Esquizofrenia: O que fazer quando um ente querido recebe este diagnóstico

O preconceito é a primeira barreira que se enfrenta ao receber o diagnóstico. A esquizofrenia é uma doença grave, mas que pode ser controlada se for feito acompanhamento e tratamento corretos. Veja o que fazer.

Taís Bonilha da Silva

O que é a esquizofrenia? Doença ou transtorno mental que atinge aproximadamente 1% da população. Temos a impressão que se trata de um número pequeno quando olhamos através da porcentagem, porém quando verificamos a quantidade de pessoas que essa porcentagem representa vemos que se trata de um número alarmante, cerca de 1,8 milhões de pessoas.

Em geral aparece na adolescência ou início da idade adulta, se instala gradualmente e vai piorando com o tempo. Até hoje não se descobriu as causas da esquizofrenia, mas há um consenso de que existam fatores de ordem genética e ambientais envolvidos.

O preconceito é a primeira barreira que se enfrenta ao receber o diagnóstico, por muito tempo a sociedade considerou como loucura os transtornos mentais e como resultado marginalizou as pessoas afetadas. Um longo processo de ressignificação da doença através de movimentos, como a luta antimanicomial de profissionais e familiares, buscam reestruturar todo o atendimento e tratamento para quem possui esquizofrenia.

Quando feito um tratamento adequado, os portadores de esquizofrenia levam uma vida normal e perfeitamente integrados à sociedade. A medicina ainda não sabe como prevenir a doença, mas os tratamentos de hoje proporcionam um controle bastante satisfatório.

Quais os sintomas?

O diagnóstico da esquizofrenia é definido a partir de um conjunto de sintomas, sendo os mais comuns:

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DELÍRIOS: Perda da noção de realidade. O indivíduo tem pensamentos e ideias que não correspondem com a realidade. Ficam no campo da ideia, por exemplo, a pessoa acredita que é um espião internacional.

ALUCINAÇÕES: Trata-se de uma alteração dos órgãos do sentido, podendo ser auditivas (ouvir vozes), visuais (ver coisas) e as menos comuns, olfativas (sentir cheiros) e do tato (sensações de formigamento).

ALTERAÇÕES DO PENSAMENTO: O paciente sente que seus pensamentos não lhe pertencem ou que eles foram roubados por alguém.

ALTERAÇÕES DA AFETIVIDADE: Perda da capacidade de expressar suas emoções ou expressá-las fora de contexto.

DIMINUIÇÃO DA MOTIVAÇÃO: Falta de vontade e ânimo para fazer as tarefas do dia a dia, isolamento e retraimento social.

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SINTOMAS MOTORES: Conhecido como Catatonia, onde o paciente passa a ficar parado, sem movimento, sem fala, como se fosse estátua.

O tratamento

O tratamento medicamentoso é imprescindível para aliviar os sintomas nas fases mais agudas da doença e para prevenir novos surtos. Assim como o diabético toma insulina, o esquizofrênico depende de antipsicóticos para controlar a doença. Contudo, apenas os medicamentos não podem proporcionar uma vida normal ao paciente, haverá necessidade de um acompanhamento multiprofissional com psicólogos, terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas, educadores físicos e orientador familiar.

O papel da família

Tão importante quanto os medicamentos, o apoio e compreensão familiar são de extrema necessidade. É essencial que os familiares saibam lidar com as situações estressantes, dosar o grau de exigência em relação ao paciente, pensar na integração pessoal e qualidade de vida do indivíduo.

Contudo, não será uma tarefa fácil. Por vezes os familiares podem sentir-se culpados, perdidos e com raiva, para isso, buscar ajuda de orientação psicológica será fundamental.

A esquizofrenia é uma doença grave, mas que pode ser controlada se for feito um acompanhamento e tratamento corretos.

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Taís Bonilha da Silva

Taís Bonilha da Silva, estudante de Psicologia, atua na área da Saúde Mental. Participa do Programa de Monitoria na Universidade na disciplina de Análise do Comportamento. Esposa e mãe de 2 filhos.