Mononucleose infecciosa: o que é e como tratar

Saiba os sinais, como se pega e quais as graves complicações dessa doença.

Fernanda Ferrari Trida

A mononucleose infecciosa é uma doença causada por um tipo de herpesvírus, transmitido pela saliva, popularmente chamada de “doença do beijo”. Ela pode acometer tanto crianças como adultos jovens, sendo mais severa e duradoura nesses últimos.

Os sinais mais característicos são aumento dos linfonodos e do baço, febre, mal-estar, cansaço, inapetência e dor de garganta. Mas também pode ocorrer inflamação do fígado (hepatite), do cérebro e das camadas que o revestem (meningoencefalite) e dos pulmões (pneumonite).

Em crianças com menos de cinco anos de idade, o quadro clínico pode ser atípico, apresentando diarreia, pneumonia, otite média, bronquite, convulsões, infecção do trato urinário, junto ou não dos sintomas citados acima.

Em geral, a infecção começa com uma sensação de mal-estar que dura vários dias ou semanas. Depois aparecem a febre, a dor de garganta e o aumento dos gânglios linfáticos. A temperatura costuma subir aproximadamente até 39,5ºC à tarde ou ao início da noite. A garganta pode doer muito e na sua parte posterior forma-se, por vezes, uma substância viscosa semelhante ao pus. Qualquer gânglio linfático aumenta de tamanho, mas os do pescoço são os mais frequentes. O cansaço é habitualmente mais intenso nas duas ou três primeiras semanas.

O diagnóstico deve ser feito por exames de sangue específicos, que só o médico pode pedir. Essa doença não tem cura, mas o tratamento é feito com repouso relativo por cerca de três semanas. Quando há hepatite grave, deve-se tratar como se fosse uma hepatite viral aguda por, aproximadamente, dois meses. Em certas situações pode ser feito o uso de corticóides. Quando houver a ruptura do baço, deve ser realizada uma cirurgia para removê-lo. Não é recomendado o uso de antibióticos quando não há uma infecção bacteriana secundária. Realizam-se também outras medidas terapêuticas visando reduzir a imunossupressão.

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Os acometidos com mononucleose infecciosa costumam se recuperar completamente. No entanto, a duração da doença varia. A fase aguda dura, aproximadamente duas semanas e, depois dela, a maioria consegue retomar as suas atividades habituais. Contudo, o cansaço pode persistir durante várias semanas e, por vezes, alguns meses.

Raramente (em menos de 1 % das infecções) uma pessoa com mononucleose infecciosa pode morrer. A morte é causada pelas complicações da doença, como a inflamação do cérebro, a ruptura do baço ou a obstrução das vias respiratórias.

Recomenda-se que as pessoas infectadas com o vírus da mononucleose infecciosa permaneçam em repouso até que desapareçam a febre, a dor de garganta e a sensação de mal-estar. Dado o risco de o baço se romper, os doentes em recuperação não devem praticar esportes durante um período de 6 a 8 semanas, mesmo que o baço não tenha aumentado de tamanho.

Para a febre e a dor, os médicos costumam prescrever paracetamol ou aspirina (que não deve ser tomada sem conhecimento do clínico que está cuidando do caso). No entanto, essas drogas devem ser evitadas nas crianças devido à possibilidade de contraírem a síndrome de Reye, que pode ser mortal. Algumas complicações, como a inflamação das vias respiratórias, podem ser tratadas com corticosteróides. Apesar de o aciclovir reduzir a produção do vírus que causa essa doença, ele tem pouco efeito sobre os sintomas da mononucleose infecciosa.

Fontes:

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http://www.manualmerck.net/?id=212&cn=1796 (Robbins – Patologia Estrutural e Funcional, de Cotran, Kumar & Collins; Ed. Guanabara Koogan, 6ª ed.)

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Fernanda Ferrari Trida

Fernanda Trida é jornalista, médica veterinária, dona de casa, esposa, mãe de Marcela, com três anos, e de João, com um ano de idade.