Aceitar os outros

Então, o que é aceitação? O que não é aceitação? Como mostramos aceitação aos outros?

Georgia Lee

Aceitar os outros é um conceito que pode tornar-se confuso e facilmente corrompido. Especialmente se sua base espiritual ou religiosa tende à evangelização e conversão. Parece haver uma linha tênue entre aceitar os outros e conduzi-los a seu caminho, ou ao caminho que você sabe que é “certo”. Na realidade, aceitar os outros significa não ter expectativas. Não lhes pedir que mudem ou secretamente tentar mudá-los. Pedir e desejar que outros mudem, para melhor, não é ruim. No entanto, esteja ciente da diferença entre fazer isto e realmente aceitar essa pessoa. Oferecendo aceitação do que eles creem, da maneira como agem, como vivem suas vidas, o que ensinam a seus filhos, como eles o tratam – ou seja, cada parte do todo que são.

Então, o que é aceitação? O que não é aceitação? Como mostramos aceitação aos outros?

1. Aceitação

Aceitar alguém é mostrar respeito e consideração por quem ele é, pelo que faz, e pela vida e caminho que escolheu. Não significa de maneira alguma concordar ou aprovar qualquer coisa sobre o outro. Você não tem que gostar. No entanto, você sempre pode aceitar o que ele faz como sendo parte do que ele é.

2. Não aceitação

Não aceitar alguém é mostrar desrespeito e desconsideração pelo que o outro é, pelo que faz, ou a vida e o caminho que escolheu. Você pode realmente concordar e aprovar tudo sobre o outro, mas isso não significa que você o aceita. Pode ter algo que você acha que ele poderia estar fazendo “melhor” ou fazendo “mais” ou de modo “diferente”. Provavelmente, mais parecido com você, ou como alguém ou algo que você idolatra.

A não aceitação é realmente a norma na maioria das sociedades. Estamos constantemente tentando moldar os outros para serem como pensamos que deveriam ser. Mesmo as pessoas com valores ou sistema de crenças em comum, sofrem e lutam tentando criar homogeneidade entre as fileiras.

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3. Como aceitar os outros

Aceite-se!

  • O primeiro e mais difícil passo para aceitar os outros é aceitar a si mesmo. Por tudo que você é. Por toda a sua perfeição, e faltas. Por toda a sua beleza e falhas. Por cada movimento certo e rumo errado. Por todos seus pecados e virtudes.

  • Isto pode ser difícil para algumas pessoas. Você pode não sentir que é apropriado aceitar alguma parte de si mesmo ou talvez você creia que um poder superior lhe pede para rejeitar. Este é um conflito interno que você terá que resolver por conta própria, ou com a sua comunidade espiritual. Basta dizer que tudo começa com você. Se você não pode aceitar a si mesmo, você não será capaz de aceitar os outros completamente. Você sempre terá uma expectativa sobre si mesmo, e os outros.

Saber mais

Quando você sente que é mais inteligente, mais experiente, mais sábio e que conhece mais do que os outros, você tem a tendência de tentar levar as pessoas sob suas asas e doutriná-las em tudo o que você sabe. Isso pode ser uma bênção, no entanto, não vem sem um custo. “Saber mais” é assumir que o caminho que você escolheu é superior ao do outro, e que ele deve, pelo menos, de alguma forma, seguir você ou andar em seu caminho. Isso não só demonstra não aceitação como ignora a realidade muito possível de que você pode ser cego à sua própria ignorância. Como você sabe que essa outra pessoa não tem algo valioso a ensinar-lhe? Aceitar os outros significa permitir-se ser ensinado, bem como ouvido por qualquer pessoa. Especialmente as pessoas que você acredita que “sabem mais” e sabem melhor.

Aceitar como são

Aceitar os outros como são é parte de aceitar tudo como está. É uma profunda confiança no poder superior para criar a sua vida, a vida dos outros, e tudo o que está em sua própria imagem da perfeição. Não importa quão terríveis as coisas pareçam, ter fé que você e outras pessoas estão tendo a melhor vida possível, e este é o melhor de todos os mundos possíveis, irá ajudá-lo imensamente a mudar sua visão sobre aceitar qualquer coisa e qualquer pessoa que você encontrar.

4. Aceitação em casa

Aceitação tem um enorme efeito sobre a dinâmica de uma família. Você pode até não notar o quão reconfortante e seguro se sente ao partilhar de um ambiente acolhedor. No entanto, é fácil perceber quando aqueles que você espera que vão entendê-lo e ajudá-lo em sua vida parecem vê-lo como o maior problema. Não aceitação pode ser muito difícil, até mesmo doloroso em uma família. Você pode ver a si mesmo como um modelo e a força condutora para seus filhos, ou para a vida do parceiro. No entanto, quando essa orientação se torna coação, e as expectativas se voltam para o julgamento, ressentimento ou rejeição, os cuidados maternais e paternais podem rapidamente se transformar em gestão. Gestão é para os funcionários. Não para a família.

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Como chefe da família, é o seu trabalho ensinar a seus filhos valores e tornar claras suas aspirações para eles. Certifique-se de que, se houver não aceitação em sua família, não esteja vindo de você. Seus filhos, irmãos, pais ou amigos podem nem saber que estão praticando a não aceitação. Se estiverem, dirija-se a eles novamente com vistas à orientação sem impor. Deixe-os saber que você escolheu aceitá-los como eles são. Mesmo que, neste momento você não concorde com os seus comportamentos e atitudes em relação aos outros, ou consigo mesmo.

  • Faça de sua casa um lugar de aceitação e livre de julgamento.

Aceitar alguém do jeito que é, não significa que você precisa mantê-lo em sua vida ou perto de você. Especialmente se ele tornar-se tóxico, abusivo ou negligente com você e suas necessidades. No entanto, você pode aceitá-lo pelo que ele é assim como (espero) você aceita a si mesmo e quem você é. Se você quer mudar alguma coisa para melhor, vá em frente. No entanto, saiba que aceitar completamente algo do jeito que está e ao mesmo tempo tentar impor um meio de correção, é incompatível.

Traduzido e adaptado por Stael Pedrosa Metzger do original Accepting others, de Georgia Lee.

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Georgia Lee

Georgia D. Lee is a University of Miami Alumna who seeks to empower, inspire, enrich and educate anyone with an open mind, heart and spirit through her most treasured medium - black and white!