3 fatos sobre endometriose que toda mulher deve conhecer

Muitas mulheres se confundem, principalmente com o número 2.

Stael Ferreira Pedrosa

Cerca de seis milhões de mulheres no Brasil sofrem todos os meses com este que é um problema que causa dor e, em alguns casos, infertilidade – a endometriose.

A endometriose se dá quando o endométrio – tecido que reveste as paredes internas do útero – se projeta para fora deste, saindo pelas trompas e se fixa na cavidade abdominal, em outros órgãos tais como ovário, trompas, intestinos e bexiga. Quando a mulher menstrua, esses tecidos fora do útero também sangram, o que acaba por causar aderência, inflamações e/ou tumores císticos. Segundo este site “as aderências se assemelham a cicatrizes formadas com a inflamação dos tecidos endometriais, e essas cicatrizes fazem com que os órgãos se juntem e ocorram compressões”. O resultado é dores abdominais fortes (90 a 95% dos casos), que necessitam de analgesia e dificuldades de engravidar.

Segundo a Associação Brasileira de Endometriose, (SBE) 10% a 15% das mulheres em idade reprodutiva (13 a 45 anos) podem desenvolvê-la e 30% tem chances de ficarem estéreis. Estudos apontam que a causa pode ser genética. Mulheres que têm histórico familiar de endometriose irão apresentar a doença ou estão em maior risco.

Informar-se ainda é o melhor meio de lidar com essa doença. Por isso aqui estão 3 fatos sobre ela que você deve conhecer

1. Endometriose não tem cura

Esta é uma doença difícil de diagnosticar, somente a laparoscopia é capaz de dizer exatamente se é endometriose ou não. Os sintomas são cólicas fortes, dificuldade para engravidar, problemas intestinais entre outros. É um problema crônico e, portanto, sem cura definitiva. O que se pode fazer são tratamentos que dão uma melhor qualidade de vida à portadora da doença. A videolaparoscopia é um tratamento que retira a maior parte das cicatrizes e aderências, diminuindo a dor e evitando a recorrência das lesões por períodos maiores.

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2. Endometriose não significa infertilidade

Segundo a SBE, as mulheres com endometriose têm chance menores de engravidar que aquelas sem endometriose. Entre 50% a 70% das mulheres com a doença sofrem de infertilidade e que no âmbito geral das mulheres que não conseguem engravidar, 40% tem endometriose. No entanto, existem chances de engravidar mesmo em presença da doença.

A infertilidade se dá devido às distorções anatômicas causadas pela endometriose, que são obstruções das trompas através de aderências que impedem o óvulo de chegar à tuba uterina. Além disso, pode haver uma desordem ovulatória causada pelas modificações nos folículos ovarianos. Caso a fecundação ocorra, ainda há dificuldades de implantação embrionária devido às alterações no endométrio.

No entanto, cerca de 50% das mulheres com endometriose podem engravidar sem tratamento específico. E grande parte delas pode engravidar após tratamento adequado, exceto nos casos em que o tratamento é feito com anticoncepcionais. A cirurgia por videolaparoscopia ou a robótica – que retira as lesões e aderências – pode aumentar as chances de engravidar. Em outros casos pode ser feita a inseminação intrauterina ou fertilização in vitro.

3. Os sintomas não são decisivos para definir o grau

Nem sempre se pode saber o nível da doença pela quantidade de sintomas já que existem casos em que mulheres com endometriose avançada apresentam poucos ou nenhum sintoma.

Existem três tipos de endometriose: endometriose profunda, endometriose peritoneal e endometriose ovariana. Os graus são definidos de acordo com o local, o tamanho das cicatrizes e aderências.

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Endometriose profunda: é a forma mais grave e agressiva da doença, pois o tecido endometrial se alastra por uma área maior, piorando os sintomas. Pode se alastrar pelos intestinos e bexiga causando intensa cólica menstrual, dores abdominais fora do período menstrual, sangramento anal durante a menstruação, dor ao urinar e nas relações sexuais.

Endometriose peritoneal: Instala-se no peritônio, tecido que envolve a cavidade abdominal e acomete órgãos como na endometriose profunda, mas com lesões mais superficiais. Os exames como ultrassom e de sangue podem não mostrar alterações e o diagnóstico correto só pode ser alcançado com a laparoscopia.

Endometriose ovariana: também chamada de endometrioma, e se apresenta como uma aderência do endométrio ao ovário que forma uma massa com conteúdo líquido. Em alguns casos ele se rompe ou vaza líquido do seu interior causando dor súbita e intensa no abdômen. Também só pode ser diagnosticado por laparoscopia.

Os tratamentos disponíveis para a endometriose são: analgésicos; anticoncepcionais, indução da menopausa com medicamentos ou histerectomia, DIU e cirurgia para remoção de tecidos endometriais fora do útero.

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Stael Ferreira Pedrosa

Stael Ferreira Pedrosa é pedagoga, escritora free-lancer, tradutora, desenhista e artesã, ama literatura clássica brasileira e filmes de ficção científica. É mãe de dois filhos que ela considera serem a sua vida.