Jovem não consegue se mover após acidente fazendo ‘abdominal invertido’; ela precisou dos mesmos cuidados de um bebê por 3 meses. Mas, graças à sua enorme fé, um milagre aconteceu

‘Por instinto, só fechei os olhos e rezei. Rezei muito e pedia a Deus para não deixar nada de ruim acontecer comigo.’

Erika Strassburger

Em janeiro de 2016, Marcelle Mendes Mancuso, de 23 anos, resolveu fazer uma aula experimental em uma academia perto de onde faria um curso preparatório para prestar a prova da OAB. Ela estava cursando o último ano de Direito.

A jovem, que mora em São José do Rio Preto (SP), pediu para fazer um exercício que já havia feito várias vezes em outra academia, o abdominal invertido. Nessa modalidade – que requer um bom nível de treinamento – a pessoa trabalha o abdômen suspensa de cabeça para baixo. Marcelle ficou pendurada pelos pés, presos a uma cinta.

Mas a cinta arrebentou e ela caiu de cabeça no chão. Ela conta ao G1 “Não sei o que aconteceu na hora, não sei se o estagiário [que a auxiliava] estava conversando ou distraído. A faixa arrebentou e cai de ponta cabeça. Caí meio que em cima dos pés dele e não deu tempo de ele me segurar. Por reflexo, tentei levantar, mas meu corpo não se mexia”.

O acidente foi grave

Com a queda, uma vértebra foi fraturada, duas outras ficaram desalinhadas e a medula sofreu uma compressão.

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Uma médica que treinava ao seu lado cuidou para que ninguém mexesse nela, o que contribuiu para que sua lesão não se agravasse ainda mais. O neurocirurgião Sérgio Tadeu Fernandes observou: “Se a fratura fosse instável e alguém tivesse mexido nela de modo incorreto, ela poderia ter tido uma lesão medular pelo socorro inadequado”.

Marcelle deu entrada na UTI do Hospital da Base, na cidade onde mora. Ela passou por um procedimento cirúrgico (artrodese) em que foi feito um enxerto ósseo e colocada uma placa de titânio com seis parafusos para fixar o enxerto e permitir sua mobilização precoce. Ela ficou 13 dias internada e, nos três meses seguintes, precisou de cuidados totais.

Ela relembra: “Não conseguia segurar nada, fiquei sem controle fisiológico, precisei usar fraldas. Minha mãe parou de trabalhar para voltar a cuidar de mim, me dar banho, me alimentar, tudo. Tive que começar do zero, como se tivesse nascido de novo, e acredito que nasci. Parece que dormi e acordei de um pesadelo, apenas com uma cicatriz a mais.”

Fé e positividade

Na hora do acidente, Marcelle percebeu a gravidade da sua situação porque não podia se mover. Mesmo assim, conseguiu manter a calma. Ela conta: “Por instinto, só fechei os olhos e rezei. Rezei muito e pedi a Deus para não deixar nada de ruim acontecer comigo. Tentei não ficar em desespero”.

Em vez de ser consolada pela família, Marcelle se preocupou em manter-se calma e positiva para passar tranquilidade a seus pais. Ainda assim, ela estava se preparando para o pior. Ela postou esta foto no Instagram com a legenda, “E se um dia seu corpo parasse? O que você faria? Eu rezei, rezei para que Deus me guiasse na melhora ou na aceitação. E, por alguma razão, ele me deu uma segunda chance”.

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Milagre e competência médica

Um ano e meio depois do acidente, Marcelle está completamente recuperada. Ela já voltou a se exercitar, mas determinou alguns limites: “Jamais farei abdominal invertido novamente. Descobri um risco que achei que não existia”, diz.

“365 dias… mais do que aprender a andar, aprendi a rezar”, escreveu na legenda de outra foto no Instagram. Ela atribui sua recuperação a vários fatores: “Primeiro agradeço a Deus, que me deu uma segunda chance. Fui atendida rapidamente e de maneira eficaz, o que foi essencial. Tive o respaldo de profissionais excelentes, desde o dia do acidente até durante a recuperação, em que dois ótimos fisioterapeutas se revezavam durante o dia para me ajudar a voltar a andar e a me mexer. Fui abençoada demais”, diz.

“Aceite sua atual situação”

A jovem deixou um conselho aos seus seguidores nas redes sociais: “Fique atento, o seu corpo o acompanhará pelo resto da vida nesse plano. Cuide bem dele. Aceite a situação atual que ele se encontra. Há muito o que se conhecer e a vista continuará maravilhosa, estando em pé ou sentado. Sorria. Seja feliz.”

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Erika Strassburger

Erika Strassburger nasceu em Goiás, mas foi criada no Rio Grande do Sul. Tem bacharelado em Administração de Empresas, trabalha home office para uma empresa gaúcha. Nas horas vagas, faz um trabalho freelance para uma empresa americana. É cristã SUD e mãe de três lindos rapazes, o mais velho com Síndrome de Down.