Em defesa da imaginação

A imaginação é a antessala da criação. Permita e incentive que seus filhos usem a imaginação ainda que baguncem a casa. Vá com eles nessa viagem emocionante.

Becky Rickman

Fui a uma loja que vende brinquedos educativos a fim de comprar alguns presentes de Natal para os meus filhos. Eu estava procurando especificamente por um conjunto chamado Toobers e Zots. Talvez eu não devesse endossar produtos, mas aqui vai: Este é simplesmente um dos brinquedos mais incríveis do mercado e, especificamente projetado para a imaginação das crianças. Toobers e Zotsé um brinquedo feito de recortes de espuma macia que a criança pode usar para fazer qualquer coisa, até mesmo uma coroa de jóias para um dinossauro. Eu já tinha visto antes e queria ter muitos conjuntos desses para os meus filhos brincarem. Outra mãe me viu pegar o pacote e pegou uma também. Ela olhou para o cilindro de plástico transparente que continha as partes com um olhar meio angustiado.

“Qual é o problema?” Perguntei.

“Não há nenhuma instrução. Como meus filhos saberão o que fazer com eles?”

Eu consegui esconder meu triste soluçar até chegar ao banheiro. Isso é tudo que me lembro até que uma vendedora me encontrou encolhida em um canto do lavabo recitando estupidamente: “Tchaikovsky, Einstein, Dickens, Tolkien, Rembrandt …”

Ela me acalmou com uma xícara de chá camomila e, juntas, tentamos consolar-nos com um tapinhas nos ombros e dizendo: “Calma, tudo vai ficar bem!”

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Eu não conseguia me controlar mais. “Como meus filhos vão saber o que fazer com eles? o que fazer com eles?”

Finalmente a paciência da encantadora funcionária diminuiu – ela verificou se eu já estava bem – e educamente me colocou para fora. Eu dirigi, com os olhos turvos, para minha casa onde a imaginação corria solta e sempre se manifestava em uma casa um pouco bagunçada por experimentos científicos em loucos laboratórios também conhecidos como cozinhas e tendas de escavação construídas sobre sofás.

Eu tive uma experiência semelhante quando eu estava lendo para crianças em idade pré-escolar. Eu adorava fazer aquilo. Mais do que a leitura, eu adorava ver os seus rostos enquanto ouviam e realmente vivenciavam a história. Então, um dia, um dos meninos disparou: “Você sabe que na verdade as lagartas não podem falar.”

(Som de uma agulha de vitrola arranhando o disco de vinil a 33 rpm).

Olhei para ele e soltei um: “O quêêêêê?”

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Ele continuou: “As lagartas podem se comunicar entre si, mas não podem falar com os seres humanos.”

Sua abaladora declaração foi dita em tom frio e pragmático. Com um nó na garganta e lágrimas nos olhos, eu terminei a história cheia de desilusão.

A dor destes e de outros traumas semelhantes ainda permanece, mas tudo o que posso fazer é neutralizar tal ignorância com uma casa ainda mais bagunçada e cheia de coisas selvagens e imaginações férteis.

Tento imaginar um mundo onde a mãe de Mozart diria: “Coloque essas notas em ordem, elas estão uma bagunça!” ou mãe de Rembrandt repreendendo-o: “Já disse para colorir dentro das linhas!” ou a mãe de Newton dizendo: “Fique fora do pomar!”

Sem imaginação, nunca conheceríamos um hobbitou um dementador. Nós nunca poderíamos relaxar ouvindo um quarteto de cordas. Não saberíamos como seria uma Noite Estrelada.

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Deixe a imaginação de seus filhos correr solta. Vamos deixar caixas de papelão tornarem-se naves espaciais. Caixas de ovos virarem um pomar de maçã. Batons fazerem do espelho do banheiro um mural e farinha, ovos e alcaçuz tornarem-se uma nova receita de suflê. Acima de tudo, aceite que a imaginação é bagunçada, é emocionante e crucial para a alma das crianças e proveitosa para toda a humanidade. Então, coloque sua capa de toalha de banho e corra livre com os outros super-heróis em sua casa.

Traduzido e adaptado por

em,Jaguaraci N. Santos

do original The argument for imagination, de

Rebecca Rickman.

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Becky Rickman

Becky Lyn is an author and a 35+ year (most of the time) single mom.