Com que idade começamos realmente a envelhecer?

Quando as pessoas vivem com intensidade, a idade só soma experiências e felicidade.

Erika Otero Romero

A vida pode ser tão boa ou tão ruim quanto você pensa que é. Levo algum tempo aprendendo que “como é dentro, é fora”. Esta frase aplica-se a todas as situações em que haja um ser humano envolvido.

A mesma frase aplica-se à saúde de cada um de nós. Sabemos bem que se temos um corpo saudável, isso se manifesta em nossa aparência. Claro que a nossa herança genética também ajuda muito. No entanto, há também aspectos externos que contribuem para que algumas pessoas envelheçam mais depressa do que outras.

Quando começamos a envelhecer?

Desde que saímos do ventre de nossa mãe, começamos um caminho para a maturidade. Poderia dizer que “começamos a envelhecer” desde o momento da concepção, mas é que nesses momentos não temos consciência de nada. Pelo contrário, desde que nascemos, embora não possamos recordá-lo, somos conscientes de que estamos em um processo de maturidade e crescimento constante.

À medida que uma pessoa cresce e se desenvolve, seu organismo está se fortalecendo e regenerando; isto é um processo diário.

Vamos partir de algo tão simples como a pele de um bebé. Se você acariciou a pele de um bebê, sabe que é delicada e macia, muito sensível, mas forte e elástica ao mesmo tempo. À medida que crescemos, nossa pele estica. Isso faz com que algumas pessoas tenham celulite ou estrias no processo de crescimento.

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Agora, o que acontece quando você corta ou quebra um osso? Ocorre um processo de regeneração celular para repor os tecidos danificados.

Vou me limitar aos fatos que a ciência mostra. Apenas poucas células de nosso organismo nos acompanharão até o dia de nossa morte. Há células que são bastante efêmeras, por exemplo, as do intestino delgado, devido ao seu “trabalho” devem ser substituídas entre um e cinco dias. No entanto, as células do fígado duram entre seis meses e um ano. É o mesmo processo com as diferentes moléculas que residem em cada parte do nosso corpo. Isso tem de acontecer porque nos magoamos, crescemos e adoecemos.

O que os cientistas dizem sobre a velhice?

Ao contrário do que dissemos anteriormente, os cientistas afirmam que a velhice começa no mesmo momento em que as células começam a falhar.

A realidade é que a ciência não conseguiu chegar a um acordo sobre o tema. Alguns estudiosos afirmam que a velhice começa aos 25 e outros sustentam que aos 30 começamos a envelhecer. No entanto, há certos parâmetros que devem ser levados em consideração para chegar a um acordo real.

A esse respeito, penso que os estudiosos desse tema deveriam ampliar as medidas do que se considera velhice ou juventude.

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Se eles mesmos afirmam que a velhice começa quando as células começam a falhar, o que acontece com as pessoas que nascem com doenças degenerativas? Essas doenças afetam fortemente a saúde dos portadores e fazem com que não pareçam ter a idade que realmente têm.

Um exemplo claro desse tipo de doença é a progéria. É uma doença genética progressiva. É extremamente rara e acelera o envelhecimento das crianças. A idade de início é 2 anos; ou seja, a criança ao nascer, parece perfeitamente normal, mas aos 2 anos começa a degeneração dos tecidos. Não é hereditária e não tem cura; além disso, a expectativa de vida de uma criança portadora é de em média 14 anos.

A partir do exposto, resta apenas dizer que ainda falta muito para a ciência chegar a um acordo sobre a juventude ou a velhice.

Dados importantes sobre a idade cronológica e a idade biológica

Quando se fala da idade cronológica, faz-se referência ao conceito tradicional de idade, ou seja, a quantidade de anos que completamos desde que nascemos. Este é um indicador basicamente social e cultural. A importância é muito relativa do ponto de vista biológico.

A idade biológica, é medida a partir da deterioração que sofrem as células do corpo. Poderia dizer-se então que se mede a partir da capacidade energética do organismo em reparar as falhas nas células. Essa capacidade energética é estabelecida com base no comprimento dos telômeros, que são os extremos dos cromossomas. A cada vez que uma célula se divide, os telômeros se encurtam, com as sucessivas divisões, estes se esgotam e a célula morre. O estado desse processo permite medir a nossa idade biológica, que nem sempre coincide com a cronológica.

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Idade cronológica não é igual a maturidade mental ou emocional

Agora, convenhamos, a maturidade mental e emocional nada tem a ver com a idade cronológica.

Do que estamos falando? Simples, há pessoas que chegam aos 50 ou 60 anos e são emocionalmente imaturas e mentalmente como adolescentes. Carecem de responsabilidade emocional e se negam a mudar porque, em sua mente, são “eternamente jovens”. Em contrapartida, há pessoas de 20 e 30 anos que são incrivelmente maduras e responsáveis.

Se formos completamente sensatos, a velhice e a juventude são uma condição tanto física como mental e emocional. Há jovens que, infelizmente, devido à sua saúde e ao que tiveram de viver, envelhecem muito rapidamente. Estão como mortos em vida.

A ciência esforça-se por melhorar as condições de saúde das pessoas com doenças degenerativas, o que é ótimo. Quanto às pessoas “normais”, devemos procurar cuidar com o que comemos e das nossas experiências para vivermos e parecermos de acordo com a nossa idade.

Traduzido e adaptado por Stael Pedrosa do original ¿A qué edad empezamos realmente a envejecer?

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Erika Otero Romero

Erika é psicóloga com experiência em trabalhos comunitários, com crianças e adolescentes em situação de risco.