Os recém-casados e seus velhos pais: dicas úteis

Festa de casamento, viagem, lua de mel, volta à vida normal.

Luiz Higino Polito

Em países pobres como o Brasil, nem todas as pessoas têm a oportunidade de terem bons estudos, bons empregos ou bons negócios. Como resultado disso, acabam trabalhando em serviços honestos, mas simples, e passam a vida lutando como podem, trabalhando longos anos e décadas, apenas conseguindo com seus esforços o necessário para sobreviverem.

Mesmo com poucas posses, tais pessoas, ao chegarem à idade adulta, se apaixonam, noivam e casam. Normalmente os seus padrinhos dão um fogão, jogo de sofá, e os outros parentes e amigos completam o “enxoval” com presentes menores.

Os anos e décadas passam e aqueles jovens de outrora, hoje ainda casados, com mais de 50 ou 60 anos, têm os seus filhos se casando também, viajando, e voltando para as suas vidas normais.

Os pais dos agora jovens recém-casados, salvo nas famílias daqueles que conseguiram prosperar, vivem agora em casas simples, muitas vezes alugadas, com móveis velhos (sendo que vários dos móveis que eles têm são ainda os móveis que ganharam em seus próprios casamentos, há uns 30 anos). Os velhos pais, agora, também estão cheios de dores nas costas, dores de cabeça, outros cansados e vários depressivos.

Jovens casais

E é nesse cenário comum descrito acima que eu gostaria de dar algumas dicas para os jovens casais, que têm agora sua casa (mesmo alugada), com cheiro de tinta fresca, fogão novo, armários e camas novas, tudo novo! E normalmente grande entusiasmo pela vida e boa saúde.

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Casa dos pais

Conforme já dito, as casas dos velhos pais continuam, muitas delas, com seus velhos móveis, a pintura das paredes descascadas. O que muitos jovens casados talvez não saibam, é que seus pais sempre quiseram trocar os móveis velhos, mas sempre priorizaram comprar roupas novas para os filhos que cresciam e as roupas se perdiam com rapidez. Nunca sobrava dinheiro, nem para os pais se tratarem de forma adequada, sempre pensando em primeiro lugar no que era melhor para seus filhos.

Genros e noras

Aí os genros e noras, que até o casamento dificilmente comentavam alguma coisa (mantendo as unhas bem escondidinhas), começam a reclamar com seus cônjuges: “Nossa, que casa velha, cheia de manchas, que seus pais têm!”. Ou “Como eles são relaxados com a limpeza” (se esquecendo que muitas vezes os velhos sofrem muitas dores simplesmente ao varrer a casa ou fazer uma limpeza mais pesada.

Asilos

Sem falar nas noras e genros que não conseguem suportar suas sogras e sogros, e acabam convencendo os seus cônjuges a colocarem os velhos pais de seus esposos num asilo.

Sem querer julgar os jovens casados, que devem mesmo pensar em suas próprias vidas em primeiro lugar, porque a vida é assim mesmo, poderiam reservar um pequeno espaço de seu tempo e em seu coração para seus velhos pais, se comunicando com eles de vez em quando, visitando-os se possível, e em vez de criticá-los, ajudá-los no que for possível, desde que isso não atrapalhe a vida conjugal dos jovens casais.

Todo cuidado deve ser tomado, porém, e tudo deve ser combinado antes entre os jovens casais, ao planejarem qualquer coisa referente aos pais de cada um deles – para que isso também não se torne uma fonte de problemas entre eles.

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Só um pouquinho de paciência e amor

Tudo o que pretendo com este artigo é motivar os jovens casais a não serem severos demais com seus velhos pais, sogros e sogras: sim, eles são cheios de manias (como vocês vão ser quando tiverem a idade deles); são meio mal-ajambrados, têm ideias antigas, gostam de música brega, estão sempre reclamando de dores (e não é mentira)… Mas eles são os seus pais e, salvo exceções, fizeram o que puderam para lhes dar o que vocês têm agora, e lhes educaram da melhor maneira que achavam correta.

E não pensem que seus pais amam vocês menos agora, porque vocês cresceram: vocês estão constantemente nos pensamentos deles e a vitória ou dor de vocês é sentida até com mais intensidade por eles do que por vocês.

Por isso, tenham paciência e amor com seus velhos pais, sogros e sogras. Eles merecem.

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Luiz Higino Polito

Casado, pai de três filhos e avô de quatro netos, estudei oratória e didática. Gosto muito de escrever. Profissionalmente, sou músico e tenho um Sebo Virtual, onde vivo com minha esposa e cercado de livros!