Ajustando-se à vida após a adoção

A rotina no lar ajuda os filhos do coração e seus novos pais a sentirem-se seguros e protegidos.

Michele Coronetti

O sonho de ter um filho em casa finalmente se realizou! E não importa qual a idade, a alegria será imensa e os desafios serão bem-vindos.

O lar

Nos primeiros dias de casa nova, aproveitem para registrar o momento, tirar fotos, fazer vídeos, escrever as memórias, acontecimentos, coisas que passaram e as que acontecem nesta nova fase. Mostrem seu amor e felicidade por ter esta nova companhia em casa. Dependendo da idade da criança e de seu entendimento, apresentem a casa, cada cantinho, coisas pessoais e de valor sentimental. Deixem que se sinta bem-vinda.

A lei no Brasil

A lei brasileira ampara a mãe que adota com 120 dias de licença em casos de crianças até 1 ano de idade. Quanto mais velha for a criança, menor será o tempo de licença, sendo 8 anos o limite. Aproveitar estes dias e mostrar à criança o quanto ela já é amada e que pode tranquilamente adaptar-se ao novo lar é uma escolha sábia. Se ela estiver em período escolar, uns dias sem ir à escola até acostumar-se com a nova casa talvez seja prudente. Professores entenderão a situação.

Atividades de entrosamento

Passeie, leve-a a locais infantis, de aprendizado, lugares que os pais consideram importantes para que crianças conheçam. Esses passeios podem se tornar constantes à medida do tempo disponível ao longo do crescimento infantil, não apenas existindo na fase inicial. É importante lembrar que para a criança tudo será novidade. Ir ao supermercado, por exemplo, pode ser algo memorável. Cuidado e atenção nas reações serão extremamente necessários.

Convívio com familiares

Como uma novidade, o casal provavelmente desejará apresentar seu filho a seus parentes. Caso haja concordância entre toda a família, uma reunião para a apresentação pode ser realizada a fim de todos a conhecerem. Há crianças que não concordarão com uma situação como esta, e o melhor é conversar e decidirem juntos. Talvez apresentar os familiares aos poucos com discrição e tranquilidade seja menos difícil para a criança. Tudo sempre dependendo da sua idade e maturidade.

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Rotina benéfica

A rotina aplicada na instituição que a criança estava anteriormente já faz parte do mundo dela. Continuar esta rotina em sua própria casa fará com que a criança se sinta mais segura. Horários do banho, refeições, televisão e brincadeiras, por exemplo, podem ser mantidos. Mas para isso será necessário verificar se a rotina do lar comporta a adaptação.

Caso os horários sejam completamente diferentes, planejar-se, adaptar a rotina existente à do seu lar pode simplificar. E gradualmente podem ser mudadas para atender melhor o horário dos novos pais. As mudanças bruscas podem causar estresse e precisam ser verificadas com cautela a fim de serem amenizadas.

Comunicação e amor

Aos poucos, conforme as perguntas da própria criança, falar de onde o pequeno veio, sobre sua adoção e principalmente sobre o amor que seus pais adotivos têm será necessário. Se o amor demonstrado for constante, a criança entenderá perfeitamente e não se sentirá um peso ou algo que não tem valor que foi rejeitado por uma mãe biológica. Pode ser dito, por exemplo, que como os pais não podiam gerar filhos, ele foi gerado por outra pessoa e deixado com eles para cuidar e constituírem assim uma família.

A rotina equilibrada e o amor sempre estruturarão bem as famílias, não importando se as crianças são geradas pelos pais ou adotadas. E a vida pessoal que conta com uma vida familiar feliz é muito mais gratificante.

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Michele Coronetti

Michele Coronetti é secretária, mãe de seis lindos filhos, gosta de cultura e pesquisas genealógicas.