Especialistas explicam que adolescentes só deveriam estudar depois das oito e meia da manhã

Especialistas defendem que os adolescentes deveriam estudar um pouco mais tarde.

Karin Cristina Guedes de Oliveira

No início de novembro, em Santa Catarina, durante o Congresso Brasileiro do Sono, foi distribuído um manifesto que propõe alterar o horário que os estudantes vão para a escola. O documento foi criado por pesquisadores da área e endossado pela Associação Brasileira do Sono. A sugestão é: adolescentes de 13 a 17 anos, que nessa idade cursam do sétimo ano do ensino fundamental II ao terceiro ano do ensino médio, estudem após às oito e meia da manhã.

“O objetivo é garantir um mínimo de quantidade e qualidade de sono e, assim, um bom processo de aprendizagem.” Defende John Fontenele Araújo, neurocientista e professor do Laboratório de Neurobiologia e Ritmicidade Biológica da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

Segundo o manifesto, a restrição do sono está ligada à diversos problemas de saúde, mas principalmente a dificuldades de aprendizagens. Primeiro, quem não dorme direito não consegue prestar a atenção nas aulas. Segundo, com poucas horas de descanso, a mente do adolescente não consegue fixar o pouco que ele conseguiu se atentar.

Não seria mais fácil dormir mais cedo?

Seria perfeito, mas não é tão simples assim quando se fala de jovens nessa faixa etária.

Os pesquisadores informam que, nos últimos tempos, foi possível compreender melhor as alterações que ocorrem no organismo durante os ciclos de sono e vigília. E a entrada na puberdade estaria associada a um atraso natural na hora de dormir e despertar. É natural que os jovens passem a fechar os olhos um pouco mais tarde do que antes. Ou seja, essa turma precisa dormir mais, porém não conseguem dormir mais cedo.

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Mas, e a rotina da escola?

Por outro lado, tem a rotina das escolas, os horários dos professores, enfim, muita coisa em jogo para que esse horário seja realmente alterado. Considerando que as prioridades são a qualidade do que se aprende e o bem-estar do aprendente, esse estudo já sinaliza para as instituições a necessidade de se repensar as rotinas e horários.

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Karin Cristina Guedes de Oliveira

Karin Cristina é pedagoga, mãe e esposa. Apaixonada pelo ser humano, acredita que o conhecimento é capaz de mudar a humanidade e a leitura é o caminho.