4 atitudes tóxicas que boas mães cometem

Até as boas mães podem ter atitudes tóxicas. Vejam algumas que trazem sérios prejuízos.

Erika Strassburger

Mãe é o chamado mais grandioso que há e deveria ser cumprido com todo empenho e amor, apesar das imperfeições particulares de cada mulher – o que não as impede necessariamente de serem boas mães. Infelizmente, nem toda mãe compreende a natureza sagrada desse encargo e faz coisas que deixam feridas profundas no coração dos filhos, muitas vezes sem nem sequer perceber sua gravidade.

A primeira vez que li “atitudes tóxicas” referindo-se a mães ou “mães tóxicas”, achei tão forte, meio chocante, inclusive. Como uma mãe pode ser “tóxica” para o próprio filho? Mas logo me lembrei de uma mulher que conheci quando era criança, e pensei, “sim, existem mães tóxicas, e mães más”.

Quando eu tinha por volta de 11 anos, morava em um bairro em que minha vizinha dos fundos praticava abusos contra seus filhos pequenos. Ela tinha 5 ou 6 filhos (não lembro exatamente, mas era uma escadinha). Acho que o mais velho tinha 10 anos, no máximo. Ela fazia algo inacreditável com eles. Em pleno inverno – eu moro no Rio Grande do Sul, então a temperatura chega tranquilamente a 5 graus – ela dava banho frio de mangueira neles como forma de punição, quebrava sarrafos em suas costinhas e berrava o dia todo. Era um show de horrores. Não sei “que fim deu” aquela mulher (que nem merece o título de mãe), mas aquelas cenas estão em minha mente até hoje.

Mas, para deixar marcas profundas, a toxicidade de uma mãe não precisa ser tão grave e explícita quanto a daquela mulher. Até as boas mães, ou as que se acham boas mães, podem ter atitudes que trazem sérios prejuízos.

Abaixo estão quatro atitudes tóxicas que até as boas mães podem cometer:

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1. Atribuir rótulos

Há muitos anos, presenciei várias vezes uma mulher chamando a filha adolescente de preguiçosa. E ela não dizia apenas para a menina, mas também para as outras pessoas: “Ela almoça e some para não lavar a louça. É uma preguiçosa!”. Um dia, eu estava conversando com a jovem e fiquei surpresa ao vê-la chamando a si mesma de preguiçosa. Ela ouviu tantas vezes que era preguiçosa, que acabou acreditando e moldando seu futuro com base nessa crença.

Imagine uma mãe afirmando: “Você é uma mentirosa!” ou “Você é um medroso!”, ou ainda “Meu filho tem problema de nervos”, com ele escutando ao lado. Mesmo que uma criança ou jovem apresente um comportamento negativo – como mentir, ficar nervoso, ter medo, ter preguiça etc. – não podemos defini-lo por esse comportamento. Todos nós temos fraquezas e imperfeições e elas não nos definem. Com o tempo, podemos moldar nosso comportamento e deixar para trás características negativas.

Uma mãe que rotula os filhos não apenas está humilhando-os, mas fazendo-os acreditar que aquela é a sua essência e que nada pode mudar isso. E assim, ela acaba arruinando um futuro que poderia ser promissor.

2. Manipulação

Há mães que apelam para o sentimento de culpa e impõem medo nos filhos para induzi-los a fazer o que elas querem. Elas podem usar frases como “Eu me sacrifiquei a vida inteira e agora você vai me abandonar!” ou “Eu não sei se vou aguentar” (dando a entender que pode morrer) se o filho, por exemplo, decidir que está na hora de morar sozinho. Ou “Como pode tratar seu pai tão bem depois de tudo o que ele me fez”, quando tem ciúme do filho com o ex-cônjuge.

Poderíamos dizer que apenas mães tóxicas fazem isso. Mas vamos dar o benefício da dúvida e dizer que algumas mães manipulam sem ter plena consciência de que é isso que estão fazendo. Talvez o façam por não saberem lidar com o sentimento adversos, ou tenham medo de perder o amor dos filhos.

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3. Regras desnecessárias e castigos desproporcionais

Todas as crianças e jovens precisam de certa liberdade, adequada para sua idade, como brincar ao ar livre, ter bons amigos, ir ao cinema com a turma e participar de outras atividades salutares. Se cometerem algum erro ou houver alguma quebra de confiança, obviamente devem ser corrigidos, o que pode incluir a perda temporária de algum privilégio.

As regras e limites são importantes e necessários, mas quando são exagerados e desproporcionais, não servem para ensinar nem proteger os filhos, mas para torturá-los.

4. Negatividade e desencorajamento

Algumas mães – talvez pela personalidade – só veem o lado negativo da vida, acham que tudo é difícil e inalcançável. E acabam estimulando seus filhos a desistir de um bom sonho, dizendo coisas como: “Ih, isso é só para pessoas inteligentes!” ou “Isso é só para gente rica!”, ou “Precisaria emagrecer 10 quilos, e do jeito que você come, nunca vai conseguir!”, ou ainda, “É um curso muito concorrido, nem perca seu tempo!”. E assim vão criando filhos inseguros, desanimados e com zero competitividade.

Há ainda outras coisas que poderiam ser classificadas como tóxicas que muitas mães dizem e fazem, consciente ou inconscientemente. Cabe a cada uma de nós avaliar melhor as próprias atitudes, abandonar aquilo que possa estar desestimulando os filhos, tentando ser o mais positivas, empáticas e bondosas possível.

Sempre que tiver vontade de falar ou fazer algo para seu filho, olhe-se no espelho e fale para si mesma, imaginando que outro está lhe dizendo aquilo. Se tiver um bom coração batendo aí dentro, você saberá na hora se deve ou não dizer.

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E caso tenha cometido o erro de dizer algo ruim impulsivamente, vá até seu filho agora mesmo e peça desculpas. Diga que estava nervosa e disse sem pensar. Então, elogie-o sinceramente e diga coisas motivadoras. Todo mundo precisa de motivação para melhorar em alguma coisa. Você quer que seu filho melhore ou piore?

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Erika Strassburger

Erika Strassburger nasceu em Goiás, mas foi criada no Rio Grande do Sul. Tem bacharelado em Administração de Empresas, trabalha home office para uma empresa gaúcha. Nas horas vagas, faz um trabalho freelance para uma empresa americana. É cristã SUD e mãe de três lindos rapazes, o mais velho com Síndrome de Down.