Como lidar com adolescentes que sofrem de gagueira
Dicas para os pais lidarem com a gagueira dos adolescentes fazendo-os sentirem-se amados, incluídos e capazes.
Heather Hale
A gagueira aparece entre os dois e cinco anos de idade, mas 75 por cento dessas crianças superaram sua gagueira dentro de uma semana ou no prazo de dois anos. No entanto, os adolescentes que ainda gaguejam estão enfrentando a possibilidade real de que eles talvez não venham a superar esse problema, enquanto têm que ao mesmo tempo lidar com a escola, amigos e relações familiares em mudança. Pode ser um momento assustador e complexo, mas existem algumas maneiras de tornar a adolescência mais fácil para as pessoas que gaguejam (também chamadas PQG).
Aceitação plena
Os adolescentes que gaguejam precisam saber que são amados e aceitos, independentemente da forma como eles falam. A aceitação daqueles que os rodeiam lhes permitirá aceitar a si mesmos.
Dê-lhes meio de expressão
Muitos PQG são capacitados a falar sobre sua deficiência, mas deixe-os decidir como e quando querem fazer isso. Alguns gagos podem sentir-se confortáveis falando para classes ou organizações cívicas sobre a gagueira, mas outros se sentem mais à vontade escrevendo, cantando ou usando a arte para expressar suas emoções.
Não os force a falar
Se eles não querem discutir a gagueira, não force. Incentive aqueles que lutam contra a gagueira a expressar suas emoções da maneira que se sentirem confortáveis, ainda que eles não queiram falar especificamente sobre o problema.
Mantenha um diálogo aberto com a escola de seu filho
Discursos, apresentações de leitura ou responder a perguntas em sala de aula pode ser difícil para alguns PQG. A escola não deve parecer assustadora! Os programas de inclusão escolar devem também estar voltados para os gagos, mas os pais podem ter de dar os primeiros passos para assegurar os direitos de seus filhos.
Certifique-se de que qualquer terapia que venha a escolher é boa para o ajuste da PQG
Nem todos os fonoaudiólogos têm formação adequada para trabalhar com distúrbios da fluência, assim você pode precisar experimentar diversos tipos de terapia e trabalhar com terapeutas diferentes para encontrar um tratamento realmente produtivo. Lembre-se que o objetivo da terapia de fluência é a redução da gagueira, pois não há cura. Tenha expectativas realistas, porém, seja otimista.
Fique atento a sinais de isolamento social
Gagueira misturada com as inseguranças normais dos adolescentes pode levar alguns PQG a fugir das interações sociais. Incentive o adolescente a encontrar amigos que o apoiam em seu problema. Além disso, elogie seu filho quando ele sai de sua zona de conforto para participar de atividades sociais.
Seja uma caixa de ressonância
PQGs adolescentes preocupam-se com um monte de coisas, especialmente as questões de namoro, fazer novos amigos, preparação para faculdade ou saída de casa, bem como a escolha de uma carreira na qual se sinta confortável. Esteja disponível para escutar pacientemente as suas preocupações, e nunca o faça sentir-se mal por preocupar-se com algo que você considere bobo. Essas são preocupações muito reais para eles.
Envolva-os em um grupo de apoio a gagueira
Gagueira nos adolescentes é uma doença rara e pode ser incrivelmente solitária. Muitos gagos adolescentes não conhecem quaisquer outras pessoas com a mesma deficiência. Mídias sociais como o Facebook e hangouts do google (chat do google) são ótimos lugares para PQGs adolescentes conectarem-se e compartilharem experiências. Você também pode verificar junto à Associação brasileira de Gagueira (ABRAGAGUEIRA) para encontrar grupos de apoio locais.
Todo adolescente PQG pode levar uma vida plena e tornar-se um adulto produtivo. Eles podem precisar de apoio extra e incentivo para realizar seu pleno potencial, mas têm algo especial para dar ao mundo. As pessoas que gaguejam têm a oportunidade única de ensinar o mundo a ouvir, e os adolescentes têm muitas vezes o entusiasmo juvenil necessário para causar um impacto real no mundo.
Traduzido e adaptado por Stael Metzger do original It’s how you say it: Dealing with teenage stuttering, de Heather Hale.