Como meu irmão me salvou de um afogamento e suicídio

Tão incrível quanto foi para mim ser salvo pelo meu irmão, foi que quatorze anos mais tarde, Sean me salvaria de afogamento pela segunda vez só que um tipo diferente de afogamento.

Seth Adam Smith

Este artigo foi originalmente publicado no blog “On a literal odissey” e republicado aqui com permissão do autor, traduzido e adaptado por Stael Pedrosa Metzger.

Eu sou o mais novo de seis filhos. Tenho dois irmãos: o mais velho é David e o outro é Sean.

(David, eu e Sean)

Sean e eu não nos dávamos bem quando éramos mais jovens.

Não me interpretem mal, não era nada sério. Era mais uma diferença de personalidade. Eu gostava de Star Trek, ele gostava de esportes. Eu queria assistir a desenhos animados, ele me empurrava para assistir Rocky 4. Quanto ao lado sentimental, Sean tem um coração grande, mas finge ser um pouco áspero por fora, como um ursinho de pelúcia mergulhado em cimento.

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Um dia, quando eu tinha seis anos, Sean inverteu completamente o papel de “irmão mais velho valentão”, fazendo algo que eu nunca esqueci, ele salvou minha vida. Enquanto brincava em uma piscina, sem querer comecei a me afogar. Não sabendo nadar, entrei em pânico e comecei a afundar, gritando por ajuda. Comecei a afundar pensando “E agora? Como eu pude ser tão estúpido?”

Ainda debaixo d’água, eu ouvi alguém mergulhar. No azul nebuloso, eu mal vi uma figura nadar em direção a mim, chegar e puxar-me para a segurança. Engoli em seco quando os meus olhos focaram na pessoa que me resgatou.

“Sean?” Eu disse incrédulo.

Sean riu. “Não fique tão surpreso. Você é chato, mas ainda é meu irmão.” Ele então me colocou na beira da piscina.

Em meus seis anos de idade, o cérebro estava cambaleando: Meu irmão Sean me salvou de um afogamento.

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Tão incrível quanto foi para mim ser salvo pelo meu irmão, foi que quatorze anos mais tarde, Sean me salvaria de afogamento pela segunda vez, só que um tipo diferente de afogamento.

Eu tinha vinte anos, e estava passando por um inferno. Eu tinha feito um monte de más escolhas, ofendi um monte de gente boa, perdi um monte de oportunidades maravilhosas, estava sofrendo de depressão, e tornei-me viciado em drogas lícitas. Eu estava me afogando na minha vida. “E agora?”, pensei para mim mesmo. “Como eu pude ser tão estúpido?”

E assim, uma manhã no início de setembro de 2006 saí do trabalho e voltei para a minha casa vazia. Rabisquei algumas anotações no meu diário, tendo um pote cheio de pílulas para dormir e metade de um pote de analgésicos ao lado. Então eu fui para a garagem, entrei no carro, e adormeci.

Por todas as razões, eu deveria estar morto.

Mas, por algum milagre, meu pai me encontrou. Ele me puxou para fora do carro e ligou para a emergência. Eu emergia e submergia dentro e fora da consciência no caminho para o hospital. Quando cheguei lá, eu me lembro de ter visto a camisa de Sean se movendo pelo hospital. Tenho certeza de que Sean estava dentro de sua camisa, mas sob a influência de todas as drogas que eu havia tomado, tudo o que eu podia ver era sua camisa colorida brilhando. Em um ponto, eu me lembro de acordar e ver meu pai e Sean pairando sobre mim.

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Sean tinha lágrimas em seus olhos.

No dia seguinte, fui liberado do hospital. Com a ajuda de Sean, fui cambaleando do carro para o meu quarto. Deitei na minha cama grande e olhei para o teto, pensando em como a minha vida não estava melhor depois da minha tentativa frustrada de suicídio.

Senti Sean sentar do outro lado da cama. Ficamos em silêncio por um longo tempo, perdidos em nossos próprios pensamentos.

“Você não tem que ficar aqui e olhar por mim, Sean,” eu disse calmamente. “Eu vou ficar bem.”

Meu irmão mais velho, em seguida, disse algo que eu nunca esqueci:

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“Seth, eu quase perdi o meu irmão mais novo. Eu não vou a lugar nenhum.”

E com essas palavras, era como se Sean tivesse me salvado de um afogamento uma segunda vez. Eu percebi o quanto meu irmão, aquele velho rabugento ursinho mergulhado em cimento, se importava comigo, seu irmão mais novo. Pensei na minha família (meus pais, meus irmãos e minhas irmãs), e percebi quanta vida eu tinha e de quanta vida eu tinha quase desistido.

As palavras de Sean não foram longas nem profundas, mas me fizeram perceber que minha vida era importante para outras pessoas; suas palavras me deram esperança para seguir em frente.

(Sean, eu e David)

Agora, quero deixar bem claro que a depressão e o suicídio não são problemas fáceis ou instantaneamente resolvidos. Enquanto Sean pode ter me resgatado do “fundo” da piscina da depressão, os perigos da água sempre estarão lá para aqueles que permanecem na piscina. Alguns de nós, através de nossas próprias escolhas, ficamos muito perto do fim profundo da depressão, enquanto outros, inadvertida e involuntariamente caem nele. Algumas pessoas debatem-se e lutam na água por mais tempo do que outras. Meu resgate e recuperação da depressão eram mais do que apenas um único evento. Foi uma viagem, cuja jornada começou com as palavras de Sean.

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Todos nós, em algum momento de nossas vidas, percorreremos as águas da depressão e da dúvida. Durante esses tempos difíceis, não podemos simplesmente nos resgatar de um afogamento. Nós todos precisamos do amor e apoio de alguém que chegue até nós e erga-nos para um local seguro.

Estenda a mão para alguém em sua vida hoje. Suas palavras não precisam ser longas ou eloquentes, e você não precisa ser perfeito mesmo. Basta estender a mão. Para essa pessoa que está lutando, seu gesto poderá fazer toda a diferença em seu mundo.

Serei eternamente grato ao meu irmão Sean por duas vezes me salvar do afogamento.

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Seth Adam Smith

Seth Adam Smith é um leitor ávido, escritor e um homem numa odisséia literal para publicar seus livros. Aprenda mais visitando seu website.