Como viver com uma pessoa com TOC

Aprenda mais sobre TOC e como conviver com alguém que tenha esse problema.

Guilherme Kuceki

De acordo com estudos da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), o transtorno obsessivo compulsivo ou TOC, é um transtorno mental entre os chamados transtornos de ansiedade. Manifesta-se sob a forma de alterações do comportamento (rituais ou compulsões, repetições, hesitações), dos pensamentos (obsessões como dúvidas, preocupações excessivas) e das emoções (medo, desconforto, aflição, culpa, depressão). Sua característica principal é a presença de obsessões: pensamentos, imagens ou impulsos que invadem a mente e que são acompanhados de ansiedade ou desconforto, e das compulsões ou rituais: comportamentos ou atos mentais voluntários e repetitivos, realizados para reduzir a aflição que acompanha as obsessões.

As obsessões mais comuns envolvem

  • Preocupação excessiva com sujeira, germes ou contaminação.

  • Dúvidas.

  • Preocupação com simetria, exatidão, ordem, sequência ou alinhamento.

  • Pensamentos, imagens ou impulsos de ferir, insultar ou agredir outras pessoas.

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  • Pensamentos, cenas ou impulsos indesejáveis e impróprios, relacionados a sexo.

  • Preocupação em armazenar, poupar, guardar coisas inúteis ou economizar.

  • Preocupações com doenças ou com o corpo.

  • Religião (pecado, culpa, escrupulosidade, sacrilégios ou blasfêmias).

  • Pensamentos supersticiosos: preocupação com números especiais, cores de roupa, datas e horários (podem provocar desgraças).

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  • Palavras, nomes, cenas ou músicas intrusivas e indesejáveis.

A família e o TOC

Muitas vezes dentro da família o TOC é tratado como manias, o que acaba gerando discussões e desconfortos em geral, que infelizmente podem levar a separações ou problemas mais sérios. É importante que as famílias estejam conscientizadas que esse tipo de problema requer atenção especial e que há tratamento médico.

De acordo com pesquisas, o TOC acaba sendo uma “doença familiar” porque muitas vezes, principalmente quando o paciente é o pai da família, a família passa a adaptar suas rotinas, comportamentos e até mesmo finanças para que as coisas fiquem em harmonia.

Mas assim como o paciente afeta a família, a família pode ajudar no tratamento do paciente ou até mesmo tornar mais intensas as compulsões. É comprovado que fora do ambiente familiar as compulsões tendem a diminuir, por exemplo, quando o paciente vai viajar, ou passa a noite em um hotel acaba deixando um pouco de lado suas compulsões. A família comumente participa dos rituais do paciente comprando-lhe mais sabonetes, não sentando em sua cama, lavando as roupas “contaminadas”, nas quais o paciente não toca, e que seria desnecessário lavar, entre outros incentivos. Muitos terapeutas costumam incluir os familiares no tratamento do TOC.

Se você desconfia de manias exageradas dentro de sua família, procure auxílio médico, aliste as seguintes informações a serem levadas ao médico:

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  • Sintomas que percebem no paciente.

  • Situações ou horários em que os sintomas ocorrem.

  • Época da vida (ou idade do paciente) em que os sintomas iniciaram e como evoluíram ao longo do tempo.

  • Presença ou não de estressores ou eventos desencadeantes.

  • Tratamentos realizados e resultados obtidos.

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  • Existência de outros familiares com sintomas obsessivo-compulsivos.

Acima de tudo, é necessário procurar sempre demonstrar amor e compreensão, pois esses são alguns dos melhores remédios. 

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Guilherme Kuceki

Guilherme Kuceki é consultor SAP e professor, e trabalha como Gerente da Comunidade e Publicista para o site Familia.com.br.