O desafio de todas as épocas: criar filhos adolescentes felizes

O propósito da adolescência é treinar para a vida adulta, mas é dever dos pais orientar esse treinamento..

Erika Otero Romero

Todos passamos pela dura época da adolescência. Este fato deveria permitir-nos compreender os nossos filhos adolescentes, mas a verdade é que isso nem sempre acontece.

A realidade é que, embora os tempos mudem, a forma de proceder dos adolescentes não muda. Nós fomos rebeldes, e seus filhos e filhas serão rebeldes.

Lembro-me de uma ocasião em que a minha irmã respondeu horrivelmente à minha mãe; em resposta, minha mãe disse-lhe: “Verá quando tiver os seus próprios filhos”. Embora a minha irmã tenha tido sorte, porque o meu sobrinho é muito nobre e nada rude ao fazer saber a sua opinião, creio que o que ela disse, todas as mães do mundo dizem. Nada a reprovar porque é verdade: todas passamos pelo mesmo.

Por que os adolescentes são rebeldes?

Bem, jovens entre 13 e 18 anos não são apenas rebeldes, podem ser rudes ou desobedientes, mas também sonhadores e divertidos. Além disso, querem a aprovação de seus iguais e liberdade. Na realidade, o que procuram com a atitude que se assumem nessa idade é sua própria identidade, seu lugar no mundo.

No entanto, os pais mal entendem essa atitude, e a percebem como um desafio à sua autoridade. Diante da resposta tão fechada de seus pais, o que os adolescentes fazem é desafiar limites. É aqui que se apresentam os mais cruéis confrontos sobre quem tem razão e para ganhar o respeito do outro. Trata-se de um “puxa e solta” sem precedentes, que pode prejudicar gravemente a relação entre pais e filhos.

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Também é muito frequente, além disso, que ponham à prova a autoridade dos pais. O resultado disto é chegarem tarde em casa ou nem chegarem. Pode ocorrer que escapem de casa, furtem e se metam em sérios problemas com as autoridades. Na verdade, a adolescência é a idade em que muitos jovens se viciam.

A razão de todos estes comportamentos é o desejo de desafiar constantemente a autoridade e tudo o que representa correção, valores e princípios.

Uma coisa é clara: nem todos os adolescentes se comportam da mesma maneira. Alguns são rebeldes, mas não tendem a se viciar em nenhuma substância; o que acontece é que a atitude para com seus pais é agressiva, não de maneira física, mas emocional. A situação é que cada pai deve “sofrer” duas vezes (ou mais) a adolescência: a deles e a dos próprios filhos.

Como NÃO tratar um adolescente

Um dos erros mais frequentes que os pais cometem é confrontar o seu filho adolescente pela sua atitude. É certo que esse comportamento altivo faz com que os pais se sintam desafiados, zangados, feridos; isto certamente provoca nos pais o desejo de impor castigos a “torto e a direito”. O resultado é que a rebeldia de seus filhos vai aumentando e os problemas serão piores.

Nada é remediado a gritos e muito menos a agressões. Note-se que as pessoas gritam quando pensam que não são ouvidas ou quando se sentem impotentes. Acrescente a isso as reações negativas que os adolescentes podem assumir. Por exemplo, alguns responderão horrivelmente à reprimenda paterna. Outros mais reservados se fecharão em si mesmos e se isolarão.

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O problema com a segunda atitude, é que o adolescente introvertido vai acumular rancor; além disso, é possível que na idade adulta se distancie de seus pais. Ao contrário, os primeiros ao exteriorizarem o que sentem não vão reprimir o que seus pais lhes levam a sentir; como resultado na vida adulta é possível que sejam mais próximos de sua família. Claro que isso depende muito do caráter e da personalidade de cada jovem, mas normalmente é o que acontece.

A melhor maneira de tratar seu filho adolescente

Ao quererem ser compreendidos pelos pais, vão tentar fazer-se ouvir. Para conseguir, comportam-se de maneira que chame a atenção dos pais; o resultado são discussões sem fim.

Os pais devem aproveitar esse desejo de serem ouvidos para chegar a um acordo e fazerem-se ouvir também. Os filhos têm o direito de exprimir o que sentem e pensam, mas os pais têm ainda mais direito de fazer valer a sua autoridade como chefes de família.

É isso que os pais devem saber fazer: escutar e falar. É justo que os filhos externem seus pontos de vista, mas é importante que saibam que, embora não gostem do que os pais ensinam, é dever dos filhos aprender as regras e cumpri-las o máximo possível; caso contrário, devem assumir as consequências.

Mas também é importante que os pais aprendam a ceder um pouco. É “dar e receber”. O lar não deve ser um regime militar onde se imponham as coisas e os filhos cumpram sem se queixar, mas entendendo os motivos.

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É assim que os adolescentes aprendem que a idade adulta é muito mais do que liberdade e “fazer o que bem entendem”, e sim um conjunto de responsabilidades que, se não forem cumpridas, por vezes acarretam consequências e muita dor.

Só me resta dizer que se você tem filhos adolescentes, aproveite muito dessa idade. Esta é talvez a última oportunidade para desfrutar a necessidade queO fim da adolescência é treinar para a vida adulta, mas é dever dos pais orientar essa formação. seus filhos têm de você. Aproveite para ensinar, aconselhar e unir-se sabiamente a eles; é algo que permanecerá por toda a vida.

Traduzido e adaptado por Stael Pedrosa do original El reto de toda época: criar hijos adolescentes felices

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Erika Otero Romero

Erika é psicóloga com experiência em trabalhos comunitários, com crianças e adolescentes em situação de risco.