Desintegração da família: Quando o trabalho é mais importante

Algumas reflexões sobre a importância da satisfação no lar para a autorrealização profissional.

Suely Buriasco

Um comportamento até há pouco tempo típico dos homens está, cada vez mais, fazendo parte da rotina das mulheres: dedicação total ao trabalho. Estão sendo chamadas de mulheres workaholics – expressão americana que significa compulsão para o trabalho. São mulheres que deixam de lado as tarefas do lar e buscam freneticamente um bom posicionamento no mercado de trabalho.

O resultado para essas mulheres é basicamente o desinteresse pelos assuntos familiares, os conflitos de relacionamento com o marido e filhos e, claro, as frustrações pessoais, afinal, focando apenas na vida profissional, tornam-se insatisfeitas e culpadas na vida pessoal. O lar entra em zona de risco, o casamento se desgasta, mas o pior de tudo é o efeito da rejeição na vida dos filhos.

Mães e trabalho: Como equilibrar as tarefas e se livrar da culpa

Assim, caso você esteja sentindo que o trabalho está tomando conta da sua vida e tem sido cobrada por isso, observe os itens abaixo e reflita:

1. Fuga da realidade

Para muita gente, trabalhar em tempo integral, incluindo finais de semana, é uma forma, consciente ou não, de fugir dos problemas íntimos e familiares. Observe o que tem sido isso para você: tem estado muito insatisfeita pessoalmente? A companhia dos colegas de trabalho tem sido mais confortável? Você tem se dedicado a resolver questões de cunho pessoal ou tem preferido fazer de conta que elas nem existem?

Advertisement

2. Lazer é raridade

Faz parte de uma vida saudável de qualquer pessoa ter momentos de diversão e prazer ao lado da família. Se esses momentos têm sido raros em sua vida, vale a pena buscar retomá-los, afinal, família pressupõe companheirismo e parceria; comungar da alegria de estar junto é, pois, de suma importância. Você tem alimentado o desejo de estar com seus familiares? Sente prazer nisso? Qual a periodicidade com que vocês se divertem juntos?

3. Falta de tempo

A vida familiar é constituída também pela troca de afeto, atenção e… Tempo! O diálogo com o marido e filhos é primordial para a harmonia do lar. Também é preciso dedicar um tempo para seus pais, irmãos, familiares de seu cônjuge e amigos. Você conhece a rotina de seus filhos? Mostra-se interessada pela vida de seu cônjuge? Há quanto tempo você não telefona para aquela sua amiga querida? Seus pais e sogros têm recebido a devida atenção que lhes confere, entre outras coisas, a idade?

4. Extremamente conectada

Muitas pessoas enxergam o mundo com tamanha competitividade que exigem de si mesmas 100% de dedicação. Isso inclui estar sempre conectada por meio de notebooks, celulares, reuniões, jantares ou almoços de negócios. São mulheres que não ficam longe da internet e “precisam” saber de tudo em tempo real. Quando você conversa usa ao mesmo tempo o celular? Está conectada o tempo todo? Não se permite momentos de solidão reflexiva ou de conversa animada e desinteressada com familiares e amigos?

Como balancear o tempo entre trabalho e família

Bom lembrar que existem coisas e pessoas imprescindíveis para nossa real felicidade, claro que a autorrealização profissional é importante, mas há que ser acompanhada da realização pessoal.

Advertisement

Para ter qualidade de vida e cumprir o papel de esposa e mãe é preciso lembrar da importância de conviver sadiamente com os afetos e fazer com que o tempo juntos seja fonte de aprendizado, alegria e prazer. Tudo na vida exige bom senso e sabedoria!

Toma un momento para compartir ...

Suely Buriasco

Mediadora de Conflitos, educadora com MBA em Gestão Estratégica de Pessoas, apresentadora do programa Deixa Disso com dicas de relacionamentos. Dois livros publicados: “Uma fênix em Praga” e “Mediando Conflitos no Relacionamento a Dois”.