Pavio curto X Autocontrole. O que você escolhe?

Li em um adesivo de carro: “Seja paciente no trânsito, para não ser paciente no hospital”. O quão paciente nós somos? Que fazer para melhorar?

Luiz Higino Polito

Conforme a população do mundo vai aumentando e os espaços diminuindo, com a vida das pessoas se tornando cada vez mais frenética, é cada vez mais importante desenvolver a paciência. Principalmente nas grandes e médias cidades, a falta de paciência é percebida em todo lugar que vamos: nas filas de bancos, no trânsito, nos hospitais, no supermercado, em casa e em todo lugar.

Quem não tem o dom natural da paciência precisará desenvolvê-lo, se quiser ter uma vida saudável e produtiva. Não é fácil termos paciência com certas coisas e pessoas, mas isso é um requisito importantíssimo no nosso relacionamento familiar, no nosso trabalho ou em qualquer outro lugar que se estivermos.

A virtude da paciência

Paciência é a primeira das virtudes que o Apóstolo Paulo alista no seu famoso sermão a respeito do amor: “O amor é paciente, o amor é bondoso. Não inveja, não se vangloria, não se orgulha. Não maltrata, não procura seus interesses, não se irrita facilmente, não guarda rancor. O amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade. Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta” (1 Coríntios 13:4-7).

Na Bíblia, o maior exemplo de paciência é o de Jó, que passa por tantas atribulações e perdas em sua vida, mas ainda consegue ter paciência com sua esposa e amigos que o criticam, e no fim é recompensado por isso. Não é incomum se ouvir alguém falando sobre a “Paciência de Jó”…

Pavio curto X Autocontrole

Explodir com facilidade ao menor sinal de contrariedade, pode nos colocar em sérias dificuldades. Ter “pavio curto” não é uma boa coisa, com tantas pessoas estressadas que existem hoje em dia, aonde quer que estejamos. Vemos constantemente casos de brigas que começam por motivos banais e acabam em grandes tragédias pessoais.

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Quantas brigas de casais ou brigas de trânsito não poderiam ser evitadas, se as pessoas tivessem somente um pouco mais de paciência? Quantos dissabores e arrependimentos nós também evitaríamos, se tão somente conseguíssemos ter autocontrole na hora certa?

Autocontrole e paciência são virtudes essenciais para mantermos uma vida salutar, por isso é tão importante que nos esforcemos para desenvolvê-las.

Como desenvolver paciência?

Uns são naturalmente mais pacientes do que outros, porém todo mundo já teve momentos em que perdeu a paciência com alguma coisa ou alguém. E o que fazer para desenvolvermos mais paciência? Algumas dessas dicas talvez sejam úteis:

Pensar antes de falar

Falar sem antes pensar é um passo quase certo para o desastre. Certa vez fiz a besteira de chamar minha esposa de Dona Onça, num dia em que ela já estava meio nervosa. Uma de minhas filhas, que estava sentada perto de mim, não gostou de minha brincadeira, porque viu que minha esposa tinha ficado brava com meu comentário. Aí fiz uma besteira maior ainda, chamando minha filha de Jaguatirica (que é um tipo de onça pequena). Quase apanhei das duas nesse dia…

Contar até três

“Conte até três, e se precisar, conte outra vez”. O importante é aprendermos a não reagirmos rápido demais, mas sim agirmos conscientemente sempre. Não é fácil, mas é possível, desde que tenhamos boa vontade.

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Sair de perto e dar uma volta no quarteirão até a raiva passar

Em casos em que percebermos que as coisas podem não acabarem bem devido à nossa falta de paciência, podemos sair e andar um pouco até nos acalmarmos. Numa briga de casal, por exemplo, ambos acham que têm razão e ninguém ganha – os dois perdem. É melhor evitar uma briga do que ter de remediar depois. Não vale a pena.

Lembre-se de que cada pessoa é diferente da outra

Ninguém é obrigado a pensar igual a nós. Cada pessoa tem sua opinião a respeito das coisas e assim como nós gostamos que nos respeitem, devemos respeitar a opinião dos outros, por mais estranha que possa nos parecer.

“O direito de agitarmos nosso dedo acaba onde começa o nariz do outro” é uma boa frase para lembrarmos, sempre que estivermos prestes a sermos intolerantes com alguém.

A teoria e a prática

Neste mesmo dia em que estou escrevendo este artigo, já bati o cotovelo na gaveta da mesa onde escrevo, enrosquei o braço na maçaneta da porta e um dos nossos gatos derrubou uma imensa pilha de livros que estavam prontos para serem guardados na estante.

Por isso é que dizem que “a teoria, na prática, é outra”. Tudo é muito fácil na teoria, mas na prática a coisa muda. A teoria, porém, é importante também, porque se a gente aprende o que é o melhor para se fazer, existe muito mais probabilidade que o façamos, do que se não o soubermos.

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Exercícios em câmera lenta

Para eu aprender um pouco mais de paciência, inventei o exercício de fazer o meu trabalho em câmera lenta por alguns minutos, pelo menos. Isso para que eu seja um pouco menos afobado, poupando meu cotovelo, meus braços e colocando em prática a difícil “arte da paciência”.

Também coloquei uma boa música para tocar no nosso computador, enquanto trabalhamos. Boa música também pode nos ajudar a muito a nos acalmar e relaxar.

Portanto, tenhamos paciência. Nossa saúde agradece.

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Luiz Higino Polito

Casado, pai de três filhos e avô de quatro netos, estudei oratória e didática. Gosto muito de escrever. Profissionalmente, sou músico e tenho um Sebo Virtual, onde vivo com minha esposa e cercado de livros!