Não brinque de puxar as crianças pelos braços, esta é uma brincadeira perigosa

Blogueira explica o que aconteceu com sua filha que, depois da brincadeira, não parava de chorar.

Stael Ferreira Pedrosa

Quando eu era criança bem pequena, por volta de 2 anos, sofri um trauma no braço direito que nunca mais esqueci. Para pular uma poça de água na rua, meu pai me puxou por um braço, e assim que cheguei ao outro lado da poça, já soltei um grito. E o pior é que me lembro claramente da dor e do movimento que meu pai fez.

O que eu tive é chamado de pronação dolorosa, que é quando há um deslocamento da cabeça do rádio (porção do rádio, osso do antebraço, que é parte da articulação do cotovelo). Com esse deslocamento, ocorre uma luxação ligamentar provocando dor no cotovelo punho e ombro. Levada ao médico ele encostou meu antebraço e cotovelo no corpo com o braço esticado e em seguida flexionou meu braço elevando a mão em direção ao ombro. Houve um pequeno estalo e a dor se foi.

Os sintomas da pronação dolorosa não passam despercebidos. Caso seu filho tenha tido uma ele apresentará o seguinte

  • Após determinado movimento ou puxada pelo braço, a criança fica imóvel

  • Chora muito

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  • Pede colo, mas evita movimentar o braço

  • Caso haja um toque na região, ela o evitará e voltará a chorar

No entanto, às vezes pode ser perigoso puxar ou girar a criança, pode ocorrer um problema ainda mais grave – a fratura do côndilo lateral, que imobilizará o braço da criança por um bom tempo.

Foi o que aconteceu com a filha de Marrie Ometto, Clara, do blog Mamãe Plugada. Segundo a blogueira, foi um “Alerta aprendido às duras penas”.

Tudo começou com uma viagem a Camboriu, litoral norte de São Paulo. Mãe e filha começaram a brincar nos jardins do hotel e entre muitos risos, Marrie girou a filha que começou a chorar sem parar e não deixava ninguém tocar em seu braço. Preocupada, a mãe buscou ajuda médica. Foi feito um raio-X e o primeiro diagnóstico foi de pronação dolorosa. A médica que atendeu a pequena Clara receitou analgésicos e a menina foi liberada.

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Dois dias depois ao voltar para casa, a mãe notou que a pequena ainda sentia dores e não mexia o braço. Levou Clara novamente ao médico que pediu mais dois raio-X.

O segundo diagnóstico foi de fratura do côndilo lateral ou fratura do cotovelo infantil que causa inchaço, dor ao ser apalpado e dor que se estende até o pulso. Como em crianças pequenas a estrutura do cotovelo ainda não se ossificou é difícil distinguir entre uma fratura do côndilo lateral e uma umeral distal completa, por isso é necessário fazer raio-X

Clara colocou tipoia e, após uma semana, trocou por gesso e ficará um mês com o braço imobilizado.

A mãe publicou a história para servir de alerta aos pais e cuidadores para que evitem girar ou levantar as crianças pelos pulsos. Elas adoram tal brincadeira, mas é muito perigoso. Marrie alerta que se for girar a criança – jamais os bebês – gire segurando embaixo das axilas, é mais seguro. Mesmo assim, com muito cuidado.

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Stael Ferreira Pedrosa

Stael Ferreira Pedrosa é pedagoga, escritora free-lancer, tradutora, desenhista e artesã, ama literatura clássica brasileira e filmes de ficção científica. É mãe de dois filhos que ela considera serem a sua vida.