Não se desespere, logo tudo passará

Uma boa atitude em meio aos problemas é a diferença entre o sofrimento e a saída rápida das dificuldades.

Erika Otero Romero

Quando uma catástrofe pessoal começa, nunca se sabe quando terminará. Pode durar dias, mas também prolongar-se por semanas, meses ou mesmo anos; eu sei bem disso.

Pela minha própria experiência posso dizer que, às vezes, é muito difícil levantar-se todos os dias, continuar a lutar e a se esforçar para se manter à tona. Mesmo assim, é necessário fazê-lo e não decair. Claro! Manter o bom humor todos os dias durante anos de provações e dificuldades é impossível. Não vou lhe enganar, todos têm direito a decair e afundar na tristeza, mas também é dever de cada um fazer o possível para seguir em frente; sob pena de cair num abismo ainda mais profundo que se chama desespero.

Como manter-se à tona

O que aprendi depois de muitas quedas, e faço sempre que tenho provações, é perguntar a Deus sobre o que devo aprender dessa situação. Pedia orientação porque não entendia o que tinha feito para merecer tanta angústia. Nessa busca de respostas percebi que ninguém “está pagando” algo que fez de mal, são provas e eventos que pretendem nos tornar fortes e valentes.

Entendi, um dia, que a vida é uma escola. Quando você estuda, aprende a teoria e faz as tarefas que os professores passam. O objetivo de “pôr-nos à prova” é saber o quanto aprendemos nesse tempo investido em nossa educação. Os exames finais ou parciais são os problemas da vida. É como se a existência nos perguntasse: “Fulano estará preparado para uma prova maior ou para uma grande bênção? Vamos fazer um teste e ver o quanto ele aprendeu e o quanto resiste”. E isso ocorre de vez em quando em nossas vidas.

Eu também optei por uma forma de fuga. O que eu fazia depois de um dia especialmente difícil era imaginar um futuro próximo feliz. Um onde a minha mãe, a minha irmã e eu não tivéssemos tantas dificuldades.

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Agarrava-me com “unhas e dentes” a frases ou provérbios que diziam: “Depois da tempestade, vem a bonança” e/ou “há sempre uma luz no fim do túnel”. E eu sonhava com essa calma e a luz do túnel todos os dias.

Chegou a solução

Mas, ao mesmo tempo que escolhia essas pequenas escapadelas mentais, aprendi a ser feliz com o que podia ter. Foi assim que escolhi aproveitar a minha adolescência e juventude com a minha família. Também comecei a devorar todos os livros de aventura, suspense ou o que fossem, para passar o tempo livre entretida em algo mais que ver televisão. Aprendi a ser feliz no meio dos problemas, a agradecer minhas bênçãos e a ser feliz com o que tinha, então, os problemas foram chegando ao fim.

Depois da dor vem a bênção

Sim. Quando aprendi a ser feliz com o que tinha e com minha família, as coisas começaram a mudar para melhor. Sim, devo admitir que, de vez em quando, havia problemas, mas nada que me afogasse tanto quanto antigamente; assim, pelo menos já não via os problemas como grilhões que me atavam e impediam meu progresso e felicidade.

Os problemas podem ser uma pedra ou um degrau, você escolhe

É algo que também aprendi. Pedras no caminho da vida há todos os dias; você escolhe se fica parado olhando, ou pula. Você também pode usar essa pedra como um degrau para subir a outro nível em sua vida. Qualquer que seja a opção, é melhor do que ficar reclamando.

O interessante é que quando se dá conta que aprendeu a superar suas dificuldades com folga, a ser feliz, a rir e a não reclamar; isso que você percebe como problemas, deixam de sê-lo para ser lições que o farão mais forte, valente, mas tudo depende de sua atitude.

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O objetivo é que seja humilde, agradecido e generoso

As provas nos mostram que somos merecedores das bênçãos que delas advêm. Você pode ou não concordar, eu entendo isso porque eu questionei o seguinte por anos.

Para mim, era injusto que houvesse tantas pessoas com “ vida boa” e sem tantos problemas que, na minha opinião, não mereciam. Assim vivi amargurada por um tempo, até que compreendi que não sabia nada das vidas dessas pessoas; portanto, não sabia se sofriam ou não.

Aprendi a viver minha vida sem compará-la com as dos demais; o que não só é odioso, mas insano e irracional. A vida de cada um é diferente e todos sofremos em maior ou menor medida, isso não muda a percepção dos demais.

“Os outros têm muito dinheiro, saúde, amor e felicidade?” Algo fizeram para merecê-lo. Ou isso, ou em breve terão de passar no teste para merecer o que têm, mas isso não é da nossa conta. A situação é que cada um de nós vive seu próprio Getsêmani, e isso não precisa ser analisado por ninguém.

Você é uma pedra preciosa que requer lapidação

Agora, o papel das provas da vida é nos lapidar. Pense em si como se fosse uma pedra preciosa ou um pedaço gigante de pedra que não tem forma e é áspera ao toque.

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Pois bem, cada prova é um golpe do cinzel ou da lixa de uma polidora que lima as pontas mais afiadas. Cada toque desses elementos dá forma à pedra ou brilho à joia. Então, por um longo tempo, problemas acontecerão, até você brilhar ou se tornar uma bela escultura. É quando reconhece a si mesmo e se mostra aos outros como alguém de valor.

O que todos nós devemos aprender é a ter bom ânimo, a levantar-nos quando estamos caídos, a sermos gratos e a pedir ajuda quando já não pudermos mais. Não tardaremos a perceber que os problemas serão menores e menos dolorosos quando aprendemos a ter fé e força para resistir e agradecer o que temos.

Traduzido e adaptado por Stael Pedrosa do original No desesperes, pronto todo pasará

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Erika Otero Romero

Erika é psicóloga com experiência em trabalhos comunitários, com crianças e adolescentes em situação de risco.