Porque ver pornografia faz de você cúmplice da exploração infantil e escravidão sexual

Você se opõe à exploração do trabalho infantil e escravidão sexual mas consome pornografia? O que uma coisa tem a ver com a outra? Leia o artigo e descubra.

Matt Walsh

“Este artigo foi originalmente publicado no The Matt Walsh Blog e foi reproduzido aqui com permissão do autor, traduzido e adaptado por Stael Pedrosa Metzger.”

Comprei um anel de diamante para minha esposa.

Eu o vi na loja e não achei que poderia pagar por ele, mas a mulher atrás do balcão me disse que estava à venda. Ela disse que eles tinham que dar um desconto, porque a maioria dos clientes se recusou a comprá-lo.

“Por quê?”, perguntei.

“Bem, porque é um diamante de sangue. Foi extraído em uma zona de conflito e vendido para financiar as atividades de um brutal senhor da guerra. Provavelmente foi extraído do solo por crianças escravas. Há certamente muita miséria, morte, estupro e sofrimento no caminho que trouxe este diamante de uma mina na África a uma loja de joias em Baltimore”.

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Fiquei repugnado. Eu apaixonadamente me oponho à escravidão infantil e a violentos senhores de guerra africanos, insisti para mim mesmo.

Mas… Então, novamente… Nossa esse diamante é realmente bonito. E é barato! Tão acessível! Veja como ele brilha!

De qualquer forma, fica muito bem na mão da minha esposa. Não me julguem. Eu não endosso ou tolero nenhuma dessas coisas ruins. Eu só escolhi potencialmente ajudar a financiá-las, porque eu gosto dos frutos advindos a partir dessas coisas ruins.

Faz sentido?

Você está convencido?

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Nem eu.

Honestamente, eu estou tentando enganá-lo. Eu queria atraí-lo com a premissa básica de que não devemos contribuir conscientemente ou tolerar a brutalidade, o estupro e exploração, inclusive aproveitar quaisquer brilhantes e atraentes prazeres que essas atrocidades possam produzir.

Eu queria que você balançasse a cabeça consternado com o meu desprezo por essas injustiças, de modo que o impulso pudesse mantê-lo balançando a cabeça quando eu mudasse de assunto para um tipo diferente de diamante de sangue: pornografia.

Deixe-me dizer antecipadamente que eu sou preconceituoso. Odeio pornografia.

Eu sou um homem da sociedade moderna, e ainda assim odeio pornografia. Eu não odeio porque sou algum tipo de santo moralmente justo (estou longe disso); eu odeio porque eu entendo. Eu odeio porque eu sou honesto comigo mesmo a esse respeito.

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Acredite em mim, eu preferia não odiá-la. Eu preferiria viver na realidade conveniente que os defensores da pornografia de modo pouco convincente tentam construir – aquela em que a pornografia é apenas um pouco de diversão inocente, e os nossos hábitos pornográficos podem existir em algum tipo de vácuo, completamente separado de tudo que é obscuro, decadente e das coisas repulsivas que alimentam essa indústria.

É um mundo divertido. Um mundo fácil. Um mundo que exige menos energia e pensamento. Eu gostaria que o mundo não fosse mais que uma fantasia ou uma racionalização – mas não é.

Aqui na Terra, a situação é mais complexa e desafiadora. Aqui, temos de lidar com histórias como esta:

Alyssa Funke era uma estudante universitária de 19 anos de idade. Recentemente, ela apareceu em um site pornô e depois se enforcou.

A mídia tem concentrado sua cobertura no fato de que Funke sofreu “ciber bullying” depois que ela “saiu do armário” como uma estrela pornô. Claro, dizer que alguém “saiu do armário” como estrela pornô de internet é como dizer que eu saí do armário como um blogueiro. Meu site recebe milhões de visualizações. Tem a minha foto no topo. Eu ganho dinheiro com este site. Obviamente, eu quero que as pessoas o vejam. Se eu não quisesse, eu não teria a foto, eu não teria o site, eu não teria os anúncios. Eu manteria minhas opiniões para mim mesmo, ou entre mim e as pessoas mais próximas.

