Como enfrentar a VIUVEZ e continuar a viver

Quando acontece a viuvez, é como se o mundo fugisse dos pés do cônjuge que ficou. Parece o fim de tudo. Mas o tempo pode fazer milagres, e o sol pode brilhar de novo.

Luiz Higino Polito

Marina Monteiro Cardoso escreveu um livro chamado “Viuvez, como enfrentá-la”, onde ela diz que no momento do óbito do cônjuge (embora todos saibam que um dia a morte virá para um dos dois), o desafio é quase instransponível.

Mas depois do baque inicial, onde o viúvo ou viúva perde o chão, perde o rumo e a ação, o viúvo se vê às voltas com as providências práticas do velório e mais tarde com o inventário, tendo que assinar papéis e acompanhar as providências necessárias.

Com isso, o viúvo sobrevivente tem de ficar “de pé”, parecer forte e fazer o que é necessário. Pois a vida continua e normalmente existem os filhos, e os filhos precisam da força do pai ou da mãe sobrevivente para ajudá-los e orientá-los.

A autora do livro diz que a “viuvez é consequência da vida”, e que ninguém vai mesmo durar para sempre nesta vida, e que o cônjuge que sobreviver vai se tornar responsável pela família, e terá de ser forte o suficiente para tocar a vida em frente, apesar da dor e da ausência do cônjuge que se foi.

Apatia e pena de si mesmo

A apatia e a pena de si mesmo é o que normalmente vem após a viuvez. Porém, o tempo que isso durará vai depender de cada um. Tem viúvos e viúvas que nunca saem de tal apatia e pena de si mesmos pelo resto da vida, enquanto outros conseguem reagir e enfrentar tais sentimentos e voltar a viver e até a serem felizes novamente – sozinhos ou casando-se outra vez.

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Conselhos práticos

Alguns conselhos práticos da autora são bem interessantes, como não mudar seus hábitos, sua religião, seus amigos (que poderão lhe dar muita força), e lembrar que o mundo não acabou.

Outro conselho da autora é não ser nem aparentar-se como um “coitado”, pois isso não ajudará em nada. A autora até cita um ditado: “Quem se acha um coitado, sofre dobrado”.

Outra coisa importante é manter-se ativo. Continue a trabalhar, mesmo que no começo seja muito difícil. Trabalhos e hobbies ajudam muito nessa hora.

Outra coisa que ajuda é ser voluntário em algum lugar que precisa de ajuda humanitária, como asilos e creches.

Mais viúvos do que viúvas de casam de novo

Numa reportagem chamada “O jeito de cada um encarar a viuvez” , o gerontólogo e psicólogo Guilherme Falcão diz que “a reação do idoso à viuvez depende de como a família encara a dor e o sofrimento”. Ele explica que, embora as mulheres sejam a maioria dos viúvos, são os homens que se casam mais após a viuvez: de 25 mil matrimônios com pessoas viúvas, em 2007, 16 mil tinham homens viúvos como noivos.

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Essa diferença entre viúvos e viúvas que se casam se deve à maior dificuldade de adaptação que os homens têm do que mulheres após a viuvez. As mulheres são mais independentes nessa hora.

Para Guilherme Falcão, independente dos planos que os viúvos e viúvas tenham, precisam entender que a morte é algo natural. Ele diz que dependendo de como os viúvos ficarem psicologicamente, sua saúde física acompanhará a saúde psicológica, daí a necessidade de os viúvos encontrarem maneiras de se tornarem interessados na vida, e que nessa hora, os filhos e netos podem ajudar muito.

Entretanto, embora os filhos e netos possam ajudar, não devem querer fazer tudo por seus pais ou avós viúvos, pois “fazer tudo (por eles) só piora a saúde do idoso”, alerta o gerontólogo.

Eles têm de ser o mais autossuficiente possível, para que sintam sua verdadeira utilidade. Eles devem fazer parte da vida, e não serem tratados como estorvo ou deixados isolados.

Viuvez não é sinônimo de velhice

Muitos ficam viúvos bem jovens, seja por doenças ou acidentes de seus cônjuges. Neste caso, só devem se lembrar que são viúvos nos momentos “burocráticos”, e tentarem viver a vida o melhor que puderem, pois embora fiquem a saudade e as lembranças, a vida segue em frente, e os filhos precisam ser amparados.

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Assim como nos casos de separação e divórcio, os viúvos de qualquer idade devem sempre deixar seus corações abertos a novos relacionamentos, novos amores e novos casamentos.

E podem, sim, serem felizes na vida novamente.

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Luiz Higino Polito

Casado, pai de três filhos e avô de quatro netos, estudei oratória e didática. Gosto muito de escrever. Profissionalmente, sou músico e tenho um Sebo Virtual, onde vivo com minha esposa e cercado de livros!