Seu filho é vítima de uma pessoa tóxica? 8 sinais para detectar

Qualquer pessoa pode estar machucando seu filho. Preste atenção aos sintomas e proteja-o de abuso.

Erika Otero Romero

Como adultos, sabemos quanto dano uma pessoa, com quem é difícil conviver, pode nos causar. No entanto, às vezes nos esquecemos de que crianças também são afetadas por essa situação.

O problema é que os relacionamentos tóxicos podem vir de muitas partes: colegas de escola, professores, treinadores, familiares, vizinhos; qualquer pessoa que tenha uma atitude destrutiva e abusiva vai prejudicar seu filho. 

Maneiras pelas quais o abuso infantil pode vir de pessoas tóxicas

Você pode se esforçar para oferecer o melhor tratamento possível para seus filhos. Talvez você não queira que eles passem por situações que você possa ter vivido com seus pais. Por isso não bate nem grita com eles. Você não faz isso porque optou por maneiras positivas de educá-los, tais como falar claramente com eles sobre o que fizeram de errado, retirar brinquedos ou limitar as saídas com os amigos por um tempo e faz com que peçam perdão por seus erros ou que paguem com  algum serviço como lição.

O problema é que a escola não pode protegê-los. (aconteceu comigo, tive professores na escola primária e secundária que me perseguiram; e sinceramente, eu os odiava). Além disso, é de conhecimento público que seu filho pode ser vítima de bullying por parte de seus colegas de classe.

Os vizinhos também podem maltratar seu filho através de gritos, ameaças, insultos e tudo o que você possa imaginar. Há muitas pessoas que não gostam de crianças. É um pouco mais complexo haver casos de maus tratos por parte de familiares, como avós, tios ou primos, mas isso pode acontecer.

A questão é que, se seu filho disser que está sendo maltratado, você deve prestar atenção às suas queixas e não permitir que transcenda um ponto sem retorno. Seu filho pede ajuda e você deve estar lá para protegê-lo; faça Isso, e não espere.  

Minha própria experiência

Tive experiências tóxicas por parte de cada pessoa das quais falei anteriormente (como pode ser que esteja acontecendo com seu filho). Felizmente, sempre tive ajuda e proteção de minha mãe, que me defendia de cada ataque que eu sofria. 

Quando eu estava na terceira série, minha professora me humilhava na frente dos meus colegas, jogava meus cadernos na minha cara ou os arrastava pela sala. Felizmente, isso não durou muito tempo, porque contei para os meus pais, eles recorreram à diretora e ela acabou com o problema.

No segundo ano do ensino médio, eu tinha acabado de chegar a uma escola pública para meninas. Não é que eu não tivesse me adaptado, mas a professora, que era conselheira da turma, estava apoiando os maus-tratos das colegas de classe mais velhas que eu. O problema sempre foi que nunca tive uma personalidade calma e me defendi contra os abusos de ambas as partes.

Assim aconteceu, por um bom tempo, com uma vizinha que não gostava de mim e sempre teve uma desculpa para me tratar mal; e até mesmo um parente próximo me tratou mal por várias vezes, por isso sei, por experiência própria, o que é viver com pessoas tóxicas. 

Por um lado foi bom, porque me ajudou a formar um caráter que me preparou para viver experiências difíceis que, de outra maneira, não seriam superadas facilmente. No entanto, fez de mim uma pessoa desconfiada e em permanente estado de alerta diante de qualquer “suposto” ataque de que eu pudesse ser vítima.

Atenção aos sinais

Toda circunstância em que uma criança é exposta a uma situação agressiva apresenta sinais como os seguintes:

1. A criança que não quer voltar para a escola, para a casa de um familiar ou sair para brincar.

2. É possível que chegue em casa machucada. Quando você pergunta o que aconteceu, ela pode ter medo de contar, provavelmente foi ameaçada ou intimidada.

3. Ela vai se retrair.

4. Perderá o interesse pelas coisas de que gosta. 

5. Pode estar mais emocional do que antes e reagir mal a uma chamada de atenção.

6. Pode ficar doente (efeito de somatização dos problemas que está enfrentando).

7. Ela pode ficar com medo e muito dependente de você.

8. Pode tratar mal seus irmãos mais novos e esse comportamento pode ser direcionado aos seus brinquedos.

Ensine seu filho a descobrir uma pessoa tóxica

É bom que seu filho saiba quem são as pessoas tóxicas para que se afaste delas e aprenda a se defender. Aqui estão os sinais:

– Se ele sente que não deve se aproximar de alguém, diga-lhe para ouvir esse sentimento.

– Ensine-o que, se uma pessoa disser palavras rudes ou se não gostar da maneira como a pessoa o faz se sentir, é melhor se afastar.

– Diga a ele que, se perceber que essa pessoa está falando de outros, deve se afastar.

– Ensine a ele que, se alguém o incitar a fazer algo que ele não gosta, mantenha distância dessa pessoa.

Prepare seu filho para que ele saiba se proteger de pessoas tóxicas

1. É bom que você ajude seu filho a ter uma excelente autoestima. Você pode fazer isso fortalecendo o conceito que ele tem de si mesmo. Para isso, diga que ele é forte, gentil, bom, bonito e capaz de ser feliz e se defender de todas as pessoas que querem machucá-lo.  

2. Faça com que ele saiba que você está perto para apoiá-lo. Que pode vir até você se alguém o fizer se sentir mal ou se algo o ferir.

3. É bom que uma criança aprenda que, se uma pessoa fizer com que ela sinta mal ou desconfortável de alguma forma, ela deve dizer a você, bem como deve se afastar de seu amigo, professor ou vizinho (ou quem quer que seja) que a faz sentir-se assim.

4. Ensine seu filho a distinguir de quais situações ele deve proteger-se e contar-lhe (insultos, agressão física, palavras ofensivas, sentimentos ou emoções dolorosas ou até ser tocado de maneira que se sinta desconfortável).

É importante que seus filhos recebam instruções que os torne fortes e independentes; isso ajuda a se protegerem daqueles que querem lhes  causar algum mal, tanto no presente quanto no futuro.

Traduzido e adaptado por Erika Strassburger, do original ¿Es tu hijo víctima de alguien tóxico? 8 señales para detectarlo 

Erika Otero Romero

Erika é psicóloga com experiência em trabalhos comunitários, com crianças e adolescentes em situação de risco.