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Se você não quer que suas aventuras sexuais sejam amplamente conhecidas, você provavelmente não as filma e coloca na World Wide Web. O artigo publicado no Huffington Post sobre o incidente insiste veementemente que as pessoas que aparecem na pornografia muitas vezes valorizam a sua “privacidade”.

Escusado será dizer que esta é uma afirmação ridícula.

Na verdade, a privacidade é exatamente o que você não quer quando você estrela um filme pornô. A verdadeira questão é: por quê? O que leva uma pessoa a exibir publicamente tais coisas íntimas? O que as obriga a procurar a atenção dessa maneira?

A polícia diz que nenhuma das mensagens de bullying e tweets chegou ao nível de assédio ilegal. Funke, na verdade, levou o assunto para o Twitter para se gabar de sua fama recém-descoberta pouco antes de ela se suicidar.

A narrativa de que ela foi “intimidada ao ponto do suicídio” não parece manter-se.

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Mas a mídia vai por esse caminho, porque é covarde demais e demasiado densa para chegar ao cerne da questão. Alyssa Funke tragicamente tirou a própria vida pela mesma razão que qualquer pessoa o faz: porque ela odiava a própria vida.

E ela apareceu em um filme pornô, pela mesma razão.

Não quero dizer que os atores pornôs se matam quando outras pessoas percebem que eles são estrelas pornôs. É que os astros pornôs estão psicológica e espiritualmente atormentados, é por isso que eles são astros pornôs em primeiro lugar.

Isto é evidente. Todos nós entendemos isso, mesmo quando fingimos o contrário. Quando você assiste à pornografia, você está assistindo pessoas desesperadas que recorrem a medidas desesperadas e insalubres. Você está literalmente tendo prazer com a dor deles. Alyssa Funke era uma estudante universitária deprimida e autodestrutiva. Se você assistiu a seu vídeo pornográfico, você visualizou um grito de socorro de uma jovem suicida. Não parece mais tão divertido e inocente, não é?

Pulamos de um lado para outro para tentar contornar esta realidade inevitável. É por isso que John Millward, um blogueiro e pesquisador não profissional de pornografia, foi recebido com muita festa no ano passado, quando ele publicou um estudo que determinou que os atores pornôs só escolhem essa profissão porque “gostam de fazer sexo.” Deduções espetaculares, professor, mas poderia haver mais nessa história? Eu gosto de sexo também, mas eu não faço isso na frente das câmeras para milhões de estranhos assistirem. Como você explica essa disparidade?

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Millward também diz que o “estereótipo” sobre atores e atrizes pornôs, muitas vezes com um cenário de abuso e tumulto familiar é um “mito”.

Como ele pôde provar isso? Perguntando aos atores. Ele desmascarou o mito usando dados autorrelatados de pessoas que desejam claramente dissipar a noção de que sua indústria é mantida em execução, absorvendo e explorando os destroços de homens e mulheres vítimas de abuso e desordenadas.

Seu processo científico consistiu no seguinte:

John Millward: “Alô indústria pornográfica, será que o seu negócio merece qualquer dos estigmas preocupantes ligados a ele?”

Indústria da pornografia: “Não”.

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John Millward: “Eureca! Mito desmascarado!”

Curiosamente, quando você pergunta a alguém que deixou de atuar nesse ramo e já não é financeiramente dependente de seu sucesso, você vai ouvir uma história radicalmente diferente.

Na verdade, é difícil realizar um estudo preciso e honesto sobre pornografia e atores pornográficos, porque tal estudo exigiria a participação exata e honesta das pessoas atualmente interessadas em proteger a reputação e a fortuna de um negócio de bilhões de dólares.

Podemos, no entanto, voltar-nos para a ciência psicológica e começar a chegar a algumas conclusões básicas.

