O trabalho árduo purifica o caráter

Veja, através da história de um menino que transformou seu caráter através do trabalho, os perigos de enriquecer de forma fácil.

Fernando Falcão

No suor do teu rosto comerás o teu pão” (Gênesis 3:19).

Essa frase tão marcante a respeito de como deve ser o processo de ganhar a vida, conquistar o próprio sustento e o de sua família, se encontra nas páginas iniciais do livro mais lido no mundo. É de se surpreender que ainda assim tantas pessoas busquem por maneiras fáceis, rápidas e até mesmo desonestas ou injustas de se obter riquezas.

Como balancear o tempo entre trabalho e família

Sem esforço [trabalho], nada de valor se realiza. “Não existe maneira de atravessar a vida sem consumir o trabalho [suor] de alguém – o nosso próprio ou o alheio” (EVANS, R. 1957, p. 71). Assim, provavelmente aquela frase foi escrita com o objetivo de ensinar dois princípios básicos: Autossuficiência e trabalho, ou seja, que não se consegue mantimentos sem trabalho; e deve-se buscar isso através do próprio esforço, e não do esforço alheio.

Então, qual é a relação entre trabalho e caráter?

Se fizermos uma analogia, o caráter pode ser comparado ao trabalho.

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A história a seguir ilustra bem esse princípio: Havia um menino que, juntamente com outros colegas, tinha o costume de importunar uma senhora pisando em seu jardim. Certa vez, foi oferecido o trabalho para que o menino cuidasse do jardim semanalmente. Foi lhe explicado que os salários poderiam variar de 1 centavo à 5 dólares, dependendo da qualidade de seus serviços, e que ele mesmo iria julgar a quantia merecida. Porém, havia apenas um punhado de pessoas no mundo todo que poderia realizar um trabalho de 4 dólares e ninguém nunca havia alcançado o valor máximo de 5 dólares antes, pois isso era impossível.

Nos primeiros dias, por mais que se esforçasse, conseguiu apenas 2 dólares. Após um tempo de experiência, conseguiu 3 dólares e em seguida, 3,50 dólares. Ele saiu então determinado a se tornar um jardineiro de 4 dólares.

A importância do trabalho para viver o caminho do Senhor

Porém, naquela noite ele acordou com um desejo repentino de trabalhar pelo valor de 5 dólares, mas ele sabia o que isso significava; teria que ir além de suas forças, fazer coisas inimagináveis e alcançar o inalcançável.

Ele começou cedo naquele dia. Trabalhou toda a manhã e já estava exausto, mas havia apenas alcançado a marca de 3 dólares. Então veio um grande desânimo que o fez pensar ser mesmo impossível alcançar a sua meta. Porém, ele não se rendeu. Trabalhou as irregularidades do quintal, usou linha para alinhar a altura da grama; passou o cortador de forma que o gramado parecia um tabuleiro de xadrez de veludo. Cortou as beiradas com a tesoura e usou suas pequenas mãos para arrancar o restante. Ao final do dia, com seu corpo tremendo de cansaço, se dirigiu à senhora dona do jardim e sem hesitar disse: Hoje o meu trabalho foi digno de 5 dólares.

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Caminhar a segunda milha

O que causou essa grande transformação no menino? O que o fez passar de um desocupado bagunceiro para um trabalhador árduo que alcançou a perfeição naquele jardim?

Ambição x Excelência

Qualquer um poderia dizer que foi a ambição pelos 5 dólares, mas se analisarmos mais a fundo, perceberemos que ele estava interessado em realizar um trabalho que era considerado impossível antes, por um jardim que nem era seu. Essa era a sua meta, e ele conseguiu.

Aprender, agir e aperfeiçoar-se

Enquanto ele trabalhava o jardim, seu interior também foi trabalhado e embelezado. Ele adquiriu novas habilidades e talentos. Descobriu força nova e determinação, e é isso que o trabalho faz conosco. Sentimo-nos dignos, aliviados e merecedores.

Porém, o que acontece quando buscamos dinheiro sem esforço ou através de trabalho alheio? Exatamente o oposto: não desenvolvemos nossas habilidades, tornamo-nos preguiçosos e egoístas.

Podemos e devemos usar esse sinal como aviso contra armadilhas: Trabalho sem esforço adequado [suor] empobrece o caráter, mas o trabalho árduo trabalha nosso caráter!

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Fernando Falcão

Fernando Falcão é estudante de psicologia na Puc Campinas e Diretor Executivo da Intellego, uma consultoria de desenvolvimento humano e treinamentos com foco no comportamento e desenvolvimento de competências.