Como prevenir o suicídio
Estudos apontam que 90% dos casos de suicídio podem ser evitados. Todos devemos agir nessa prevenção, este artigo mostra como.
Suely Buriasco
Casos de suicídios são sempre muito chocantes e dolorosos, verdadeiras tragédias familiares e sociais que se arrastam por muitas gerações. As pessoas não costumam conversar sobre esse tema, preferem ignorá-lo, isso porque, além de ser um assunto muito penoso, ainda traz uma carga cultural e religiosa muito grande. Entretanto, os fatos nos alertam para a necessidade de quebrar esse tabu, destituir-se de julgamentos e procurar esclarecimentos que possam ajudar na prevenção de tão triste ato.
O que os estudos revelam
O Instituto Bia Dote, através da campanha “Setembro Amarelo” busca conscientizar as pessoas da necessidade de tratar com seriedade o assunto, lembrando que “A cada ano cerca de um milhão de pessoas tiram a própria vida em todo o mundo. Trata-se de um problema de saúde pública mundial do qual o Brasil faz parte, estando colocado na posição de 8º lugar, em números absolutos, na escala mundial”. Ainda segundo o Instituto citado “O suicídio pode ser evitado em 90% dos casos através de medidas de prevenção e conscientização”. Um número alarmante que responsabiliza a todos por buscar maiores informações no sentido de tratar do tema com a seriedade que sua importância exige.
Prevenção do suicídio
Muitos estudos apontam que existem alguns comportamentos que podem indicar que a pessoa tenha tendência suicida ou idealize, de alguma forma, esse ato. Estar atento a esses indícios é de suma importância para a prevenção do suicídio. Esses indícios, bem como a forma de lidar com eles estão minuciosamente esclarecidos no manual dirigido a profissionais de saúde mental, do Ministério da Saúde.
Observar é fundamental
Definitivo para qualquer situação é não ignorar indícios importantes como a manifestação oculta ou declarada da vontade de “sumir”, “ir embora”, “fugir da vida”, “não aguentar mais”. Disfunções como tristeza profunda e continuada, mau humor generalizado, falta de disposição e mudanças bruscas de atitudes devem ser analisados com muita atenção. Sendo esse um assunto tão delicado, muitos pais deixam de comentá-lo com seus filhos, preferem pensar que isso jamais ocorreria, mas essa escolha pode ter consequências muito dolorosas. A busca da ajuda de profissionais ligados à saúde mental é imprescindível para um diagnóstico seguro, bem como o conhecimento da forma de tratamento indicada. Acreditar que simplesmente “vai passar” pode ser muito perigoso.
Conversar é um caminho
Diante das responsabilidades e atribulações da vida, muitas vezes, perdemos oportunidades de nos aproximarmos mais das pessoas de nosso convívio. Levando em consideração que a tendência ao suicídio costuma ser muito silenciosa, a aproximação pelo diálogo é de grande relevância. Uma boa dica é comentar notícias e assuntos que envolvam o tema para conversar e buscar entender o pensamento das pessoas em relação a isso. Ouvir o outro, compreender seus sentimentos e reações é uma forma eficaz de sentir o quanto ele precisa de ajuda. Algumas frases soam como verdadeiros pedidos de socorro: “Ninguém se importa comigo”, “Seria melhor para todos se eu sumisse”, “Eu não aguento mais”.
Segundo a matéria “Diálogo é primordial na prevenção ao suicídio; saiba reconhecer os sinais”, a psicóloga Cristina Moura explica que “A gente pensa que o suicida quer morrer, mas na verdade não é isso. Quem pensa em morte está numa situação tão complicada que vê na morte uma saída”.
Em suma, as suas atitudes que podem afastar de alguém próximo a ideia do suicídio são: manter proximidade, demonstrar o quando se importa, escutar, compreender e buscar ajuda profissional.