4 funções extraordinárias do cordão umbilical que toda grávida deve conhecer
Além das funções normais de fazer as trocas gasosas e nutrir o feto, o cordão umbilical também exerce outras funções muito interessantes. Veja aqui.
Stael Ferreira Pedrosa
Poderíamos definir o cordão umbilical como um tubo que liga o bebê à mãe, cuja função é nutrir e fazer as trocas gasosas (levar oxigênio e receber de volta o gás carbônico) entre a placenta e o corpo do feto. Mas, suas funções vão muito além disso.
Nas primeiras semanas, o pequeno embrião se alimenta dos nutrientes de um minúsculo saco, chamado de saco vitelino ou vesícula vitelínica que está ligada diretamente aos intestinos. O cordão só se formará por volta da 12ª semana quando então a vesícula desaparece e o feto passa a se alimentar através deste meio.
O cordão umbilical
Símbolo máximo da ligação mãe e filho, o cordão umbilical é composto por três canais: duas artérias, uma veia e uma espécie de geleia que o envolve: a geleia de Wharton, que protege os vasos. Somente os mamíferos possuem tal estrutura que liga a placenta ao corpo do feto, ou seja, liga mãe e filho.
Além das funções normais de fazer as trocas gasosas e nutrir o feto, o cordão umbilical também exerce outras funções muito interessantes. Veja aqui funções extraordinárias do cordão umbilical que toda grávida deve conhecer.
1. Ele age como pulmão
É sabido que o oxigênio é levado a todas as partes do corpo através da corrente sanguínea, o que é fundamental para a vida. O cordão umbilical é que garante esse processo de levar o oxigênio para o bebê em formação, já que ele ainda não tem pulmões formados. O cordão leva o sangue oxigenado para dentro do corpo do bebê através da veia e recebe as excretas e o sangue desoxigenado pelas artérias, devolvendo-o à placenta onde é renovado e purificado e volta novamente pela veia ao bebê, ou seja, a mãe tem seu sangue e o bebê o dele e não se misturam.
2. Realiza funções endócrinas
Além de alimentar e prover a respiração para o bebê, o cordão também transporta hormônios resultantes das funções endócrinas realizadas pela placenta e aqueles resultantes dos processos e ou sentimentos maternos. Os níveis umbilicais dos hormônios como o do crescimento (IGF) aumentam ao longo do tempo e estão correlacionados com o peso fetal e placentário, se os níveis são baixos pode haver restrição do crescimento intrauterino.
3. Armazena células-tronco
O sangue do cordão umbilical tem as “stem-cells” ou células-tronco em abundância e são encontradas junto dos elementos sanguíneos como os glóbulos vermelhos, os brancos e as plaquetas. As células-tronco são aquelas que podem se “transformar” em qualquer outra do corpo. As células presentes no cordão umbilical são chamadas de somáticas e são encontradas tanto no sangue (células hematopoiéticas) quanto nos tecidos (células mesenquimais). Atualmente as pesquisas estão voltadas para este tipo de célula-tronco, porque se pode produzir mais células-tronco a partir destas e podem ser congeladas e dividas em ambiente laboratorial. Além de poderem se dividir, podem também ser estimuladas para se tornarem em células e tecidos necessários para serem utilizados em tratamento e terapias.
A grande vantagem é que essas células nunca foram expostas a qualquer tipo de contaminação como vírus, bactérias ou outras ameaças presentes no meio ambiente, tendo maior eficácia terapêutica e proporcionando menor risco de complicações infecciosas em pacientes já debilitados.
4. É condutor emocional
O cordão alimenta também a conexão mãe e filho de maneira profunda. Não apenas pela exposição do feto às alterações emocionais e ou hormonais da mãe, mas acredita-se que quando o corpo físico do cordão se forma, forma-se também um cordão energético que transporta as emoções e sentimentos da mãe para o feto. Médicos e cientistas atribuem essa transmissão de sentimentos não a algo sobrenatural, mas aos hormônios liberados pela mãe diante de situações de estresse. Segundo a neuropsiquiatra infantil, Theolinda Mestriner Stocche, da Faculdade de Medicina da USP “toda situação de estresse atinge o feto”. O bebê também pode sentir ansiedade ou nervosismo bem como os sentimentos de amor e afeto ou rejeição, todos transmitidos através desse tubo fantástico.