O poder do exemplo

Reflexões sobre o valor dos exemplos dados pelos pais na educação e boa formação moral e ética dos filhos.

Suely Buriasco

O que temos ensinado as nossas crianças? É uma boa pergunta para iniciarmos essa reflexão sobre o poder do exemplo. Não se pode duvidar que a educação se processa muito mais pela imitação do que pelo discurso.

Para Sêneca: “O homem acredita mais com os olhos do que com os ouvidos. Por isso longo é o caminho através de regras e normas, curto e eficaz através do exemplo”. Sábias palavras! Não se pode acreditar que a disciplina, tão importante na educação, seja possível apenas pela elaboração de regras, há que se dar o exemplo.

A palavra

Palavras são importantes, principalmente quando representam as orientações necessárias para o bem proceder das crianças e jovens, no entanto, tornam-se vazias se não forem acompanhadas da ação de quem as pronunciam. A moral para orientar está no proceder e palavras advindas de quem não tem moral para tanto não ressoam, pois são nulas de significado. É importante a consciência de que cada gesto, cada palavra, cada atitude que tomamos estão sendo cuidadosamente observadas e imitadas pelas crianças que nos rodeiam.

A verdade

Sem a consciência da importância da verdade em todas as situações do cotidiano, muitos pais apresentam uma realidade distorcida aos filhos. Valores morais só são transmitidos quando representam a realidade na vida daquele que se propõe a propagá-los. Desconsiderando a grandeza da integridade e da dignidade humana de nada adiantará o discurso, nem mesmo a imposição, que nesse caso, provocará a revolta nos filhos. Mentiras ou as chamadas meias verdades contribuem para a construção de uma sociedade corrupta, com parâmetros morais difusos. O adulto que mente perde a autoridade moral para exigir qualquer coisa da criança.

A ação

Muitas vezes o adulto se ilude acreditando que pequenas distorções de seu próprio caráter passam despercebidas. Entretanto, a experiência comprova que os filhos perseguem os exemplos dos pais com muita atenção e, mesmo as coisas mais ínfimas são elementos que provocam cedo ou tarde uma reação na vida deles.

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Autoridade moral

Grande é a importância da autoridade moral, tão necessária na construção de uma sociedade mais digna e positivamente mais justa. A verdadeira autoridade não se impõe, conquista-se através da vivência dos ensinamentos que se propõe a dar. A autoridade moral guia as pessoas pelo próprio exemplo e pela forma coerente entre falar e fazer. “Quem você é fala tão alto que não consigo ouvir o que você está dizendo”, disse o poeta americano Ralph Waldo Emerson. Assim, não fujamos a tamanha responsabilidade na educação, assegurando que aqueles que convivem conosco reconheçam em nossos atos um bom exemplo a seguir. O aprendizado que queremos transmitir depende do quanto estamos nos dedicando a aprendê-lo e a exercitá-lo em nossa própria vida.

Em meio a tanta corrupção e desconsideração para com o ser humano, quando a ética e a moral se fazem urgentes, vale a pena refletir sobre os exemplos que temos dado, especialmente, aos nossos filhos.

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Suely Buriasco

Mediadora de Conflitos, educadora com MBA em Gestão Estratégica de Pessoas, apresentadora do programa Deixa Disso com dicas de relacionamentos. Dois livros publicados: “Uma fênix em Praga” e “Mediando Conflitos no Relacionamento a Dois”.