3 mitos e 3 verdades que você precisa saber sobre a transmissão do HIV

É necessário ter-se o mínimo de conhecimento que possibilite a proteção contra essa e outras doenças sexualmente transmissíveis.

Stael Ferreira Pedrosa

É preocupante o quanto as pessoas deixaram de se prevenir contra a AIDS. Segundo a pesquisa Juventude, comportamento e DST/AIDS feita pela Caixa seguros, sob supervisão do Ministério da Saúde e da Organização Pan-Americana de Saúde, o comportamento sexual de homens e mulheres mudou muito não apenas no Brasil, mas em todo o mundo.

Algumas das crenças apontadas pela pesquisa mostram que:

  • 91% dos jovens entre 18 e 29 anos já têm vida sexual ativa

  • 23% acreditam que ser fiel ao parceiro não diminui as chances de se contrair Aids

  • 24% acham que podem contrair HIV pela saliva

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  • 15% acreditam que malária, dengue, hanseníase ou tuberculose são DST

  • 29% creem que o vírus seja difícil de contrair e que não é necessário tomar medidas preventivas.

De acordo com a pesquisa, o nível de desinformação e de cuidados protetivos são baixos, o que é preocupante. É necessário ter-se o mínimo de conhecimento que possibilite a proteção contra essa e outras doenças sexualmente transmissíveis.

Mitos e verdades

3 mitos sobre a transmissão de HIV/Aids:

1. HIV se pega pela saliva

Não existem casos de contaminação pela saliva, por beijo ou uso compartilhado de talheres. Segundo os pesquisadores a própria saliva contém substâncias (a fibronectina e as glicoproteínas) capazes de neutralizar o vírus da aids. Portanto, abraçar, beijar no rosto (pois se for na boca o contágio embora raro, pode se dar através de possíveis feridas ou sangramentos orais imperceptíveis), compartilhar talheres, copos, etc., não é comportamento de risco para transmissão de HIV/aids.

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2. As pessoas soropositivas têm aparência de doente

Este é um mito perigoso. Muitos acreditam que o soropositivo terá aparência de doente ou qualquer sinal aparente. O que não é verdade, pois o vírus pode passar anos incubado sem qualquer prejuízo à saúde do infectado. Além disso, pacientes em uso do coquetel antirretroviral mantêm-se saudáveis. Com relação à AIDS, é bom saber que “quem vê cara, não vê AIDS”.

3. É possível evitar o contágio com proteção medicamentosa

Mito. Embora algum alarde tenha sido feito a respeito de no Brasil se estar testando a profilaxia pré-exposição (PrEP) ao vírus do HIV – estratégia de prevenção através do uso de um medicamento antirretroviral (ARV) – as estratégias para evitar a contaminação ainda são o uso do preservativo e, no caso do soropositivo, a utilização dos medicamentos, diz o médico infectologista do Hospital Emílio Ribas, Jean Gorinchteyn.

3 verdades sobre transmissão de HIV/Aids

1. É possível contrair HIV no dentista, ao fazer tatuagem e manicure

Sim, é possível! Por isso fique atento e exija de tais profissionais que os instrumentos perfuro cortantes sejam esterilizados com autoclave ou descartáveis. O uso de autoclave não só elimina o vírus HIV como os da hepatite B e C, de acordo com Jean Gorinchteyn.

2. Mulheres soropositivas podem ter filhos soronegativos

Sim, podem. A mulher portadora do vírus deve realizar todos os exames necessários antes de engravidar para saber a situação de sua carga viral (se está positiva ou negativa) bem como tomar todos os remédios indicados pelo médico para evitar que o contamine o bebê. Se a mulher engravidou sem saber, deve fazer o pré-natal de maneira rigorosa e usar os antirretrovirais. O parto deverá ser cesárea e a criança não deve amamentar no peito. Se ambos, pai e mãe forem soropositivos, é aconselhada a fertilização in vitro.

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3. Outras práticas sexuais são arriscadas

É verdade. Para se contrair o vírus nem sempre é necessária a penetração. O contato com fluidos sexuais por via oral, por exemplo, pode ser suficiente para contrair o vírus. É necessário usar-se preservativo em todos os momentos da relação sexual com parceiros infectados e mesmo entre parceiros onde os dois são infectados.

Segundo especialistas, ser “careta” ainda é a melhor proteção contra o HIV e outras DSTs. Isso inclui um comportamento taxado pela sociedade como ultrapassado, ou seja, abster-se de ter relação sexual antes ou fora do casamento. Permanecer longe de drogas injetáveis ou outras como o álcool, que embora não transmita a doença, predispõe a comportamento de risco, o que é comprovado pela pesquisa citada acima onde 34% dos entrevistados admitiram ter tido relações sexuais sem proteção justamente após terem consumido drogas lícitas ou ilícitas, reforçando mais uma vez a ideia de que nem sempre ter a informação se traduz na adoção de práticas corretas.

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Stael Ferreira Pedrosa

Stael Ferreira Pedrosa é pedagoga, escritora free-lancer, tradutora, desenhista e artesã, ama literatura clássica brasileira e filmes de ficção científica. É mãe de dois filhos que ela considera serem a sua vida.