O que essa moça fez com aquele rapaz sujo e maltrapilho que morava na rua e pedia algumas moedas vai derreter seu coração

Uma história REAL e emocionante de um rapaz todo sujo que morava na rua e que encontrou uma moça muito especial no ponto de ônibus. LINDO e inspirador!

Daise Lima

Esta história foi publicada pela autora primeiramente em sua página e republicada aqui com sua permissão.

O moço sujo se aproximou das pessoas no ponto de ônibus e pediu um trocado para comprar algo que eu não conseguia entender. Vi que poucos deram algumas moedas, que ele nem olhava e colocava-as logo no bolso, como se estivesse com medo de perdê-las.

E foi de um a um e, quando alguns fingiam não vê-lo, ele abaixava a cabeça e seguia.

Ao se aproximar de mim ele disse:

“Moça, você tem um trocado pra eu comprar um caderno e uma caneta?”

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“Um caderno e uma caneta?” – eu disse.

“Sim. Eu era poeta quando eu era gente. Mas a rua me roubou até o nome.”

Sentindo um nó na garganta e meus olhos marejados, respondi:

“Mas a gente nunca deixa de ser poeta e nem de ser gente. Qual é o seu nome?”

“Você sabia que depois que eu virei isso aqui nunca mais ninguém quis saber o meu nome?”

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“E qual é o seu nome?”

“Augusto”. – e os olhos dele encheram d’ água.

“Meu nome é Daíse, Augusto. E eu também gosto de escrever poesias.”

“Sério?” – ele abriu um sorriso imenso. – “Que legal, meu!”

“Viu, eu não tenho dinheiro. Não tenho um centavo aqui comigo, só o do ônibus mesmo. Mas eu tenho um caderno e caneta. Você aceita?”

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O moço sorriu bonito mais uma vez. Enfiou a mão no bolso e tirou as moedas.

“Me vende?” – ele disse contando o dinheiro.

“Claro que não. É um presente.”

“Eu fui pedir um caderno para o cara daquela papelaria ali e ele me expulsou de lá.”

“Quem perdeu foi ele. Pode ter certeza disso.”

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“O mundo precisa de poesia sempre. Obrigado, Daíse!” – ele me estendeu a mão. – “Eu queria te dar um abraço mas eu estou todo sujo.”

Então, eu o abracei. Todo mundo ficou nos olhando no ponto de ônibus.

O moço se despediu. E eu coloquei os fones quando vi a senhora, que tinha fingido não ver aquele moço, se aproximar de mim para me falar algo.

Dessa vez quem fingiu que não viu foi eu.

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Daise Lima

Daíse Lima mora e escreve de Campinas. Não só de Campinas, mas em qualquer lugar em que estiver: no caderno que carrega na bolsa, na folha de papel amassado que estava no chão, no ônibus lotado, no papel higiênico... Visite seu blog na URL abaixo.