As coisas mais importantes na vida não são coisas

Aproveitar a experiência dos outros em favor de promover mudanças positivas em nossas vidas é sábio, pois, corresponde a aprender sem ter que passar pela mesma dor.

Suely Buriasco

Essa frase atribuída ao escritor americano Anthony D’Angelo elucida muito bem a temática do vídeo que ilustra este artigo. Descobrir coisas enquanto o avião cai não é algo comum, até porque na maioria das vezes a pessoa não sobrevive para contar. No entanto, algo nisso parece muito corriqueiro em nossas vidas: só percebemos o valor do que temos, quando perdemos ou estamos prestes a isso. Esse vídeo é um alerta; é preciso valorizar o que realmente é importante em nossas vidas e, sobretudo, agir em função disso.

Pensemos no que veio à mente desse sobrevivente como forma de refletir um pouco mais sobre a nossa própria vida:

1- “Não quero adiar mais nada na vida”

Quantas vezes adiamos nossos projetos, aqueles que transformariam as nossas vidas e nos fariam realmente felizes? O fato é que nada na vida é imutável; tudo muda de um instante para outro e perdemos muitas oportunidades simplesmente porque entendemos que existe algo mais urgente para o momento. O pior é que normalmente damos urgência às necessidades materiais e adiamos o mais importante. Não que a busca de recursos econômicos não corresponda às nossas necessidades, de forma alguma proponho isso, o negativo é inverter os valores e descobrir mais tarde que muito tempo foi perdido.

2- “Não tento estar certo, prefiro ser feliz”

O autoconhecimento é fundamental na construção de uma vida mais harmoniosa. Precisamos saber quem somos, o que nos afeta e como podemos superar nossas dificuldades interiores. É um trabalho lento, gradual e que exige muita sinceridade. Isso, obrigatoriamente inclui os relacionamentos de forma geral porque ninguém é feliz sozinho. O ser humano naturalmente busca se socializar para satisfazer a necessidade de viver em grupo. O problema maior dos relacionamentos é que cada um deixa que seu próprio ego controle seus atos; claro que o embate é certo. Quantas vezes deixamos que a nossa falta de humildade declare-se contra as pessoas que amamos pelo simples fato de que não aceitamos estar errados, ou mesmo enganados? Compreender que é muito mais interessante viver bem com os nossos afetos nos torna pessoas mais compreensivas e, por resultado, diminuímos as possibilidades de conflito e vivemos muito melhor e mais felizes.

3- “Quero ser um grande pai”

Penso que esse seja o maior ensinamento de todos. Ser bons pais corresponde a ser melhor em tudo, buscar desenvolver bons exemplos para os filhos, edificando a própria vida nesse sentido. Querendo ser bons pais seremos bons filhos, bons maridos, boas esposas, bons cidadãos, boas pessoas… Queremos trabalhar pela melhoria do mundo em que nossos filhos vivem, então seremos mais éticos e buscaremos desenvolver um ambiente de moralidade e valores que enobreçam a vida de nossos filhos. Grandes pais são os que prezam pelo total bem-estar de seus filhos e isso, obrigatoriamente, inclui a própria transformação em seres mais aptos a proporcionar tudo o que seja bom e enobrecedor para os filhos. E isso é muito mais do que dar conforto e bens materiais. É, essencialmente, dar de si mesmo.

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Costumo dizer que aprendemos de duas formas: ou pelo amor ou pela dor. Aprender pelo amor seria, nesse caso, aproveitar a experiência de quem se despediu da vida e, quase que por milagre, teve chance de voltar e agir diferente; aprender com a dor seria perder o que mais nos importa com o risco de não ter uma nova chance. E então, como seria para você?

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Suely Buriasco

Mediadora de Conflitos, educadora com MBA em Gestão Estratégica de Pessoas, apresentadora do programa Deixa Disso com dicas de relacionamentos. Dois livros publicados: “Uma fênix em Praga” e “Mediando Conflitos no Relacionamento a Dois”.