiza.

5. Façam uma atividade juntos

Ajude o seu ente querido a manter-se o mais ativo possível, a manter sua mente ocupada. Ofereça-lhe companhia para ir às compras ou peça-lhe que ajude com alguma tarefa. Incentive-o a fazer coisas que parou de fazer, sua ajuda é muito valiosa.

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6. Busque ajuda profissional

Se sentir que é o momento, escute sua intuição. Deixe de lado os estigmas das doenças mentais, porque agora o que está em jogo é saúde de alguém que você ama.

Confie nos profissionais de saúde mental, tanto psiquiatras como psicólogos, que ajudarão o seu ente querido e toda a família a alcançar o equilíbrio perdido.

7. Refugie-se em Deus

Não perca a fé. Deus pode aliviar seu coração nestes momentos. Quando sentir que já não dá mais e nenhum de seus esforços valem, Ele estará lá para sustentar-lhe. Ore a Deus cada noite e peça por clareza mental e pronta recuperação de seu ser amado.

Não deixe de consultar um profissional quando considerar necessário. As doenças mentais continuam a ser escondidas por medo do “o que dirão”, mas são mais comuns do que acreditamos em nossa sociedade. Ajudar a quem amamos nos fará sentir melhor e estaremos contribuindo para a harmonia familiar. Anime-se.

Traduzido e adaptado por Stael Pedrosa do original 7 consejos para ayudar a un familiar con problemas mentales y cómo identificarlos a tiempo

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Fernanda Gonzales Casafús

Fernanda Gonzalez Casafús é argentina, mãe e formada em jornalismo. Ama os animais, daçar, ler e a vida em família. Escrever sobre a família e a maternidade se tornou sua paixão.