Sinais de que você está intimidando seus filhos

Dicas para avaliar o modo de lidar com as crianças.

Suzana Ribeiro

Ensinar, educar e disciplinar são três verbos que se completam no que é esperado de bons pais, mas como fazer tudo isso da forma correta? Como reconhecer os limites entre ensinar e forçar, educar e assustar ou disciplinar e coagir? Às vezes, os pais extrapolam certos limites, estando sinceramente bem motivados, mas o exagero de algumas atitudes pode ser muito nocivo e traumático para o desenvolvimento das crianças. A violência emocional gera feridadas profundas, difíceis de cicatrizar, por isso, é importante se manter sempre atento e policiar cada impulso intimidador.

Gritos

A menos que a casa esteja em chamas (ou outra situação emergencial desse nível) não gritem com seus filhos. Mesmo que eles estejam desobedientes, não grite. Vá até onde estão e fale olhando em seus olhos, abaixe-se se for preciso e desligue a TV ou tire-os de um meio tumultuado para que possam conversar. Vale lembrar que gritar para chamar alguém que está longe é muito diferente de gritar para dar broncas e ofender. O tom de voz firme não precisa ser alto.

Manipulação

Se você costuma assustar seus filhos, pressionando-os com ameaças, para conseguir que eles façam o que deve, como arrumar o quarto, fazer as lições ou cumprir qualquer outra tarefa, saiba que esse tipo de abordagem não funciona por muitos anos, conforme crescem eles perdem os medos que os mantinham na linha e passam a dar pouca importância às ameaças dos pais. É mais eficiente ser persuasivo, ensinando as consequências de más escolhas ou até mesmo explicando como se sente em relação a um determinado comportamento. Conversar, incentivar a reflexão, sem condenar nem ameaçar é um caminho melhor.

Respeitar

Jamais xingue seus filhos, nunca os rotule, dizendo coisas como: “Você é burro!”, “Será que você não pensa?”, “Menino malvado!”, “Seu mentiroso!”. As palavras ficam gravadas na mente deles e mesmo que sejam posteriormente retiradas ou ditas da boca para fora, num momento de raiva, elas continuam na lembrança dos pequenos, e existe o sério risco de que eles acreditem no que ouviram, e passem a pensar mal de si mesmos. Se precisar corrigir, mencione o erro da ação, como: “Isso que você fez foi errado”, ou“Tem certeza de que está dizendo a verdade?”, “Não gosto quando você é rude com seu irmãozinho.”

Instilar medos

Certa mulher estava tão preocupada ao levar seus 3 filhos para brincar em um parquinho, para que não se machucassem, que proibia a maior parte das atividades normais para a idade deles, e em seu estado de tensão, acabou ficando furiosa quando uma das crianças caiu do balanço, batendo a cabeça. Ao invés de socorrer com carinho e atenção, ela xingou o menino muitas vezes, censurando-o por ter caído. Ela nem ouviu ele dizer várias vezes que estava bem, que não tinha se machucado… De tanto ralhar, ela finalmente conseguiu fazê-lo chorar. Como isso pode ser explicado? Na verdade, não faz muito sentido, mas podemos perceber que se preocupar excessivamente pode distorcer nossa percepção da realidade, colocando a perder momentos preciosos.

Advertisement

Autocontrole

A expressão “perdi a cabeça” implica algo involuntário, como se não houvesse outra opção, isso é mentira. Ninguém perde a paciência, na verdade, escolhemos deixá-la de lado! Pode ser uma escolha feita rapidamente, com pouca ou nenhuma reflexão, mas ainda assim, é uma escolha. Não se engane pensando que ter uma atitude ofensiva quando houve provocação é justificável, podemos controlar as circunstâncias ao invés de ser controlado(a) por elas.

Toma un momento para compartir ...

Suzana Ribeiro

Suzana A. Ribeiro é autora dos livros: O Elo Forte, uma história contada por quatro gerações, Um Sonho Distante, o que existe além da memória e está escrevendo o terceiro volume da série.