Como as brigas dos pais afetam os filhos

É importante que os pais reflitam sobre como a desarmonia do casal pode influenciar negativamente no bem-estar físico e emocional dos filhos, bem como em seus modos de agir no futuro.

Suely Buriasco

Um casal é formado por duas pessoas com afinidades e diferenças que podem ser muito marcantes. No sentido de conciliar pontos de vista análogos, muitas vezes discussões são estabelecidas. Mas é preciso que o casal tenha muito cuidado para não transformar uma conversa em disputa, pois nesse caso, o que vale é “ganhar” e, na maioria das vezes, esse “ganho” representa uma perda muito grande.

Discussões e brigas

Embora seja uma diferença sutil discutir e brigar podem não ter o mesmo significado, dependendo da forma como as ideias são colocadas. Uma discussão pode ser uma conversa em que cada um argumenta sobre conceitos dessemelhantes respeitosamente. Dessa forma é uma ação muito positiva, até porque ninguém pode se anular e numa relação saudável é importante que ambos se sintam ouvidos e considerados. No entanto, quando as palavras se tornam ásperas e o respeito escasso então a discussão se torna uma briga e o casal se envolve em emoções destrutivas nada favoráveis à relação.

Casais com filhos

Quando o casal tem filhos as responsabilidades quanto ao comportamento de cada um, certamente, se multiplicam. As consequências das brigas dos pais podem ser muito intensas nos filhos, influenciando negativamente no desenvolvimento emocional e até físico deles. É muito comum que o estresse da criança, provocado pelas constantes brigas dos pais, altere a imunidade e ela fique doente. O site relata um estudo confirmando que conflitos familiares influenciam até mesmo no modo de agir de crianças: “Não são só as discussões em voz alta que prejudicam o desenvolvimento das crianças. As brigas em tom menos explícito também podem ser percebidas pelos filhos“.

Comportamentos positivos

No site a psicóloga Ceres Araujo afirma que: “Ver os pais de mãos dadas é tranquilizador e mesmo apaziguador para quaisquer fantasias de perda da criança. É evidente que os filhos apreciem muito ver os pais em harmonia“. O bom relacionamento dos pais é primordial para o desenvolvimento saudável das crianças que encontram no lar a base segura que norteará suas vidas no futuro. Não são as palavras, mas o comportamento do pai e da mãe e como interagem entre si e com as outras pessoas é que representam o modelo que a criança seguirá. É na família que as crianças aprendem os comportamentos éticos que definirão a sua maneira de viver em sociedade, influenciando o tipo de relacionamentos que construirão na própria vida.

Comportamentos negativos

As brigas dos pais são sempre nocivas aos filhos, independente da idade que tenham. A hostilidade na família pode levar a sinais de depressão, ansiedade e outros problemas que são transferidos aos filhos. Estudos apontam que quanto mais conturbada for a relação dos pais, maior probabilidade dos filhos se tornarem adolescentes difíceis e adultos com problemas de relacionamento. Lares em desalinho, em constantes brigas e desentendimentos produzem filhos estressados, inseguros, medrosos e infelizes.

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Responsabilidade

É evidente a necessidade dos pais estarem atentos em relação às consequências de seu comportamento na vida de seus filhos e, o quanto antes, recuperar a relação. É na família que o ser humano se forma, cria modelos éticos e morais e se prepara para a vida adulta. Importante lembrar que, acima de qualquer questão entre os cônjuges, os pais têm por dever desenvolver um modelo de vida salutar para os seus filhos.

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Suely Buriasco

Mediadora de Conflitos, educadora com MBA em Gestão Estratégica de Pessoas, apresentadora do programa Deixa Disso com dicas de relacionamentos. Dois livros publicados: “Uma fênix em Praga” e “Mediando Conflitos no Relacionamento a Dois”.