Crie os seus filhos como gostaria que tivessem criado você e não falhará

"O que é dado às crianças agora, as crianças vão dar à sociedade". Karl Menninger

Erika Otero Romero

A educação nunca foi fácil. Quem ousa dizer que é algo simples simplesmente não teve filhos sob seus cuidados. O problema é que parece que nós, adultos, esquecemos como víamos o mundo quando éramos crianças. Nas crianças, raramente há maldade. Tudo o que estão fazendo enquanto crescem, é conhecendo o mundo e relacionando-se com ele; é claro, fazem isso de mãos dadas com seus pais.

Você os cria como gostaria de ter sido criado ou repete padrões?

Cabe aos adultos a responsabilidade de criar seres humanos de bem. No entanto, não se consegue isso se o adulto não fizer uma retrospectiva à sua infância, como gostaria que seus pais o tivessem tratado quando era pequeno.

Todos os adultos têm algo não muito bom para admitir sobre a criação que receberam. Por exemplo, tenho certeza de que muitos pais, ao corrigirem seus filhos, preferem não recorrer ao castigo físico, embora eles tenham tido uma boa dose desse tipo de “correção”. Outros recordam como se sentiram decepcionados com seus pais porque estes não cumpriam suas promessas; e assim procuram não decepcionar seus filhos.

Não é que os pais atuais sejam mais sábios que os de antigamente; cada ser humano faz o que pode com os recursos que tem. O que você concorda é que, como mãe ou pai, você não replica “literalmente” a criação que recebeu.

Há muitos exemplos que você deve ter tirado da educação que recebeu. Por exemplo, dizer aos seus filhos que os ama todos os dias, ensinar-lhes os vários serviços da casa, porque sabe que isso os torna autossuficientes.

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Claro que também há aspectos que você se recusa a aplicar em seus filhos. Por exemplo: não bater nem gritar; também se negar a ser uma mãe repressora. Você prefere falar e, em vez de ser repressora, castiga-os tirando por algum tempo as coisas que eles gostam.

Não se trata de criticar qualquer tipo de criação; mas de ver que, muitas vezes, você trata seus filhos como quis ser tratada. Isto não quer dizer que você sente rancor por seus pais, apenas que aprendeu a lição e sabe que pode mudar tais padrões.

Não tenha medo, você está indo bem

Não há nada estipulado na criação. Não há pessoas atrás de você dizendo se você está fazendo bem ou mal; no entanto, você sabe se o cuidado que dá a seus filhos é justo e necessário. É como a intuição: você sempre sabe o que está fazendo certo e o que não está.

A boa notícia é que sempre que você se sentir errado, você pode corrigir o caminho. Não é que a criação seja um jogo de tentativa e erro, mas nenhum pai, mãe ou método de criação é infalível. Sempre que sentir que está indo pelo caminho errado, você pode corrigir a rota; é melhor fazê-lo a continuar errando com conhecimento de causa.

Outro aspecto ao qual poucos pais recorrem é o de pedir desculpas a seus filhos. É como se temessem que seus filhos vão achá-los fracos. Não há nenhuma fraqueza em reconhecer que você falhou e se arrepende.

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Uma coisa clara e que você deve sempre ter em mente é que você é a mãe ou o pai, não um amigo. Este é um erro que muitos pais cometem. Quando deixa seus filhos começarem a vê-lo como um dos amigos, você começa a perder autoridade, algo que deve ter sempre sob controle.

Da forma que tratar seu filho, ele trata você e os outros. Além disso, seu filho aprende com o exemplo: o que vê em você, o tratamento que dá a ele é o que ele aprenderá e será a maneira como criará seus filhos.

Criar com amor, não com medo

Sempre senti que as crianças percebem o medo. Não é que o façam literalmente, mas o que sei é que têm “algo” que lhes indica quando seus pais duvidam do que devem fazer.

Não é que haja algo de errado em sentir desespero ou impotência. Os pais têm todo o direito de se sentirem perdidos, ainda mais quando se é mãe ou pai pela primeira vez. A questão é deixar a sua intuição ditar a melhor maneira de criar seu filho.

Tenha sempre em mente que todos os filhos são diferentes; por isso, creio que cada um “lhe diz” muito sutilmente, a maneira como necessita ser criado. Alguns precisam de mais reprimendas, enquanto outros só precisam de conselhos; é assim que funciona a educação.

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O que vocês podem fazer para não se sentirem assustados com réplicas, é deixar que eles digam o que precisam. Adicione a isso instruções claras sobre o que você espera deles e vice-versa.

Não hesite em deixar claro que você é a mãe ou o pai; que embora possam falar de tudo com você, isso não diminui sua autoridade. Isso dá a oportunidade de que sintam a confiança de consultá-lo e dizerem o que precisam. Este tipo de criação fará deles pessoas seguras de si mesmas, empáticas e compreensivas; em definitivo, o tipo de pessoas que o mundo necessita para ser um lugar melhor para se viver.

Traduzido e adaptado por Stael Pedrosa do original Cría a tus hijos como te hubiera gustado que te criaran y no fallarás

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Erika Otero Romero

Erika é psicóloga com experiência em trabalhos comunitários, com crianças e adolescentes em situação de risco.