Como ajudar um amigo sem se deixar afetar por seus problemas

É importante ter cuidado para não transportar problemas de outras pessoas para a própria vida, envolvendo-se emocionalmente. Além de não ajudar, você ainda se compromete com as dificuldades alheias.

Suely Buriasco

É difícil ver alguém por quem temos afeição sofrer, seja um familiar, um amigo ou mesmo um colega de trabalho, logo queremos ajudá-lo a sair dessa situação. Claro que quanto mais próximo, mais nos sentimos tocados a fazer alguma coisa que o alivie de suas dificuldades. Isso é muito louvável, mas precisamos estar atentos para não incorporarmos o problema alheio levando-o para a nossa própria vida, pois certamente o transformaremos num problema nosso. Assim, lamentavelmente, além de não ajudarmos a pessoa amiga, ainda comprometemos a nossa própria vida.

Pensemos pois, em maneiras de nos proteger disso sem deixar de cumprir com o nosso papel de amigo:

1- Manter ao máximo a neutralidade: É difícil não se contaminar com os problemas de um amigo, mas se você deseja realmente ajudá-lo terá que se esforçar para ser o mais neutro possível. Tomar partido fará com que você perca a lucidez necessária para ver a questão de forma racional. A neutralidade promoverá a calma que você precisa para analisar a situação e de forma prática facilitar o discernimento de seu amigo na busca da solução.

2- Cuidado com as emoções: Observar as próprias emoções é de suma importância para distinguir o que é um sentimento seu e o que é do outro. As pessoas nos influenciam muito mais do que imaginamos. Se diante de um amigo que está sentindo raiva ou tristeza, por exemplo, você se envolver emocionalmente vai apenas “colocar lenha na fogueira” como diz o ditado, e pior, vai se queimar também.

3- Não associe os problemas: Tenha a lucidez de separar bem as coisas. Não é porque seu amigo passa por determinada situação difícil que você terá de passar também. Lembre-se que isso ou aquilo, por mais que afete você, está acontecendo na vida dele e não na sua. Um exemplo típico é escutar o desabafo de um amigo que sofreu uma traição e voltar para casa desconfiando do cônjuge. Ou o amigo foi demitido e você passa a trabalhar estressado por essa possibilidade. Isso é péssimo!

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4- Não se ressinta: Seu amigo está com problemas com alguém e conta a sua própria versão da questão e você se ressente mesmo sem saber se as coisas aconteceram como o seu amigo interpretou. Resultado: você se indispõe com a outra pessoa mesmo não tendo certeza de nada. Pior ainda ficará a sua situação se seu amigo se resolver com ela e você é quem ficará mau na história. Em relação às brigas de casais isso é tão comum que quem não conhece o ditado “briga de marido e mulher não se mete a colher”?

5- Cumpra a sua função de amigo: É preciso compreender que o amigo funciona como a alavanca que impulsiona o outro para frente e não o que reforça suas emoções negativas influenciando-se por elas. A melhor forma de ajudar um amigo é fazê-lo pensar no sentido de agir de forma que as consequências de suas ações sejam melhores e mais felizes do que os problemas em si. Afinal, tem muita gente que no intuito de resolver um problema cria outros até mais difíceis.

Bons amigos se ajudam mutuamente e representam o apoio que precisam para os momentos difíceis. Relevam e compreendem, mas não se influenciam negativamente, mantendo a atitude positiva de equilíbrio e serenidade.

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Suely Buriasco

Mediadora de Conflitos, educadora com MBA em Gestão Estratégica de Pessoas, apresentadora do programa Deixa Disso com dicas de relacionamentos. Dois livros publicados: “Uma fênix em Praga” e “Mediando Conflitos no Relacionamento a Dois”.