O que pode e o que não pode entrar na papinha do bebê
As dicas e conselhos são muitos. Mas o que os nutricionistas orientam está aqui.

Michele Coronetti
Chega a hora em que o bebê começa a se alimentar como gente grande. Quase. Tem muita coisa que gente grande come que ainda não deve ser administrada a ele para evitar alergias e outros problemas. E a textura também será um pouco diferente porque ainda faltam dentinhos.
Muitos responsáveis por bebês ficam preocupados com o que darão para o pequeno comer. O pediatra sempre orienta da melhor forma e já vi muita gente chegar em casa e falar: o doutor esqueceu do sal, do óleo para refogar e do tempero. Na verdade, ele não esqueceu. Estes ingredientes NÃO devem entrar na compostura de uma papinha para os bebês.
O que pode:
Carboidratos
Importante item na alimentação humana, pode ser acrescido na papinha do bebê com alimentos como o arroz, massas (macarrão), farinhas (inclusive integrais), batatas e mandioca.
Proteína animal (carnes)
Aves, peixes, ovos ou carne bovina.
Legumes
Cenoura, beterraba (os mais doces são os preferidos para a transição), abobrinha e outros.
Verduras
Vagem, espinafre, couve e outras.
Leguminosas
Previamente cozidos como os feijões, lentilha e outros, acrescentados apenas uma vez ao dia.
Óleo
Para ser acrescentado depois do cozimento, em pequena quantidade.
Temperos naturais (opcional)
Cebola, alho e ervas aromáticas.
Cada refeição deve conter um tipo destes grupos para que o bebê conheça os sabores e estabeleça seu paladar. Caretas serão feitas, o que não é uma rejeição e é natural que ocorram. Evitar a mistura de vários legumes ou verduras na mesma papinha é saudável para não prejudicar o sabor nem as propriedades de cada alimento.
O que NÃO pode:
Sal
Totalmente desaconselhado na alimentação do bebê (evita a tendência à hipertensão arterial na vida adulta). Mesmo porque o paladar dos pequenos é muito mais receptivo para o doce, por isso as papinhas adocicadas são mais bem recebidas. Os alimentos já contêm o sal necessário para o organismo humano.
Óleo para refogar
Mesmo que seja óleo nobre ou azeite de oliva, ao sofrer aquecimento sofre sérias alterações e deve ser evitado. O óleo de coco é uma exceção, mas a refoga dos temperos naturais pode ser feita com água mesmo. O óleo deve ser acrescido depois de pronta a papinha.
Manteiga ou margarina
Postergar o uso delas ao máximo.
Bacon, pele e carnes muito gordurosas
A carne de porco deve ser postergada aos bebês até pelo menos 12 meses e introduzida aos poucos com pedaços magros. Mesmo carnes gordas de aves devem ser evitadas.
Carnes processadas
Hambúrgueres, nuggets, steak. Sódio ao extremo, além de outras substâncias causadoras de doenças.
Linguiça, salsicha, presunto e outros embutidos
Contém substâncias tóxicas que podem causar sérias alergias ao bebê, além de outras doenças. Inclusive os embutidos de peito de peru são proibidos.
Enlatados
Para evitar incômodos digestivos e doenças sérias que podem levar à morte como o botulismo. O atum em lata está incluso.
Leite, queijos e outros derivados
A lactose pode interferir muito na saúde do bebê. Mesmo os produtos sem lactose devem ser evitados, pois são acrescidos de lactase para a digestão e não tem a lactose eliminada.
Sopas prontas
Os conservantes e outras substâncias poderão prejudicar o bebê.
Temperos prontos (caldos, envelopes e outros)
Mesma situação das sopas.
Macarrão instantâneo
Seu tempero possui excesso de sódio e conservantes e o próprio macarrão também não é indicado por conter excessiva gordura (ele costuma ser pré-frito em gordura vegetal hidrogenada).
Frutos do mar
Podem desencadear alergias sérias.
As papinhas não devem ser batidas no liquidificador. Devem ser bem cozidas e amassadas com um garfo. Conforme o bebê for crescendo elas podem ficar mais consistentes com pedaços macios para estimular a mastigação e o aparecimento dos dentinhos. O pediatra ou nutricionista irão orientar da melhor forma.