Os efeitos inesperados do contato físico

Aqui estão vários motivos pelos quais é importante permitir ser tocado e tocar os outros.

Erika Otero Romero

Precisamos de contato físico. Todos nós precisamos ser abraçados, mesmo que uma vez por dia. Isso parece uma coisa simples; entretanto, para o mundo em que vivemos hoje, não é.

Não é apenas por motivos de saúde; é porque não há tempo, ou as telas dos dispositivos tornam as relações humanas cada vez mais distantes e intangíveis. Apesar disso, a verdade é que as pessoas precisam de contato físico. Através dele expressamos afeto, proximidade e até cumplicidade.

O que diz a ciência sobre contato físico

Um estudo realizado no Instituto Europeu de Saúde Mental Perinatal explicou que os bebês têm uma alta probabilidade de morrer por falta de contato físico.

Além disso, o Dr. David J. Linden, autor de “Toque: A Ciência da Mão, do Coração e da Mente”, afirmou que o contato físico é essencial para o desenvolvimento da inteligência e das habilidades cognitivas.

Embora seja verdade que depende da pessoa, do lugar e do momento; permitir que outras pessoas segurem as nossas mãos ou nos abracem é extremamente importante para nossa saúde.

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Aqui estão vários motivos pelos quais é importante permitir ser tocado e tocar os outros:

1. Efeitos positivos para a saúde

A pele é o maior órgão que temos. Portanto, é importante que ela seja “alimentada” de forma adequada.

A maneira correta de nutri-la é por meio do contato físico adequado. Um abraço, uma carícia e até um tapinha nas costas amigável são um grande estimulante para a saúde.

Você pode estar se perguntando como isso acontece. Bem, uma carícia reduz a secreção de cortisol, que é o hormônio do estresse. Ao reduzir os níveis de estresse, o sistema imunológico se fortalece, fazendo com que adoeçamos menos.

2. As relações pessoais melhoram cada vez mais

O ato de tocar em alguém proporciona uma conexão genuína com essa pessoa. Isso ocorre porque quem é tocado de leve ao conversar com alguém vê o outro como alguém gentil e sincero.

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Algo que também é interessante, é que a pessoa que gosta de tocar nos outros enquanto conversa é vista como alguém com muita autoconfiança e com certo poder. O interessante sobre isto, é que essa sensação de poder ou superioridade não é considerada algo que constrange; pelo contrário, é uma superioridade que o convida a confiar.

3. Facilita a comunicação

Segundo estudo do psicólogo Matther Hertenstein, por meio do toque, o que sentimos é transmitido com quase 78% a mais de eficiência.

Concordo plenamente com isto. Não há melhor maneira de dizer a alguém que você o ama, que o aprecia ou que pode contar com você, do que abraçando-o ou segurando suas mãos.

4. Tem um grande impacto nas relações amorosas

Quando somos atraídos por alguém, sentimos uma forte necessidade de contato físico. Esse contato faz com que as partes comecem a estabelecer aquela proximidade e cumplicidade que fazem a atração e a confiança aumentar.

Além disso, as carícias demonstram afeto e os tornam mais receptivos, facilitando, assim, a formação de um casal.

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Além disso, ter contato físico com a pessoa que você ama aumenta a produção de ocitocina. Essa substância aumenta a sensação de felicidade e de bem-estar. Desta forma, as carícias e o contato aumentam o carinho que o casal sente um pelo outro.

5. Aumenta a influência que você exerce sobre os outros

A persuasão pode ser usada a seu favor e contra você; portanto, tome cuidado para não tirar proveito dessa capacidade de forma negativa.

Influenciar os outros é uma arte através da qual você pode, sutilmente, fazer com que as pessoas façam o que você quer. Não é manipulação; está mais para convencimento.

Acredite ou não, mas tocar de maneira adequada uma pessoa de quem você deseja obter algo pode fazê-la ceder a seus desejos com facilidade. É por isso que você deve ter cuidado ao usar o contato físico.

Acontece que quando uma pessoa é tocada, ela se mostra mais aberta e receptiva a tudo que você pede.

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O bom contato físico é aprendido desde a infância

Não é segredo para ninguém que, em determinadas família, os filhos são abraçados ou acariciados esporadicamente. Em virtude disso, as crianças crescem em um ambiente “pobre de contato físico”.

Assim, elas aprendem a ser frias e a expressar pouco seu afeto. Não é que não queiram ser tocadas, é que não sabem dar nem receber carinho dessa maneira.

É necessário abraçar, acariciar e tocar para criar confiança e fortalecer os laços afetivos dentro da família e com os amigos.

No entanto, naquelas famílias – e em todas as outras, obviamente – onde há o hábito de acariciar os filhos, é preciso ensiná-los quais maneiras são apropriadas, e quais não são, de serem tocados por outras pessoas, familiares ou não. É importante que isso seja feito para evitar abusos.

Para finalizar, uma boa carícia ou um abraço podem curar tanto o corpo quanto o espírito. Esteja ou não à vontade com um bom abraço, sempre é um bom momento para aceitá-lo e dar uma oportunidade ao afeto que é transmitido fisicamente.

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Traduzido e adaptado por Erika Strassburger, do original Los insospechados efectos del contacto físico

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Erika Otero Romero

Erika é psicóloga com experiência em trabalhos comunitários, com crianças e adolescentes em situação de risco.