Como controlar a possessividade no casamento

Alguns itens para reflexão sobre o quanto é possível e saudável equilibrar o sentimento de posse em relação ao cônjuge e harmonizar a relação.

Suely Buriasco

Muitos já tentaram conceituar amor, muito embora limitar um sentimento em palavras ou definições seja muito difícil. Nessa tentativa já distinguiram vários “tipos” de amor. Platão em sua obra O Banquete, definiu o “Amor Autêntico”, como aquele que liberta o indivíduo do sofrimento e conduz sua alma ao banquete divino, em distinção do “Amor Possessivo“, o qual persegue o outro como um objeto a devorar, possuir e sufocar.

Segundo Ballone GJ em Complicações do Amor, “Existem ainda relações amorosas claudicantes, onde a pessoa que ama não deseja apenas o outro, mas deseja também o desejo do outro, o sentimento do outro e tudo o que possa estar ocorrendo na intimidade psíquica do outro. Diante da impossibilidade de nos apossarmos do sentimento alheio, a pessoa que ama sofre, pois o outro pode não estar sentindo aquilo que se deseja que sinta, pode não estar pensando justamente aquilo que se deseja que pense”.

O sentimento de posse em relação a qualquer pessoa e mais especialmente ao cônjuge provoca grandes conflitos nas relações, chegando ao extremo da violência. Se você reconhece em si esse tipo de sentimento em relação a seu cônjuge é recomendável que o transforme o mais rápido possível. Reflita sobre os itens abaixo:

  • O casamento é um compromisso de dividir uma vida com a outra pessoa. Se você pensa só em si reduz seu cônjuge a um objeto e o amor mútuo não pode crescer. É, ainda, grande egoísmo manter seu cônjuge como responsável por sua felicidade. No casamento é preciso mudar o “eu” para “nós”.

  • Monopolizar a vida do cônjuge também é tratá-lo com posse; se você não permite que ele conviva com outras pessoas acabará por sufocá-lo. Isso poderá resultar em duas coisas: ou ele se torna uma pessoa frustrada e insatisfeita ao seu lado ou cansará e se afastará de você. Seu cônjuge tem direito de conviver com a família, amigos e colegas, assim como você.

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  • Se você é uma pessoa ciumenta por natureza, precisa buscar saber qual a razão disso; o ciúme é sempre sinal de insegurança, sendo extremo é indício de baixa autoestima ou inadequação. Dando vazão ao ciúme a possessividade só tende a aumentar, melhor mesmo é fazer uma autoanálise e, se necessário, procurar ajuda profissional.

  • Procure direcionar sua atenção para atividades que lhe dão prazer e permita que seu cônjuge faça o mesmo. Viver em função de outra pessoa vai fazer com que você exija o mesmo dela. Ninguém pode ser feliz atrelado e sufocado, nem mesmo em nome do amor.

O essencial é ver seu cônjuge como outra individualidade, o que inclui vontades, sonhos e desejos próprios. Viva e permita que seu cônjuge viva sem bloqueios ou controles; deixe que o sentimento de vocês flua em liberdade.

Jamais aspire possuir seu cônjuge; ame-o genuinamente!

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Suely Buriasco

Mediadora de Conflitos, educadora com MBA em Gestão Estratégica de Pessoas, apresentadora do programa Deixa Disso com dicas de relacionamentos. Dois livros publicados: “Uma fênix em Praga” e “Mediando Conflitos no Relacionamento a Dois”.