Após brincar em um pula-pula inflável, garoto de 10 anos contrai uma doença altamente contagiosa

A doença é causada por uma bactéria muito agressiva, que causa ainda outras doenças e, se não for combatida, gera sérias complicações.

Erika Strassburger

Os filhos de Brenda Sanderson foram convidados para uma festinha de formatura ao ar livre, em um dia de verão, com direito a muita diversão em um desses pula-pulas infláveis em forma de casinha. As crianças subiam, desciam, pulavam e tentavam derrubar umas às outras, brincadeiras típicas de criança.

Mas, dois dias depois, a mãe percebeu algumas marcas na pele de seu filho de dez anos. Ela perguntou ao menino de onde elas vieram, ele deduziu que foram causadas pelas brincadeiras no brinquedo inflável, “acho que apenas me queimei no plástico”, disse ele, segundo a Fox 25.

As lesões progrediram

Brenda passou uma pomada antibiótica e não pensou mais nisso. Mas, as lesões não melhoravam. Elas cresceram, formaram bolhas e estavam se espalhando pelo corpo. As dos braços ficaram bem maiores. Brenda reparou que o líquido que escorria das feridas fazia com que as lesões se alastrassem. O menino queixou-se também de dor nas lesões, quando eram tocadas.

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O diagnóstico

Percebendo que não era algo simples como imaginava, a mãe correu com o filho para o médico, que pediu que o menino fizesse uma retrospectiva de suas últimas atividades. Ao descobrir que a criança havia brincado em um brinquedo inflável, o médico logo soube do que se tratava: uma infecção por Staphylococcus (estafilococos).

O que são os Staphylococcus

São bactérias altamente contagiosas e danosas que podem ser encontradas na pele dos seres humanos e sobre superfícies diversas. É possível encontrar mais de 30 espécies dessa bactéria, sendo a Staphylococcus Aureus uma das mais comuns e que causam mais danos.

Estima-se que 15% das pessoas carreguem esses agentes patogênicos capazes de produzir diversos tipos de doenças, com impetigo, furúnculo, foliculite.

Impetigo é uma infecção bacteriana da pele causada por dois tipos de bactérias: Streptococcus pyogenes ou Staphylococcus aureus. ☞ O impetigo é uma doença contagiosa, que surge com mais frequência nos meses quentes de verão e acomete, preferencialmente, crianças, porém pode afetar adultos. ➡ A doença se manifesta de três formas: • Impetigo comum: também chamado de impetigo não-bolhoso, é a forma mais comum. Geralmente se inicia com pequenas pápulas vermelhas, semelhantes a picadas de mosquito, que evoluem rapidamente para pequenas pústulas (lesões com pus). • Impetigo bolhoso: é causado apenas pela bactéria Staphylococcus aureus, que é capaz de produzir toxinas que causam descolamento da epiderme (camada mais superficial da pele), favorecendo o aparecimento de bolhas. Costuma acometer membros superiores e inferiores e surge em nádegas e tronco com mais frequência que no impetigo comum. • Ectima: forma mais grave de impetigo, pois acomete camadas mais profundas da pele. Geralmente são lesões de impetigo que evoluem para a formação de úlceras na pele que podem drenar pus. Essas úlceras costumam evoluir para crostas grossas e amareladas, com margem avermelhadas, que curam-se lentamente, deixando cicatrizes. Pode ser causado tanto pelo Streptococcus pyogenes quanto pelo Staphylococcus aureus. ➡ Indica-se tratamento com antibióticos por via oral ou em forma de cremes e pomadas de uso tópico, isto é, aplicados diretamente sobre as lesões cutâneas, depois que as crostas foram amolecidas com água morna e retiradas.
Qualquer sinal de anormalidade na pele procure, rapidamente, seu dermatologista, quanto mais rápido o início do tratamento, mais baixa será a possibilidade de contaminar outras pessoas. #Impetigo #Dermatologia #DermatoSãoPaulo #CuidadosComAPele #Saude

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Quando provoca abcessos (uma cavidade onde há acúmulo de pus e tecido desintegrado), essas bactérias, se não forem combatidas com medicamentos, podem penetrar o corpo e atingir os ossos, órgãos como pulmões e coração, o sangue e causar graves complicações.

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Segundo o doutor Dráuzio Varella, “de maneira geral, essas bactérias não fazem mal nenhum ao hospedeiro. No entanto, uma queda no sistema de defesa do organismo, um ferimento superficial na pele (um pequeno corte, um arranhão, a picada de um inseto) ou mesmo lesões provocadas por outras doenças de pele que possam servir de porta de entrada para o micróbio, são fatores favoráveis para a manifestação da doença.”

O médico disse à Brenda que essas bactérias podem ser contraídas de superfícies que não são higienizadas corretamente. Podem vir tanto de brinquedos infláveis quanto de uma academia de musculação. A doença que o filho de Brenda desenvolveu foi impetigo, que foi tratado com antibióticos.

No vídeo abaixo, o médico pediatra Luiz Ildegardes fala tudo o que você precisa saber sobre impetigo

Como evitar as doenças provocadas por essas bactérias

É praticamente impossível evitar contrair as bactérias, em si, pois como já foi dito muitas pessoas carregam-nas na pele e podem até conviver pacificamente com elas, desde que a pele não esteja machucada e a imunidade esteja em dia. E elas podem estar alojadas que qualquer superfície, inclusive roupas de cama e toalhas.

Mas a higiene pessoal e do local em que se vive (e frequenta, quando possível) pode ajudar a evitar algumas doenças ocasionadas pela bactéria. Então, é importante:

  • Lavar as mãos com frequência;

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  • Manter as unhas cortadas (para que as crianças não acabem se ferindo ao coçar a pele);

  • Não usar roupas muito apertadas e que dificultem a transpiração (o que ajuda a evitar furúnculos em regiões como nádegas e axilas);

  • Manter a casa limpa;

  • Colocar uma tolha sobre as superfícies onde se irá sentar ou deitar nas academias de ginástica;

  • Fazer uma inspeção rotineira na própria pele e na dos filhos;

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  • Fazer uma consulta médica a qualquer sinal de manchas ou lesões estranhas na pele.

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Erika Strassburger

Erika Strassburger nasceu em Goiás, mas foi criada no Rio Grande do Sul. Tem bacharelado em Administração de Empresas, trabalha home office para uma empresa gaúcha. Nas horas vagas, faz um trabalho freelance para uma empresa americana. É cristã SUD e mãe de três lindos rapazes, o mais velho com Síndrome de Down.