Qual é a melhor idade para a educação financeira dos filhos?

Filhos podem aprender desde cedo como funciona o mundo financeiro e isso será muito bom para eles.

Michele Coronetti

Uma pré-escola em Portugal revelou que ensina educação financeira para seus alunos de 3 a 6 anos. O motivo é ajudar as crianças a entenderem desde muito cedo os princípios financeiros da doação, poupança e investimento. Com os pais reunidos no começo do ano letivo, um sonho é definido e então a professora de forma lúdica e na linguagem que as crianças conseguem entender os ajuda a compreender a matéria.

Cada criança recebe três cofrinhos que representam cada princípio. O investimento é utilizado para a confecção de bolos e posteriormente vendidos. A ajuda dos adultos é imprescindível. O dinheiro, então, é guardado para a realização do sonho. Viagens e passeios se tornam possíveis e os pequenos começam a entender como as coisas realmente funcionam.

Ensino financeiro precário

Na maioria das escolas um passeio de final de ano é realizado e os pais o pagam com seu salário ou com parte do décimo terceiro que recebem. Os filhos se acostumam a isso e acreditam que faz parte do ano letivo, esperando todos os anos por esse prêmio. O desemprego e outras situações financeiras complicadas podem comprometer o passeio e a criança aprende uma lição nada educativa de que sua família é pobre e não pode ter tudo o que quer. Ela não aprende que ela mesma, com a ajuda de adultos, pode se preparar para o passeio do final do ano muitas vezes utilizando pouco dinheiro por mês.

A família envolvida

A própria professora dessa classe na Europa revela que o maior ensino é feito pelos pais em casa, pois é no lar que as crianças definem o processo de aprendizagem. Quando há participação positiva o aprendizado é feito naturalmente e a criança cresce com o entendimento correto a respeito do dinheiro e das conquistas financeiras sem culpar outros por suas decepções.

É possível ensinar os filhos desde cedo como a vida financeira funciona, mostrando a importância de poupar e incentivando o empreendedorismo desde cedo. É claro que na medida correta de acordo com a idade sempre. Quanto mais cedo os pequenos entenderem o universo financeiro, maior a chance de eles serem bem-sucedidos e evitarem dívidas ao longo de suas vidas.

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O exemplo é o maior professor

Pais que vivem de forma equilibrada financeiramente normalmente alcançam maior êxito na doutrinação aos filhos. Sua maneira de viver reflete seu empenho em viver de acordo com suas posses. A frugalidade é aprendida desde cedo e levada para a vida adulta das crianças. Da mesma forma os maus exemplos ou conceitos financeiros errôneos também são rapidamente absorvidos pelos pequenos. Por isso é importante que o ensino seja corroborado em todos os ambientes, no lar, na escola e na casa dos avós, por exemplo.

As crianças podem aprender a compartilhar suas coisas e doarem para os menos necessitados. Mesmo que sejam centavos elas podem juntar esse dinheiro e comprar algo para uma criança de um orfanato em uma ocasião especial, como o Natal. Seu esforço em economizar para doar lhe trará sentimentos agradáveis e fortalecimento pessoal, algo como a emoção de ter entregue a alguém parte dele, e isso o moldará para ser uma pessoa bondosa, que reconhece que ela pode ter muitas coisas, porém, olha em volta e compartilha também com seus irmãos.

A educação financeira pode ser aprendida desde o berço, com o comprometimento dos pais e a ajuda de outros adultos que fazem parte da vida dos filhos. Exemplos ruins podem ser usados como parâmetros para uma melhor educação, explicando a eles e mostrando que uma vida desregrada financeiramente pode trazer problemas no futuro.

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Michele Coronetti

Michele Coronetti é secretária, mãe de seis lindos filhos, gosta de cultura e pesquisas genealógicas.