4 táticas para discordar sem brigar nas redes sociais

É a única maneira de tentar fazer com que ouçam seus argumentos (politicos, religiosos etc.) sem colecionar inimigos nem magoar pessoas importantes para você.

Erika Strassburger

Diante de um mundo tão polarizado, como expor nossas ideias e crenças sem sermos ofensivos? Como evitar perder amizades preciosas – às vezes em nossa própria família – ao emitirmos uma opinião? Ou como não comprar brigas gratuitas que já sabemos onde vai dar?

Vou lhe contar algumas táticas que estou usando e que estão dando resultado (pelo menos para mim):

1. Evitar se exaltar e usar termos ofensivos

Esse é o primeiro passo para evitarmos discussões acaloradas e termos a chance (mesmo que remota) de ser ouvidos por aqueles que discordam de nós: não usar os termos ofensivos que tem sido usados de sobra por aí — como jumento, gado etc. — nem se exaltar.

Quando somos respeitosos e equilibrados ao nos dirigir a alguém que pensa diferente, estamos mostrando que existe educação e empatia do “outro lado”. Que somos seres humanos e não cães raivosos pronto para atacar. Mesmo que a pessoa do outro lado se comporte como um cão raivoso. Alguém precisa dar o exemplo.

2. Não ceder a provocações

Antigamente, víamos as pessoas se alfinetando em posts políticos e religiosos. Hoje em dia, vemos ataques e perseguição escancarados. As pessoas não medem mais as palavras, e as mais coléricas costumam se esconder atrás de perfis fakes.

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Eu tenho uma regra, não respondo mais a perfis fakes. E recentemente adotei uma nova regra (a que estou me adaptando ainda), não respondo a provocações e ataques pessoais.

Então, se a pessoa me abordar com argumentos e sem ataques ad hominem – podendo discordar completamente de mim – ela merece uma resposta educada e com bons argumentos e fontes. Caso contrário, eu a deixo falando sozinha.

Em casos extremos, minha sugestão é deletar comentários provocativos que fazem em suas publicações. Isso pode evitar que esse espaço vire um campo de batalhas.

3. Reafirmar pontos convergentes

Uma forma de desarmar uma pessoa e criar empatia é reafirmar pelo menos um ponto com que ambos concordem, mesmo que discordem de todo o resto.

Então, em vez de começar dizendo “Sua visão é totalmente distorcida”, diga algo como “Concordo neste ponto específico com você, mas sobre aquele outro ponto, seria importante você saber que…”, então você mostra os argumentos bem embasados e com fontes.

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4. Encerrar a discussão na hora certa

Quando nenhum dos dois dá o braço a torcer, mesmo depois de serem apresentados argumentos embasados em fatos, provas etc., é inútil continuar o loop infinito de argumentos. Pois o que se deseja a partir daí é ter razão em vez de analisar honestamente os argumentos do outro para tentar entendê-los.

Sendo assim, despeça-se da discussão educadamente. Você já fez a sua parte. O que apresentou ali estará visível para quem tiver realmente o desejo de conhecer os fatos.

Se mesmo depois de se comportar com tanta polidez houver alguém que se magoe com o que você publica ou comenta, aí já não há o que fazer a não ser continuar mantendo o mesmo nível de educação. Infelizmente, nem todos tem a mesma capacidade de interpretação e o mesmo desejo de apaziguar.

Além das táticas sugeridas acima, leve em consideração:

Pensar no que essa pessoa significa para você

Como vocês se conheceram? O que vocês têm em comum? Como era sua relação antes desse cenário polarizado? Tenha sempre isso em mente, porque é isso que realmente importa. Jamais desfaça uma bela amizade por terem pontos de vista divergentes. Ninguém é igual a ninguém, nem mesmo dentro de nosso próprio lar. Caso contrário, quando isso tudo passar, só restarão mágoa, distanciamento e inimizade.

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Impedir que publicações conflituosas apareçam em seu feed

Para não optar pelo extremo de desfazer amizade – não faça isso, principalmente com amigos, colegas de trabalho e familiares – há opções bem úteis, como:

  • Ocultar publicação: quando não gostamos de um post específico.
  • Colocar em modo soneca por 30 dias: quando a pessoa tem postado coisas irritantes ultimamente.
  • Deixar de seguir: quando não queremos ver mais nada do que ela posta. Esta opção é meio radical quando se trata de pessoas próximas. Use-a em último caso, pois você vai acabar perdendo também as coisas boas que ela publica.
  • “Descurtir” e deixar de seguir páginas que publicam conteúdos que o deixam irritado. Isso faz muito mal a você, incita à ira.

Como diziam nossos pais, quando um não quer, dois não brigam. Que sejamos nós aqueles que vão empunhar a bandeira branca. Uma boa conversa, publicações e comentários bem embasados e com nível elevado podem esclarecer dúvidas e abrir a mente de quem discorda de nós (ou de quem está em “campo neutro”). Em contrapartida, brigas, provocações e insultos só servem para gerar mais ódio e fazer com que essas pessoas pendam cada vez mais para o outro lado.

Lembre-se, os ataques pessoais começam quando os argumentos acabam. É preciso muita sabedoria nessa hora!

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Erika Strassburger

Erika Strassburger nasceu em Goiás, mas foi criada no Rio Grande do Sul. Tem bacharelado em Administração de Empresas, trabalha home office para uma empresa gaúcha. Nas horas vagas, faz um trabalho freelance para uma empresa americana. É cristã SUD e mãe de três lindos rapazes, o mais velho com Síndrome de Down.