Não seja uma “Maria-vai-com-as-outras”, e aprenda a pensar por si mesmo

Não permita que manipulem você e aprenda a pensar sozinho. Não seja apenas um papagaio, repetindo tudo o que vê na TV e nas outras mídias sociais.

Luiz Higino Polito

Conforme canta Zé Ramalho, em sua música “Admirável Mundo Novo”, muitas pessoas do povo são como gado, sendo conduzidas pelos mais espertos, pelos mal-intencionados e por todos os que querem tirar vantagem indevida do trabalho e esforço alheio, em benefício próprio.

Existe imprensa imparcial?

A primeira coisa a aprendermos, para não sermos enganados, é a de que não existe imprensa imparcial. Não devemos acreditar em tudo o que vemos na TV, mesmo que ela tenha a maior audiência, os mais bonitos atores e os melhores apresentadores de notícias. Todo canal de televisão, jornal ou site famoso na internet têm interesses comerciais e vivem do dinheiro que arrecadam com suas propagandas, por isso são parciais em suas notícias, em seus programas humorísticos ou artigos. Quem paga os comerciais influencia muito a linha que aquela mídia vai seguir. O veículo de mídia pode mentir ou omitir, influenciando assim os incautos. Existem até sites na internet que parecem sérios, mas foram criados para difundir notícias falsas e muitas vezes nós compartilhamos tais falsidades pensando que são verdades, com a melhor das intenções.

O que fazer, então, para não sermos enganados? Não é fácil, mas podemos aprender a pensar com nossa própria cabeça e não sermos transformados em meros robôs que fazem o que os outros querem que façamos.

1. Sempre confirme a fonte das notícias ou artigos, através de pesquisa, antes de compartilhar com seus parentes e amigos

Podemos prejudicar nossos amigos e parentes sem querer, divulgando mentiras de remédios, plantas e frutas para tratamentos milagrosos, fotos e vídeos que mostram coisas sensacionalistas, propagandas enganosas que ensinam maneiras de ficar rico fácil (pirâmides), e-mails mentirosos oferecendo dinheiro ou prêmios se você participar de estranhos concursos, etc.

O perigo é maior ainda se alguma pessoa está com alguma doença grave e abandona o tratamento e os remédios que os seus médicos prescreveram, para tomar somente aquilo que viu em algum site da internet. Existem vigaristas e charlatões de todos os tipos no mundo e precisamos ficar muito alertas com o que vemos na internet.

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Devemos tomar cuidado como tomamos cuidado na “vida real”: ninguém acredita em qualquer pessoa que não conhece. Assim devemos agir na internet: pesquisar muito para conhecer bem quem falou o que sobre determinada coisa, antes de acreditarmos.

2. Política, futebol e religião

Existem temas que são polêmicos por natureza, tais como política, futebol e religião, e causam muitas brigas entre pessoas ou mesmo países. Cada pessoa tem uma opinião diferente e, assim como queremos que respeitem nossa opinião e gosto, devemos respeitar a opinião de todos também. É impressionante como tem pessoas que fazem de tudo para tentar “fazer a nossa cabeça”, para que pensemos iguais a elas!

Ninguém é dono da verdade, pois ninguém (do povo em geral) conhece todos os fatos por trás dos acordos e entendimentos feitos em gabinetes fechados. As coisas estão mudando tanto na política atualmente, que as pessoas comuns têm muita dificuldade de entender o que está realmente acontecendo, e são mais facilmente manipuláveis por pseudo “salvadores da pátria”. Assim, se tornam fanáticas e querem a todo custo (às vezes até com violência) que os outros sigam determinada religião, torçam por determinado time, acreditem em determinados partidos políticos, mesmo contra a vontade delas.

Muitas guerras já aconteceram por causa de política e religião, e mesmo hoje, vemos cada vez mais intolerância no mundo, por causa do fanatismo político e religioso.

3. Confiemos sempre desconfiando

Essa é uma boa regra que podemos seguir: desconfiarmos sempre.

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Não devemos acreditar cegamente em ninguém, nem em pesquisas que vemos na TV ou nos jornais. Tivemos exemplos grotescos de erros nas pesquisas, recentemente, como foi no caso da saída da Inglaterra da União Europeia (o Brexit) e na eleição americana deste ano, onde ganhou o candidato que quase todos os veículos de comunicação diziam que iria perder.

Por isso, não tenhamos preguiça de pesquisar, nós mesmos, em vários sites sérios, antes de compartilharmos o que recebemos por e-mail, nas redes sociais ou vemos na TV.

A vida e as pessoas são complicadas por natureza, tem gente ruim em qualquer lugar, existem muitas pessoas que não têm escrúpulos nenhum, que fazem qualquer coisa por dinheiro, mesmo que isso prejudique outras pessoas. Todo cuidado é pouco. Até hoje, por incrível que pareça, existem pessoas que ainda acreditam no conto do “bilhete premiado”.

4. Ler livros e revistas (de papel ou eletrônicos, os e-books)

Nada substitui a leitura de bons livros e revistas. Para escrever o livro, o autor normalmente pesquisou muito e assim aprendemos muito com a pesquisa desses escritores. “Quem lê vale mais”, diz o ditado antigo. Pode ser livro de qualquer assunto: técnico, histórico, filosófico, romances em geral, etc. Ler nos ajuda a formar opiniões mais embasadas e a entender melhor o mundo em que vivemos.

5. Sermos humildes

A humildade é uma das mais importantes virtudes que qualquer um de nós pode desenvolver. Ninguém é melhor do que ninguém nesta vida. “Se todos somos feitos de barro, por que alguns acham que foram feitos de porcelana?”, diz outro ditado popular. Mesmo que dominemos alguma profissão, técnica ou assunto profundamente, isso não nos torna superior a ninguém. E sempre existirão outras pessoas que saberão mais do que nós.

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Seguindo essas dicas acima, será mais difícil que nos tornemos “Maria-vai-com-as-outras”, papagaios de pessoas mal-intencionadas e evitam que prejudiquemos, sem querer, nossos amigos e também nossos parentes com informações ou ideias falsas ou perigosas.

Podem também nos tornar mais tolerantes e empáticos, porque perceberemos que nada é fácil nesta vida, nenhum assunto é simples e falar sem conhecer a fundo qualquer assunto é muito temerário, além da possibilidade de nos acharem chatos, ignorantes ou prepotentes.

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Luiz Higino Polito

Casado, pai de três filhos e avô de quatro netos, estudei oratória e didática. Gosto muito de escrever. Profissionalmente, sou músico e tenho um Sebo Virtual, onde vivo com minha esposa e cercado de livros!