É um fato bem conhecido que as pessoas que se envolvem em comportamentos sexuais de risco, muitas vezes tiveram uma infância repleta de abuso sexual, físico e emocional. Se você quiser ver um estudo entre os milhares demonstrados nesse link, clique aqui.

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Sabemos também que, estrelar vídeos pornográficos constitui um comportamento sexual arriscado. Basta perguntar à estrela pornô que contraiu HIV através de relações sexuais com um homem HIV – positivo.

Não é preciso ser um detetive para conectar esses pontos. Não há um “mito” associando lares desfeitos e abuso à pornografia e prostituição. Isto é um fato cientificamente validado e autoevidente.

A pornografia, como a prostituição (e elas são realmente a mesma coisa), têm como base o abuso infantil, isso é fato. Sem abuso e negligência, estas indústrias não teriam quase nenhuma força de trabalho. E não estamos falando apenas sobre uma relação indireta com o abuso de crianças, de maneira alguma.

A pornografia infantil é uma multibilionária fonte de dinheiro. Telespectadores de pornografia lhe dirão que nunca procuram pornografia infantil, mas eles não conseguem explicar como, precisamente, podem garantir que os participantes do sexo que eles procuraram no Google são: A) maiores de 18 e B) se engajam nesta atividade de forma totalmente consensual.

Não há como ter certeza de que a mulher é uma mulher e não uma criança de 14 anos de idade, e que ela está lá por vontade própria, e não por causa de drogas, ou porque ela é uma vítima do comércio sexual mundial maciçamente em expansão.

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Mesmo que você tivesse certeza, ainda não seria certo. Mas você não tem certeza. Você sabe que não pode ter essa certeza. E este ponto deve pesar em sua mente. Por que é que os americanos se preocupam se seus tênis podem ter sido costurados por uma criança de 12 anos na China, mas tão despreocupados que o “ato sexual consensual” que eles estão vendo on-line pode realmente ser um ato totalmente não consensual de estupro de crianças?

A impossibilidade de discernir entre crianças e adultos e se é consensual ou não, deve ser suficiente para convencer qualquer homem (ou mulher) a tentar lutar contra o impulso de peneirar toda essa sujeira e lama em busca de material de masturbação respeitável.

Ou, se não for isso, então o fato de que mesmo a pornografia consensual não é realmente consensual, já que essa indústria prospera em cima de abuso e desespero.

Ou, se não for isso, então o fato de que a maioria das crianças tem sua primeira exposição à pornografia com a idade de 11 anos. Considerando que a pornografia reestrutura o cérebro e muda a forma como você vê a sexualidade e os relacionamentos amorosos, a exposição a ela em uma idade tão jovem, tem um impacto devastador que não começamos sequer a entender ainda.

Ou, se não for isso, então o fato de que a pornografia causa grande dano às relações atuais e futuras. Ela prepara homens para serem adúlteros, como evidenciado por “traição às esposas” ser um dos principais temas de pesquisa sobre a pornografia no mundo.

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Ou, se não for isso, então qualquer outro motivo, uma das milhares de razões que falam a você quando aquela voz calma em sua cabeça lhe diz que a pornografia é imoral e vergonhosa.

Somos influenciados a rejeitar essa voz, mas eu acho que ela merece um julgamento justo pelo menos uma vez.

Aquela voz – nossa consciência – nos diz que devemos odiar pornografia.

Devemos odiá-la porque odiamos o abuso, o estupro e a exploração.

Devemos odiá-la, porque mulheres como Alyssa Funke precisam de ajuda – e não de um milhão de olhos arregalados, bocas abertas, voyeurs babões, apenas querendo um “inocente” e “divertido” tempo na Internet.

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Leia também: 12 formas que a pornografia destruirá sua vida, seu casamento e seu futuro se você não parar

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Matt Walsh

Matt Walsh is a husband, father and teller of the absolute truth.