Por que eu amo meus filhos mais do que amo dormir

Os filhos podem ser responsáveis por muitas mudanças na sua vida, inclusive na quantidade de horas dormidas. Isso é ruim para você?

Caroline Canazart

O conselho que mais ouvi quando estava na minha primeira gravidez foi “aproveita para dormir bastante. Depois que ele nascer não será nada fácil”. Não posso negar que as minhas noites de sono realmente mudaram muito nos últimos quatro anos. Não só elas, aquelas tardes de descanso no domingo para repor a energia da semana ou, a manhã de sábado que não havia hora para levantar-se, já não fazem mais parte da minha vida. E, se eu disser que não tenho saudade dessa época, me apedrejem, porque estarei mentindo. Mas também existem vantagens no pouco tempo para dormir, pelo menos quando você tem crianças.

A chegada da minha segunda filha deixou a questão “sono” ainda mais bagunçada. Dois filhos, com pouca diferença entre a idade deles, tornam os dias um pouco mais agitados. Muitas coisas me fazem ir dormir mais tarde ou acordar mais cedo, e, às vezes, os dois ao mesmo tempo. Faço tudo o que é possível para estar com o tempo livre para eles. A principal razão é porque sei que a infância um dia acaba e eu quero ter a certeza de que participei da vidinha deles pelo máximo de tempo possível.

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Parece que vou deixar meus filhos muito dependentes? Na verdade, acredito que eu seja mais dependente deles do que eles de mim. E isso também não me preocupa, pois, creio que enquanto eles estão na primeira infância essa presença materna vai nos ajudar a criar laços que dificilmente serão deixados de lado quando eles forem adolescentes, por exemplo, e não quiserem mais passar a tarde brincando comigo… Mas, que eles sejam dependentes enquanto sejam assim pequenos, para que depois possam aproveitar, com a certeza de quem tem para onde voltar e com quem contar se algum imprevisto acontecer (e irá acontecer) na fase de adolescência ou adulta.

Mesmo sendo uma mãe que deixou o mercado de trabalho para dedicar-se aos filhos, é muito fácil ver os dias, semanas e meses se passarem sem você estar realmente presente na vida deles. Então, nos últimos meses, realmente tenho trocado muitas coisas para estar com eles efetivamente. Eu poderia ir dormir, porém, prefiro fazer essas coisas:

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– Brinco com as crian ças

Pegamos os carrinhos, as bonecas ou o brinquedo que eles desejam para brincar, com direito a histórias mirabolantes, vozes e tudo o que a imaginação deles possa alcançar.

– Preparamos bolo

Pelo menos uma vez por semana eu e as crianças fazemos um bolo, normalmente de chocolate. Eles quebram os ovos e esperam para depois colocar tudo no forno.

– Divers ão na rua

Como muitas crianças, meus filhos também são da geração que vive no apartamento. Eu fui da geração que vivia na rua, então, não brincar na grama, às vezes, me incomoda. Normalmente passamos uma boa parte da tarde na rua e isso faz muitas coisas do meu planejamento de “adulta” ficar atrasado e também faz meu sono ir para o espaço, já que tento organizar tudo depois que eles dormem. Menos a arrumação da casa. Isso é junto com eles, pois precisam ajudar e aprender que não existe um botão “auto-clean” que organiza tudo dentro de casa enquanto eles dormem.

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Às vezes quando meu filho fica bravo ou quando faço algo que ele fica contrariado solta essa: “Mamãe, vai para o quarto dormir!”. Normalmente eu rio e digo: “Bem que eu gostaria”. Mas dormir não é a opção disponível, a não ser que eu esteja doente, porque realmente, não tem como resistir ao descanso.

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Penso que logo essa fase irá acabar e então terei um pouco mais tempo para desacelerar, dormir… Mas não sei se acostumo novamente. A adolescência também logo bate às portas. Será que não vou dormir nessa fase? Só o tempo dirá. Mães de adolescentes, o que vocês acham?

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Caroline Canazart

Caroline é uma jornalista catarinense que optou por ser mãe em tempo integral depois do nascimento dos filhos. Ama escrever e ainda acredita que pode mudar o mundo com isso.